domingo, 11 de novembro de 2007

Brasil manterá política de biocombustíveis

A descoberta da gigantesca jazida de petróleo e gás de Tupi, na Bacia de Santos, anunciada na quinta-feira, não diminuirá em nenhum um milímetro nossa política de biocombustíveis, afirmou o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, neste sábado, em Santiago, Chile.

Brasil e Estados Unidos, principais produtores mundiais de etanol, trabalham para que o etanol se transforme numa alternativa aos combustíveis derivados do petróleo.

O governo brasileiro vem defendendo a expansão nos países em desenvolvimento do etanol. Atualmente, a lei brasileira exige a mistura de 25% de álcool à gasolina.

Além disso, Brasília dá incentivos à pesquisa para a produção de biodiesel, que deve ser misturado com o diesel em proporção crescente a partir do ano que vem.

Lula advertiu que "não há possibilidade de alguém desenvolver cultivos destinados aos biocombustíveis (cana-de-açúcar para o etanol e oleaginosas para diesel) na Amazônia", um dos pulmões do mundo.

A declaração do presidente brasileiro é uma resposta às críticas, especialmente européias, contra o risco de a produção de biocombustível contribuir para o desmatamento da Amazônia com uma série de conseqüências para o ambiente.

A descoberta da gigantesca jazida da Bacia de Santos, que aumentará as reservas nacionais de petróleo em 60%, "foi uma dádiva de Deus", comentou Lula.

"Estamos vivendo um momento muito bom na economia e esta descoberta colocará o Brasil numa posição privilegiada (...). Não dependeremos da política americana nem da política européia, dependeremos do que os brasileiros vão criar para o país", ressaltou.

A exploração desta jazida, em cerca de cinco ou seis anos, pode transformar o Brasil em um forte exportador de petróleo e levá-lo à Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), onde "lutará pela redução do preço do barril", acrescentou.

"Obviamente temos intenção de entrar neste cartel que decide a política de petróleo para o mundo inteiro (...). O Brasil deve se preparar para ter incidência nas políticas globais. Queremos contribuir para que haja justiça na economia mundial", concluiu.

(AFP)

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