quarta-feira, 15 de novembro de 2006

Brasil e Argentina disputam biodiesel


Empresas dos dois países começam a investir pesado na produção, mas com focos diferentes. O Brasil está próximo de torna-se uma potência mundial na produção e venda do biodiesel, combustível regularizado há dois anos pelo governo federal para sustentar a agricultura familiar, mas que hoje já faz parte do portfólio de negócios estratégicos de empresas de grande porte como a Petrobras, Ipiranga, ADM, Caramuru e Bertin. Arnoldo de Campos, do Ministério do Desenvolvimento Agrário, diz que apenas os projetos já anunciados pelas indústrias brasileiras irão demandar investimentos totais de cerca de R$ 700 milhões, o que garantirá uma oferta, até o final de 2007, de 1,7 bilhão de litros do energético produzido com óleos vegetais - volume mais do que suficiente para atender à exigência governamental de adição de 2% do produto (em torno de 800 milhões de litros) ao diesel, partir de janeiro de 2008.

No entanto, o Brasil não é o único país da América Latina a apostar pesado no combustível. A Argentina - adversária histórica dos brasileiros na produção e venda de carne e produtos da soja (grão, óleo e farelo) ao exterior - também começa a tirar do forno projetos ambiciosos para o biodiesel, com uma diferença importante em relação aos daqui: mais de 75% da produção futura argentina terá como único destino o mercado internacional, segundo revela um estudo divulgado pela consultoria abeceb.com. Já no Brasil os fabricantes pretendem, no primeiro momento, despejar toda a oferta no mercado local, não só para cumprir com as metas governamentais, mas também para satisfazer os anseios das distribuidoras de combustíveis, que se esforçarão para colocar, o mais rápido possível, o B-2 (2% de biodiesel e 98% de diesel) em todas as suas redes de postos.

Fonte: 24 News

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