quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Crédito de Carbono - Chance de lucro sem prejuízo ao ambiente

Ceará tem forte potencial para se inserir no mercado, através de tecnologias de baixo impacto no ambiente

Com movimentação, só no ano passado, de US$ 300 milhões no Brasil, o mercado de créditos de carbono já se configura em excelente oportunidade de lucros e de negócios, inclusive para empresas cearenses, sem prejuízos da consciência ambiental. No mundo, essas transações já alcançaram US$ 25 bilhões em 2006, valor quatro vezes maior do que o registrado em 2005.

A opinião é do consultor sênior no mercado brasileiro de carbono e sócio da Ecológica Assessoria, Stefano Merlin. Segundo ele, o Ceará tem forte potencial para se inserir no mercado, através de tecnologias de baixo impacto no meio ambiente, como a energia eólica e o biodiesel.

´Esse é um mercado de commodities, já definido e estruturado, mas ainda falta conhecimento do empresariado sobre o assunto, afirmou Merlim, ontem, em Fortaleza, onde ministrou palestra sobre o assunto. Na Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), ele explicou que algumas empresas do Estado já vendem crédito de carbono, mas que uma quantidade bem maior poderia se inserir neste mercado.

´Inicialmente, este é um mercado para grandes empresas, mas já têm projetos em pequenas e médias´, aponta o consultor. Segundo ele, as empresas brasileiras podem se destacar no mercado, por terem custos menores na produção dos créditos de carbono.

Isso acontece, explica, porque o país participa do chamado Mercado Voluntário. Nele, o Brasil, assim como os outros países participantes, não possui cotas de emissões, entrando no mercado por iniciativa própria.

Dentro deste grupo, um crédito de carbono, que eqüivale a uma tonelada de CO2, custa cerca de cinco euros (aproximadamente R$ 13,00 ), enquanto que nos países com obrigação de redução, de acordo com o Protocolo de Kyoto, a mesma quantidade custa entre 13 e 15 euros, o equivalente a R$ 34,00 e R$ 39,00.

As empresas brasileiras produzem para ambos os mercados e compram no mercado voluntário. ´E empresas de outros países, que não conseguem cumprir suas metas de redução, podem investir em empresas locais, realizando financiamento antecipado de créditos de carbono´, acrescenta Merlim. O mercado de carbono surgiu após a assinatura do Protocolo de Kyoto, em 1997.

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