Segundo Alexandre Gabriel, coordenador de Agricultura Intensiva empresarial da Brasil Ecodiesel, a produção inicial é de 640 mil litros para biodiesel da mamona e 120 mil litros do girassol. "As produções são levadas a Porto Nacional, no Tocantins, para processamento do óleo que depois é vendido para a Petrobras".
A projeção da empresa para o Estado de Goiás é de uma produção de mamona superior a 556 mil toneladas este ano, em uma área de cultivo de mais de 708 mil hectares. Para a produção de girassol a estimativa é de 300 mil quilos em 2007, em uma área de cultivo de de mais de 1 mil hectares no estado. "A previsão de ampliar a produção de girassol em mais de 20%, em 2008", revela.
A companhia projeta a construção de 12 unidades esmagadoras de oleaginosas no País, com investimentos individuais de aproximadamente R$ 80 milhões, em cada uma. Os Estados de Minas Gerais, Goiás, Tocantins, Rio Grande do Sul, Paraná e também no Nordeste do País, poderão receber as novas unidades.
Pesquisa
Cerca de 100 produtores rurais de dois assentamentos no Sudoeste goiano, um em Rio Verde e outro em Jataí, devem colher nessa safrinha cerca de 1,5 mil quilos por hectare de girassol e mil quilos por hectare de mamona tipo guarani, oleaginosas destinadas à industrialização de biodiesel.
De acordo com Carlos Eduardo da Silva Lima, superintendente de Agricultura Familiar da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Goiás (Seagro), estes produtores também venderam a produção de soja da safra 2006 para a Caramuru para industrialização do biodiesel. "Este tipo de parceria é fundamental para que consigamos desenvolver projetos na área. O governo do estado já estuda a possibilidade de projeto semelhante para o pinhão-manso, mas todos estes projetos precisam de mais pesquisas para o solo do Centro-oeste", conta. Nos dois municípios, há mais de 60 hectares de terra plantada.
Paraná
O Paraná é foco de atenção de grandes corporações interessadas em investir em biodiesel, pelo potencial de produção de grãos utilizados para o processamento do produto. A Brasil Ecodiesel, por exemplo, estuda a implantação de uma unidade de produção no estado. Em curto prazo a empresa deve iniciar a compra de matéria-prima para a usina que já está instalada no Rio Grande do Sul. Técnicos da empresa estão realizando um levantamento nas regiões mais favoráveis para o cultivo de girassol e mamona. Atualmente 55 mil famílias em todo o País produzem mamona e girassol para a Brasil Ecodiesel, ocupando uma área de quase 50 mil hectares.
O Paraná ainda não tem zoneamento agrícola definido para essas culturas, mas a Secretaria de Estado da Agricultura (Seab) está mobilizada para estimular a produção. O secretário Valter Bianchini afirma que o estado está disposto a trabalhar em parceria com as empresas para garantir o fornecimento da matéria-prima. "Precisamos ter segurança que as duas culturas são viáveis", diz.
A Brasil Ecodiesel oferece garantia de compra com preço pré-fixado no contrato, assistência técnica, máquina de debulha, sacaria e logística para escoamento da produção. Na Região Nordeste, onde os contratos de compra de grãos estão consolidados, a empresa está pagando em torno de R$ 0,60 o quilo do grão.
Outras grandes empresas, como a Cooperativa de Maringá (Cocamar), a Biolix, de Rolândia, e a Brasbiofuel Biodiesel, que tem escritório em Curitiba, também estão interessadas na expansão da produção de biodiesel.
Com previsão de investimentos que podem chegar a R$ 200 milhões, a Brasbiofuel finaliza um levantamento que vai definir a tecnologia a ser empregada na produção da unidade prevista para ser instalada no estado. O diretor de Operações Afonso D"Agostini, comenta que o projeto inclui o tratamento e destinação de todos os co-produtos que poderão ser gerados na operação, desde o óleo de girassol até a casca das sementes, que devem ser utilizadas como fonte para uma usina termoelétrica para abastecimento da unidade. "Tudo será programado para retorno do capital", ressalta.
O projeto tem a parceria de um grupo de investidores italianos da área financeira, e a intenção é exportar a produção do biodiesel para a Itália. O local da unidade será na região de Londrina. O projeto prevê outras três unidades, que devem totalizar uma produção diária de 1,5 milhão de litros de biodiesel.
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