terça-feira, 7 de novembro de 2006
Brasil: enormes recursos energéticos e líder em biocombustíveis
O Brasil, com 175 milhões de habitantes - a quinta maior população do planeta e a maior economia da América Latina -, tem enormes recursos energéticos e uma situação privilegiada no setor dos biocombustíveis, uma decisiva fonte alternativa, destacou nesta terça-feira a Agência Internacional de Energia (IEA).
O Brasil é o maior consumidor de energia da América Latina, com mais de 40% do consumo total da região, destaca a AIE em seu relatório anual "World Energy Outlook".
Neste documento, a agência analisa as dificuldades mundiais de abastecimento de energia e defende a preservação do meio ambiente. Além disso, pede uma revisão imediata da política energética mundial para os próximos 25 anos, com novas estratégias e a busca de energias alternativas. Neste aspecto, o Brasil aparece como parte da solução. A AIE espera na realidade que os "biocombustíveis contribuam de forma significativa a satisfazer a demanda mundial de energia para os transportes terrestres".
Atualmente, o Brasil é o produtor de etanol (álcool de origem vegetal) "mais barato do mundo" e o maior exportador do planeta, além de ser, de longe, o maio usuário de biocombustíveis como energia de transporte, destaca o relatório. Segundo a AIE, em 2030 os bicombustíveis devem representar no mundo entre 4% e 7% do consumo dos transportes rodoviários, contra 1% atualmente.
"Estados Unidos, União Européia e Brasil representarão a maior parte deste aumento e se manterão como os principais produtores e consumidores de biocombustíveis", indica o relatório da AIE.
No entanto, a crescente demanda mundial de alimentos gera uma "competição" por posse de terras cultiváveis com a produção de biocombustíveis, também de origem vegetal. Atualmente, cerca de 14 milhões de hectares de terra são utilizados para a produção de biocombustíveis, o equivalente a 1% das terras cultiváveis do mundo. Em 2030, este percentual deve ser de entre 2% e 3,5% das terras cultiváveis -segundo os cenários traçados pela AIE. No caso mais modesto das previsões (2%), a área equivale a mais do que as superfícies somadas da França e da Espanha.
Além do papel do Brasil, que se anuncia decisivo no setor de bicombustíveis, a AIE destaca seu peso como consumidor de energia primária, que crescerá anualmente entre 1,7% e 2,1%, de 200 milhões de toneladas de equivalente petróleo (Mtep) em 2004 a entre 314 e 352 Mtep em 2030.
Por outro lado, a produção de petróleo do Brasil pode chegar a 3,1 milhões de barris diários (mbd) em 2015, e 3,7 mbd em 2030, segundo a AIE.
O relatório garante que "o maior desafio do setor de energia no Brasil" será mobilizar investimentos em infra-estrutura de petróleo, gás e energia elétrica, e resolver os problemas ambientais decorrentes da construção de oleodutos, represas e linhas de transmissão.
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