Mais de 91 mil famílias de agricultores já foram integradas à cadeia de produção do biodiesel no País. Segundo o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), até o mês passado 20 usinas haviam aderido ao selo combustível social, que garante direito a incentivos, como benefícios fiscais, linhas de financiamento e participação nos leilões da Agência Nacional de Petróleo e Biocombustíveis (ANP).
Para adquirir o selo, cuja validade é de cinco anos, o produtor de biodiesel precisa adquirir uma quantidade mínima de matérias-primas de agricultores familiares. Também precisa fornecer assistência técnica aos agricultores. Além disso, passa por auditorias anuais e monitoramentos constantes.
“Tudo o que foi contratado e comprado dessas famílias lastrearia hoje cerca de 24% do volume de biodiesel se toda essa matéria-prima fosse efetivamente utilizada para esse fim”, diz Arnoldo Campos, coordenador do Programa Nacional de Biodiesel do ministério.
Produzido a partir de oleaginosas, como mamona, soja, girassol, pinhão manso e dendê, e de sebo bovino, o biodiesel é bem menos poluente que os combustíveis derivados de petróleo. Pode substituir total ou parcialmente o óleo diesel que movimenta caminhões, ônibus, barcos e máquinas, entre outros equipamentos.
As 91 mil famílias que fazem parte da cadeia responde por área de 538, 2 mil hectares plantada com oleaginosas. Mais da metade (51%) - o que representa 46,6 mil agricultores - está no Nordeste do País. O Sul tem 31,4 mil famílias de agricultores e o Centro Oeste, 8 mil. Apesar disso, o Centro-Oeste concentra 48% da área plantada, o equivalente a 258 mil hectares.
No Norte, o número de agricultores chega a 4,2 mil. Já o Sudeste tem apenas sete famílias envolvidas na produção de biodiesel. “Nossa expectativa era chegar 2 mil agricultores”, conta o coordenador, que atribui a falta de adesão ao grande número de indústrias na região.
Quase metade (49%) das oleaginosas plantadas por essas família é composta por mamona, seguida pela soja (29%), girassol (14%), dendê (5%) e gergelim e amendoim(1%).
Atualmente, o Brasil importa de 5% a 7% do óleo diesel que consome, o que representa entre 2 bilhões e 3 bilhões de litros por ano. Calcula-se que haveria uma economia de US$ 160 milhões na balança comercial do País quando todo o mercado estiver abastecido com a mistura de 2% de biodiesel. Essa economia subiria para US$ 400 milhões com o uso da mistura de 5%.
Fonte: O Estado de S. Paulo
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