quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Governo garante que não faltará biodiesel em 2008

O mercado brasileiro de biodiesel, em 2008, não sofrerá problemas de abastecimento, garantiu a subchefe de Gabinete da Casa Civil, Thereza Campelo, durante reunião do Conselho Superior do Agronegócio (Cosag) da Fiesp, na última segunda-feira (1º). "O Brasil conta com uma capacidade instalada de 1,6 bilhão de litros, e a partir de novembro estaremos realizando leilões para os produtores e distribuidores do combustível", afirmou Thereza.

Ela lembrou que a adição do biodiesel ao diesel, na proporção de 2%, será obrigatória a partir de janeiro. "Estamos preparados para eventuais oscilações da demanda", disse a assessora, que também falou sobre processo de certificação para o etanol brasileiro. "O Governo não tem intenção de criar um sistema unilateral. As boas práticas na agricultura são um processo que terá de ser discutido em conjunto com a sociedade", observou.

Para o ministro Roberto Rodrigues, presidente do Cosag, embora a questão do etanol tenha polarizado a discussão, a certificação deve abranger todos os produtos de origente animal e vegetal, processo do qual o Conselho terá participação destacada.

Alta de preços e inflação

Os conselheiros rebateram também as críticas de alguns analistas econômicos de que os produtos agrícolas são os responsáveis pela ameaça de alta na inflação. "Se há um aumento na espiral inflacionária não é devido ao aumento nos custos dos alimentos, é devido a fatores externos, como por exemplo a alta nos insumos, especialmente petróleo e fertilizantes", defendeu Rodrigues.

"A agricultura brasleira não tem responsabilidade pelo crescimento da inflação. O que houve foi aumento nos preços de algumas commodities agrícolas, em dólares, seja por conta do etanol no Estados Unidos e China, seja por conta de alguns insumos, como os fertilizantes", explicou Rodrigues.

Para Edmundo Klotz, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia), o título de vilão também não pode ser transferido à indústria. "Os preços atuais dos alimentos ainda não recuperaram o patamar anterior a 1999, quando alcançaram os patamares mais baixos", disse Klotz, após exposições de André Nassar, do Instituto de Estudos de Comércio e Negociações Internacionais (Icone), e de Marcos Jank, da União Nacional da Indústria Canavieira (Unica).


Rubens Toledo
Fonte: Agência Indusnet Fiesp

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