O último levantamento de produção de biodiesel disponibilizado pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) revela que o país fez 213,4 milhões de litros de biodiesel nos três primeiros meses do ano. O volume é pouco mais da metade de todo o biocombustível fabricado no ano passado, quando a produção chegou a 402 milhões de litros.
O volume processado no primeiro trimestre é tímido diante da necessidade estimada de 1,2 bilhão de litros para esse ano, com evento do aumento na adição de biodiesel ao óleo diesel em 3% (B3) a partir de 1º de julho próximo. Este dado colocou em alerta o governo Federal, pois os fabricantes terão os oito meses restantes (a contar a partir de abril) para produzir 1 bilhão de litros (Dados da ANP).
Porém, após esse período de incertezas do mercado de biodiesel, aonde se chegou a duvidar da capacidade das usinas em atenderem o aumento na mistura, as empresas conseguiram sair do vermelho e passaram a trabalharem mais folgadas.
Com os preços alcançados no leilão de abril, 42 % superiores aos de novembro de 2007, aliado ao recuo de 14,5% sofrido nos preços praticado na venda de óleo de soja, 70% da matéria-prima do biodiesel, no mercado interno, de março para este mês.
Esta é uma realidade causada pelo fato do biodiesel ter como principal fonte produtos agrícolas negociadas como commodity e sujeitos às sazonalidades inerentes às atividades agrícolas, ou seja, as variações no preço do mercado externo afetam a demanda interna e fazem ressurgir o fantasma das variações no preço da commodity açúcar que causaram, e ainda causam, tantos problemas ao programa Pró-Álcool durante as décadas de 70 a 90 do século passado. Basta ver que, a saída do vermelho pelas usinas, se deve ao fato do recuo no preço da tonelada de óleo de soja.
Em 06 de março, a tonelada desse óleo chegou a R$ 3,040 mil em São Paulo, valor que com a entrada da safra brasileira de soja recuou e nesta semana está em R$ 2,6 mil, segundo Miguel Biegai, da Safras & Mercado. Sérgio Tadeu, diretor da União Brasileira do Biodiesel (Ubrabio) avalia que a tendência é de as usinas trabalharem no azul para o próximo semestre, depois amargarem prejuízos com os dois leilões anteriores. (Gazeta Mercantil)
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