sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Ressonância magnética mede teor e qualidade de oleaginosas para produção de biodiesel

Uma nova tecnologia desenvolvida nos laboratórios da Embrapa Instrumentação Agropecuária, em São Carlos, no interior paulista, deverá fortalecer a posição do Brasil na produção mundial de biocombustíveis.
Pesquisadores da entidade criaram um aparelho de ressonância magnética nuclear para medidas ultra-rápidas da quantidade e da qualidade de óleos vegetais presentes em sementes de soja, mamona, dendê, girassol, amendoim e algodão, entre outras oleaginosas, plantas que têm sido usadas ou são candidatas para a fabricação de biodiesel. O equipamento tem potencial para analisar o teor de óleo em mais de 10 mil sementes por hora, enquanto os métodos químicos convencionais mais rápidos existentes no mercado realizam apenas 60 análises no mesmo período de tempo. A medida da qualidade do óleo é de 300 amostras por hora, mas, mesmo assim, ainda é dezenas de vezes mais rápida do que as técnicas disponíveis atualmente.

A velocidade na realização das análises é importante porque permite selecionar com mais agilidade variedades de plantas comerciais e silvestres, como o pinhão-manso, a macaúba, o pequi e o tucumã, outras candidatas ao biodiesel, com alta produtividade e, assim, acelerar os programas de melhoramento genético das cultivares envolvidas na produção de biocombustíveis. “Para que os programas de seleção de novas plantas sejam rápidos, são necessárias dezenas de milhares de análises de teor de óleo de sementes por ano. E os métodos de análise de óleo hoje não atendem a esse requisito”, explica o bioquímico Luiz Alberto Colnago, que coordenou as pesquisas. Segundo o pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), embora o Brasil, por seu pioneirismo, esteja numa posição relativamente confortável no mercado mundial de biocombustíveis, é preciso aumentar a produtividade das lavouras destinadas à produção de biodiesel para que a demanda futura seja suprida sem risco de provocar escassez do produto. “Hoje, somente o dendê tem alta produtividade, de cerca de 5 toneladas por hectare por ano. A soja e a maioria das outras culturas comerciais estão em torno de 1 tonelada por hectare por ano. Isso significa que a energia produzida é apenas pouco maior que a energia gasta para sua produção”, diz ele.

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