quarta-feira, 6 de junho de 2007

EBDA começa nova etapa de pesquisa com culturas diversas na região de Ribeira do Pombal

Pesquisar materiais e tecnologias aplicáveis às culturas de subsistência, como feijão, caupi, mandioca, aipim, amendoim e milho, e outras culturas alternativas, como girassol, algodão, milheto, sorgo granífero e forrageiro, abóbora, mamona, e pela primeira vez o pinhão-manso. Essas são algumas das propostas desenvolvidas pelo Projeto de Pesquisa e Transferência de Tecnologia com Culturas Diversas, realizado pela Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola S.A. (EBDA), em parceria com a Embrapa Tabuleiros Costeiros.

O projeto foi instalado em áreas experimentais e de demonstração, visando à difusão dos resultados de pesquisa e apontando as melhores tecnologias utilizadas e materiais que se destacaram, tanto no item produção, como no de resistência ao estresse hídrico, pragas e doenças, e adaptabilidade aos diversos agroecossistemas estaduais.

Instalado pelo quarto ano consecutivo, o projeto prevê para este ano, além da implantação das Unidades de Demonstração e condução dos ensaios em áreas de produtores, nas comunidades, a disponibilização de materiais recomendados para cultivo.

Segundo o coordenador do programa, o pesquisador da EBDA, Edson Alva, o projeto sistematiza e ordena as ações experimentais e demonstrativas, aproveitando, de maneira racional e integrada, os recursos e as informações geradas. “O importante é oferecer materiais e informações sobre as tecnologias que possam dar sustentabilidade às atividades desenvolvidas com essas culturas, pelos agricultores familiares do Estado da Bahia”, assegurou o pesquisador.

Em Paripiranga, as atividades já começaram - safra de inverno -, com a implantação de Unidades de Demonstração, constando de cinco variedades e oito híbridos de milho, seis variedades de caupi, treze de feijão comum e quatro de algodão. Duas variedades de milheto, uma de sorgo granífero, uma de sorgo sudão, três variedades de abóbora, seis de aipim, dez de amendoim, três de mandioca, três de girassol, cinco de mamona e pinhão-manso, também constam nas Unidades de Demonstração.

Todos os materiais estão sendo avaliados para posterior indicação e distribuição aos produtores familiares como alternativa de diversificação de culturas e, conseqüentemente, de mais uma opção de renda nos períodos de entressafra das culturas tradicionais ou de subsistência.

Para o presidente da EBDA, Emerson Leal, o projeto beneficia os agricultores familiares, pois sinaliza as melhores alternativas para obtenção de materiais mais produtivos. “O pequeno produtor passa a conhecer melhor as culturas e aprende a lidar com pragas e doenças, aprende sobre a importância de se plantar variedades mais produtivas e as tecnologias necessárias para cada tipo de clima e solo, além da importância da diversificação de culturas para, na entressafra, continuar produzindo de maneira sustentável”.

Resultados obtidos
Após três anos de experiências, a pesquisa já começa a selecionar materiais considerados superiores devido aos seus resultados. Edson Alva esclarece que todos os experimentos foram implantados em regime de sequeiro, em função das características de clima e solo da região, propícios à produção de grãos, nesse sistema.

Outro fato considerado foi a produtividade obtida, nos últimos anos agrícolas, nos municípios de Adustina e Paripiranga, e outros da região de Ribeira do Pombal, onde os rendimentos médios de grãos de milho em propriedades rurais atingiram patamares acima de sete toneladas por hectare, equiparando-se aos rendimentos de estados tradicionalmente produtores como Paraná, Mato Grosso e São Paulo. “Esse fato evidencia o potencial dessas áreas para a produção de milho”, constata o pesquisador.

Semelhantemente ao milho, o feijão comum, em níveis experimentais, tem apresentado produtividades em torno de três toneladas por hectare, com a utilização de novas variedades, recentemente recomendadas para a região, tais como a BRS Pontal, Requinte e Rudá, dentre outras do grupo Carioca. Já do grupo Mulatinho, destacam-se a BRS Marfim, enquanto do grupo Preto destaca-se a BRS Valente.

Outras culturas, como o girassol, mamona e pinhão-manso, estão sendo avaliadas, visto o grande interesse do governo em estimular a produção de oleaginosas, particularmente as específicas para a produção de biocombustíveis. As áreas do agreste, que contam com grande contingente de produtores familiares, têm confirmado alta adaptação das oleaginosas, como é o caso do girassol. “É de grande interesse da empresa estimular a produção de grãos alimentícios, mas, também, de oleaginosas específicas para a produção de biodiesel. Essas áreas têm demonstrado excelente aptidão para o desenvolvimento desses cultivos”, concluiu Edson Alva.

Fonte: Seagri/BA

Um comentário:

Anônimo disse...

Senhor Edson Alva.
Possuo uma propriedade em Antas (aproximadamente 50Ha)e pretendo iniciar plantação de Pinhão Manso. Poderia disponibilizar parte da área para pesquisa junto à EBDA de Paripiranga. Como devo proceder?
Obrigado.
Lobato
e-mail: lobato_souza@yahoo.com.br