domingo, 10 de dezembro de 2006

Biodiesel abre negociação para saida pelo pacifico

Em encontro no Palácio do Planalto na sexta-feira (8), o presidente do Equador, Rafael Correa, propôs ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva um projeto conjunto que daria ao Brasil uma saída para o Pacífico. As informações foram divulgadas pela Agência Brasil.

Após o encontro, os dois viajaram para Cochabamba, na Bolívia, para participar da 2ª reunião da Cúpula da Comunidade Sul-americana de Nações (Casa). No sábado (9), Lula se encontrou com a presidente do Chile, Michelle Bachelet.

A saída para o Pacífico é cobiçada por vários estados exportadores de grãos e carnes, como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. Afastados dos principais portos do país e prejudicados por estradas em péssimas condições, estes estados têm dificuldade em fechar contratos, cumprir prazos e, principalmente, controlar os custos de produção, justamente devido à logística.

O projeto apresentado por Correa tem custo previsto de US$ 2 bilhões (cerca de R$ 4,2 bi) e prevê a ligação dos portos de Manta, no Equador, a Manaus por meio de construções de estradas e hidrovias. A proposta envolve também o Peru, já que o Brasil não faz fronteira com o Equador.

Segundo Correa, a grande vantagem da idéia é evitar o transporte de cargas pelo Canal do Panamá. "Não pode haver integração sem desenvolvimento, com estradas e pontes unindo os países", disse.

Caso seja concretizado, o projeto não será a primeira iniciativa a fortalecer a infra-estrutura entre os países sul-americanos. Brasil e Peru já contam com uma ponte ligando os dois países. A obra, construída sobre o rio Acre, foi inaugurada no início do ano.

O presidente do Peru manifestou interesse em parcerias com o biodiesel, afirmando precisar da ajuda do governo brasileiro nos projetos já implantados no país. Rafael Correa parece ter desistido da idéia de rever os contratos com a Petrobras no Equador. À Lula, ele disse que a estatal pode ajudar o país e que há planos de ampliação das operações da petrolífera.
Fonte: Jornal Veja Agora

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