O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a privatização de ferrovias realizada em governos anteriores e prometeu que até o final de seu mandato, em 2010, entregará 1.234 quilômetros da Ferrovia Norte-Sul (do Pará a Goiás) e 1.900 da Ferrovia Transnordestina (sudeste do Piauí ao Porto de Suape, em Pernambuco).
“O pouco que a gente tinha foi privatizado e, em muitos casos, não exigiram responsabilidade para fazer os investimentos necessários”, disse o presidente hoje (9) em Anápolis (GO), durante inauguração de trecho duplicado de 121 quilômetros da rodovia BR-060, que liga Brasília a Anápolis. Também hoje, o governo federal faz leilão na Bolsa de Valores de São Paulo para privatizar cerca de 2.600 quilômetros de rodovias federais.
“Esse país deixou de ser um país de faz-de-conta, deixou de ser um país onde cada um fazia o que queria e a maioria não queria fazer”, afirmou o presidente em Anapólis. Segundo ele, não há investimento em infra-estrutura desde o governo Geisel (1974 a 1979), o que "atrofiou" o Brasil.
A obra na BR-060 começou em 1998 e foi concluída no mês passado. De acordo com o Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit) de Goiás, foram gastos R$ 265 milhões no trecho, sendo R$ 173,6 milhões no governo Lula e R$ 91,4 milhões durante a gestão FHC. Desde o dia 27 de setembro, motoristas trafegam pela pista dupla.
Agora, os 171 quilômetros que ligam Brasília a Goiânia foram duplicados, de acordo com o Ministério do Transporte. A duplicação no primeiro trecho, de Goiânia a Anápolis, foi realizada entre 1981 e 1996, com investimento de cerca de R$ 37 milhões, conforme montante calculado na época, sem atualização. A restauração total dos dois trechos demorou 26 anos para ficar pronta.
Ainda segundo o ministério, as melhorias vão beneficiar cinco milhões de pessoas que vivem nos municípios goianos cortados pela rodovia (Alexânia, Abadiânia, Anápolis, Goianápolis e Goiânia), por onde 11 mil veículos passam diariamente. A BR-060 tem extensão de 1,3 mil quilômetros, desde Samambaia, no Distrito Federal, até a fronteira com o Paraguai, no Mato Grosso do Sul.
Carolina Pimentel
Fonte: Agência Brasil - ABr
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