A vanguarda brasileira na pesquisa de energias alternativas, em especial biodiesel, mais uma vez atrai pesquisadores de outros países dispostos a dialogar e a buscar soluções conjuntas para um tema que dia a dia desperta interesse não apenas de especialistas, mas principalmente dos governos.
A exemplo do que vem ocorrendo nos últimos meses, a Nova Zelândia também está interessada em desenvolver um estudo nas áreas de bioenergia e biocombustíveis em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Por conta desse tema, nesta segunda-feira (18) cientistas da Embrapa estiveram reunidos com o representante do Instituto de Pesquisa Pública da Nova Zelândia (Scion), John Gifford, e com o primeiro secretário da Embaixada neozelandesa, Haike Manning, com a intenção de trocar informações sobre pesquisa e desenvolvimento e quais as possibilidades de um projeto conjunto.
Giofford, que também é do Comitê Executivo da Nova Zelândia na IEA Bioenergy, quer conhecer os principais pólos brasileiros envolvidos com os novos processos à produção de biocombustíveis (inclusive etanol a partir de material celulósico). Atualmente na condução de um programa para identificar as opções em bioenergia daquele país e buscar uma estratégia energética a partir desses resultados, Gifford informa que esse estudo considera o uso da biomassa para geração de energia, eletricidade e de combustíveis para o setor de transporte.
De acordo com Haike Manning, em fevereiro deste ano o governo da Nova Zelândia adotou uma meta compulsória para biocombustíveis, a ser aplicada em 2008. Até 2012, 3,4% de todos os combustíveis usados no transporte (seja diesel ou gasolina) terão que conter biocombustíveis. “Logo, temos interesse em trabalhar com quem tem experiência reconhecida, como a Embrapa”, comenta Manning.
O primeiro secretário também observa que a intenção é obter etanol celulósico. Devido ao clima de lá, a produção de etanol só pode ocorrer a partir de duas fontes: cultura do milho ou florestas energéticas. Embora as florestas nativas da Nova Zelândia estejam 100% protegidas e representem 25% do território, as destinadas a produzir madeira são cultivadas com uma espécie de pinus adequada ao solo e clima daquele país. “As florestas nativas, portanto, não serão usadas para produção de energia”, enfatiza Manning.
Apesar de não definida a forma como se dará a parceria entre a Embrapa e a Nova Zelândia, Haike Manning comentou as duas possibilidades: por meio de um acordo-quadro ou então entre instituições de pesquisa. “O certo é que há interesse, inclusive, de outras instituições se aliarem nesta busca por soluções sustentáveis à geração de energia”, garantiu Heike Manning.
O primeiro secretário também informou que ainda no começo de julho uma nova missão neozelandesa estará na Embrapa. A pauta terá foco na preocupação com a emissão de CO2 e o efeito estufa. Nesse caso, a agenda deverá contar com pesquisadores do Agriresearch, um dos nove institutos de pesquisa e desenvolvimento tecnológico na área de agricultura e pecuária daquele país.
Fonte: Embrapa
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