sábado, 14 de junho de 2008

Internacionalização da Amazônia

Sobre a questão da internacionalização da Amazônia não consigo enxergar esta questão de outro modo senão sob a ótica que ela é NOSSA!!

Mas num exercício para tentar entender os defensores da tese da internacionalização, quero me colocar no lugar destes e levantar os pontos de vistas que os levariam a tal proposta. Vejamos alguns deles:

A Amazônia é hoje, sem duvidada nenhuma, o maior patrimônio de biodiversidade existente no planeta, é a maior floresta tropical úmida e possui mais de 20% das espécies vegetais e animais conhecidos do mundo, apesar do solo ser muito pobre. A Amazônia Legal representa 60% dos 850 milhões de hectares do Brasil.

Há hoje um risco real de aumento da degradação ambiental sofrido pela Amazônia por conta da possibilidade de ocupação irregular representado à falta de um plano de sustentabilidade desta ocupação, devido a pressão gerada pela crise mundial de alimentos associada aos problemas ambientais causadas pelo uso dos combustíveis fosseis e, da necessidade de produção de alimentos e combustível para o mundo, gerando desmatamento na Amazônia e ocupação irregular do solo.

Ou seja, sob a ótica de preservação da biodiversidade da Amazônia a questão da internacionalização da Amazônia pareceria ser uma questão aceitável. Pareceria.

Voltando a minha visão para a ótica de brasileiro, antes que alguém venha a me acusar de não sê-lo. Acusado pelo governo americano de ser incapaz de preservar um patrimônio tão importante quanto a Amazônia, começo a tecer algumas questões importantes para defender esse meu direito e a nossa capacidade de preservação da nossa Amazônia.

Em primeiro lugar gostaria de lembrar que, nos quinhentos e oito anos de nossa história, enquanto o mundo todo, inclusive os nossos colonizadores, se empenhavam em destruir todos os ecossistemas existentes em nome do desenvolvimento, o Brasil conseguiu preservar este que é conhecido como pulmão do mundo. Este fato parece estranho, 508 anos de preservação por um povo dito tão incapaz de preservar.

Para lembrar alguns destes biomas que foram devastados durante a recente historia da evolução da humanidade podemos falar na Tundra (úmida), a Floresta Boreal ou taiga (úmida), as Floresta temperada de folhas largas e mistas (úmida), a Floresta temperada de coníferas (úmida) e a Floresta Mediterrânea de Bosques e Arbustos (semi-árida) entre outros.

Esta certo que muito desta preservação foi devida a fatos supervenientes ao povo brasileiro, mas dizer que não houve nenhum esforço em fazê-lo é no mínimo, como diria o presidente Lula, uma grande sacanagem.

O fato é que devemos sim explorar a Amazônia, até por questões de soberania nacional sobre a ela como forma de garantia da propriedade desta parte tão importante do território brasileiro, mas devemos fazer isso de forma racional e sustentável. Para isso devemos separar, de imediato, a Amazônia Legal e o Bioma Amazônia, para não incorremos nos erros que a confusão comum entre essas duas Amazônias causam, as vezes até proposital, na geração de notícias ora, sobre a total e completa proteção da selva tropical brasileira, ora dando conta da sua iminente devastação e das suas conseqüências devastadoras sobre o equilíbrio do clima e da biodiversidade do planeta.

O avanço da agricultura sobre a Amazônia Legal é possível, apesar de não muito necessária, desde que feito de forma sustentável e sob a ótica do conservacionismo evitando uma ocupação predatória e sua conseqüente devastação.

O Bioma Amazônia precisa ser defendido e a melhor forma de defendê-lo é passar a conhecê-lo melhor através da formação, por exemplo, de parques dotados de infra-estrutura necessária para permitir novas pesquisas e possibilitar a defesa contra a biopirataria juntamente, ou através, da criação de legislação especifica para a proteção da fauna e da flora amazônica.

Fora isso, o mundo defende a preservação da Amazônia como uma forma de garantir a sobrevivência da raça humana, porém esquece, ou não quer, defender outras questões, tão ou mais importantes quanto esta, com a mesma finalidade como bem o disse o senador Cristovam Buarque, durante um debate em uma universidade nos Estados Unidos.

Veja Também: Matérias sobre a Amazônia

Um comentário:

Anônimo disse...

Oi Manoel,

Também fiz um post hoje sobre o assunto, mas pegando por um ponto de vista um pouco diferente.

Está aqui:
http://www.semrumo.com.br/index.php/a-internacionalizacao-da-amazonia-e-o-fu

Abraços,
Moisés