Um dia depois de o presidente Lula prometer, na Assembléia Geral da ONU, ampliar as ações de combate ao desmatamento, ambientalistas, políticos americanos e pesquisadores reunidos num fórum global organizado em Nova York pelo ex-presidente americano Bill Clinton deixaram claro que esperam medidas mais radicais para proteger a Região Amazônica. O anúncio de uma política de "corte zero", por exemplo, levou o presidente do Equador, Rafael Correa, a ser aplaudido de pé num dos painéis do Clinton Global Initiative. Ele assumiu o compromisso de deixar de explorar petróleo em área de floresta e manter de pé as árvores em troca de ajuda financeira internacional. Recursos não podem ficar só com governos, diz pesquisador.
O financiamento de fundos estrangeiros para que países mantenham a Floresta Amazônica preservada também foi assunto em artigo publicado ontem no jornal americano "Herald Tribune". O pesquisador e biólogo Tom Lovejoy, que há 30 anos realiza estudos no Brasil e é um dos principais conselheiros do democrata Al Gore, defendeu uma atitude mais agressiva com o argumento de que a proteção da floresta é fundamental para ajudar a evitar o aquecimento global. " Mas o dinheiro dos fundos não pode ficar só com os governos, só em Brasília. Tem que ir para as populações da região, estimulando-as a preservar a floresta onde vivem " disse Lovejoy ao GLOBO, pouco antes de participar da reunião sobre Floresta Tropical no fórum organizado por Bill Clinton.
O pesquisador ainda alertou para os riscos de o projeto do presidente Lula de estimular a produção de biodiesel vir a afetar a Floresta Amazônica. Cauteloso, Lovejoy disse que é possível aumentar a produção de biodiesel utilizando apenas áreas já degradadas. Mas ressaltou que, caso a produção de grãos destinados ao biodiesel provoque uma expansão da fronteira agrícola no Norte do país, os pecuaristas que já estão por lá podem ser obrigados a mudar seus pastos, provocando novos desmatamentos: " Tudo depende dos detalhes e de como será feito.
Pesquisador alerta para necessidade de vigilância riscos para a região a partir do novo projeto do governo Lula de "privatizar" áreas de florestas nacionais, Lovejoy foi direto: é preciso manter a vigilância. " Vai depender da eficiência da fiscalização. O governo brasileiro já anunciou que lançará edital para exploração sustentada de florestas nacionais por empresas privadas. Os cortes são seletivos e previstos em contrato.
(Ecopress com informações do jornal O Globo - 01/10/07, às 9h10)
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