A posição de vanguarda do Brasil na exploração de energias renováveis está ameaçada pelos investimentos em pesquisa nos países desenvolvidos. A avaliação foi feita ontem (10-11) pelo consultor de Inovação Tecnológica da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), João Furtado.
Furtado falou durante a 2ª Feira Internacional de Agroenergia, Biocombustíveis e Energias Renováveis (Enerbio), que começou ontem em Brasília. O encontro reúne até hoje empresários do setor e representantes da comunidade acadêmica.
Para o consultor da Fapesp, o Brasil precisa ampliar as pesquisas com fontes alternativas de energia para se manter na liderança do setor e repetir a experiência do álcool combustível, que, segundo ele, só se consolidou no país por causa do investimentos em inovações tecnológicas. "As aplicações nessa área precisam ser crescentes, caso contrário, os países que mais investem em pesquisa nos deixarão para trás", advertiu Furtado.
Segundo o especialista, o Brasil precisa mobilizar autoridades, empresários e cientistas para assegurar a liderança nessa área de conhecimento. "É bom que seja assim porque as fontes de energia não-renováveis são esgotáveis, e em breve a produção do planeta não terá capacidade de atender a demanda", ressaltou.
A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que, nos próximos 12 anos, 20% da matriz energética mundial será composta por fontes renováveis. No Brasil, esse índice será de 45%. A previsão foi apresentada pelo presidente da Enerbio, Ronaldo Knack, na abertura do encontro.
Apesar dos números positivos para o país, Furtado avalia que a diferença em relação aos países desenvolvidos deve diminuir nos próximos anos. "Os Estados Unidos e o Japão estão mobilizando os melhores cientistas e destinando grandes volumes de recursos para avançar rapidamente no desenvolvimento de tecnologias na área de biocombustíveis, com vistas a recuperar o atraso nesse campo", destacou o consultor da Fapesp.
Pela manhã, a 2ª Enerbio teve painéis sobre desenvolvimento industrial, capacidade de investimento nacional e a influência do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) na melhoria da infra-estrutura no escoamento da produção de etanol.
Para esta tarde, o painel mais aguardado é o que discutirá a nova fronteira agrícola e industrial do país. Para esse debate, foram convidados os governadores do Distrito Federal, José Roberto Arruda; de Goiás, Alcides Rodrigues; de Minas Gerais, Aécio Neves; de Tocantins, Marcelo Miranda; e do Maranhão, Jackson Lago.
Fonte: A Tribuna do Povo
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