O presidente da União Nacional da Indústria de Cana-de-Açúcar (Única), Eduardo Pereira de Carvalho, defendeu nesta segunda-feira (4) a união dos produtores de etanol na criação de um mercado mundial do biocombustível. Para Carvalho, a política nacional de incentivar a produção de etanol por outros países não ameaça a posição de liderança do Brasil, hoje o maior exportador do produto.
“A gasolina é meu inimigo”, afirmou, durante o Ethanol Summit, ao lado o presidente da Associação Nacional dos Produtores de Milho dos Estados Unidos (NCGA), Ken McCauley, e o vice-presidente executivo da Archer Daniels Midland Company (maior produtor de etanol dos EUA), John Rice, que também defendeu a parceria como forma de ampliar o mercado do etanol. Para o executivo, o futuro da energia dos Estados Unidos e do mundo “será sustentado pela diversidade”.
A conquista dos EUA
Em conversa com jornalistas, no entanto, Carvalho deixou o tom conciliador: “Tem gente que não entendeu o que eu quis deixar no ar”, disse. “Eles (os EUA) vão abrir o mercado e aí a gente conquista o mercado deles”. Ele não explicou, entretanto, dizer como pretende fazer isso.
O presidente da Única voltou a apontar as taxas de importação dos EUA, que impossibilitam a entrada do produto nacional no país, como uma necessidade para a consolidação da indústria do álcool. Entre outros problemas, Carvalho destacou que é preciso haver mais produtores de cana-de-açúcar e uma maior aproximação com a indústria automobilística, que, com os veículos flex fuel, promovem o aumento do consumo do etanol.
O produto
Carvalho também rebateu a afirmação feita pelo presidente da NCGA, de que o etanol feito a partir do milho – base da produção norte-americana – é apenas levemente menos produtiva que o derivado da cana-de-açúcar. “Não há como comparar o nosso produto com o deles”, afirmou. “Não é verdade que o custo de produção do etanol de milho seja só um pouco maior que o da cana”.
Laura Naime
Fonte: Portal G1
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