O hidrogênio representa um mercado mundial potencial que pode chegar a US$ 40 trilhões em 2040 para a geração de eletricidade. Através de células a combustível, este gás é utilizado para a geração de energia e tem como resíduo a água. No entanto, hoje, a principal utilização do hidrogênio não é para a geração de energia mas, para a fabricação de produtos químicos como plásticos e amônia; no resfriamento de motores e geradores; e na indústria eletrônica. Atualmente são fabricados cerca de 500 bilhões de metros cúbicos por ano do gás a partir de fontes de energia convencionais e poluentes como gás de carvão gaseificado, gás natural e reforma de petróleo.
Mas, para que o hidrogênio se torne uma fonte de energia sustentável, a produção deveria ser através de fontes renováveis como a gaseificação da biomassa ou a eletrólise. Este último processo também pode ser realizado através da energia eólica e solar. O álcool produzido a partir da cana-de-açúcar e o biodiesel também podem ser usados para a produção do hidrogênio. Cada região do País pode utilizar o recurso mais representativo para a produção do hidrogênio: no Nordeste, a energia solar e no Sul, a eólica, por exemplo. Hoje, há 60 instituições no Brasil que trabalham com a cadeia do hidrogênio.
O assunto está em discussão no Brasil H2 Fuel Cell/Expo Seminar 2007 que começou ontem na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC/PR) e encerra amanhã. O engenheiro eletricista e idealizador do evento, Emílio Hoffmann Gomes Neto, disse que o mundo precisa de fontes de energia que se complementem .
Ele contou que a Companhia Paranaense de Energia Elétrica (Copel) comprou três células a combustível comerciais em 2001. Duas delas estão em operação. Uma é utilizada para fornecer parte da energia utilizada pelo Hospital Erasto Gaertner, em Curitiba, e tem 200 KW de potência. No Mato Grosso, a Comunidade Pico do Amor utiliza célula a combustível com a produção de hidrogênio a partir do etanol. A energia produzida abastece a comunidade.
Em São Paulo, entra em vigor no mês de janeiro um projeto de dois ônibus com célula a combustível de 250 KW de potência. A pretensão da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo é ter 200 veículos movidos por células a combustível. Neste caso, a manutenção dos ônibus é mais simples e 30% mais barata. Os ônibus terão um tanque com hidrogênio que é levado para a célula a combustível e produz como resíduo a água.
A usina Itaipu tem um projeto de colocar carros movidos a hidrogênio. Também está em construção um laboratório de hidrogênio em Itaipu. No Brasil, há projetos para o uso de células a combustível para back up de energia elétrica, ou seja, fazem o papel dos geradores quando há falta de energia.
Quem for ao evento vai poder ver uma mini cidade movida a energia elétrica produzida a partir do hidrogênio. A cidade tem lâmpadas, casas, postes, um trenzinho, e uma mini usina de hidrogênio. O trabalho foi desenvolvido por alunos do Senai, PUCPR, UTFPR e UFPR. Além disso, os estudantes vão apresentar um veículo a hidrogênio rádio controlado; um veículo para transporte de tacos de golf e um carregador de telefone celular a partir do hidrogênio. O evento vai apresentar ainda o primeiro coral a utilizar a energia do hidrogênio para alimentar as caixas de som e a iluminação de palco.
Mauro Frasson
Fonte: Folha de Londrina
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