terça-feira, 8 de abril de 2008

Embrapa dá a largada nas pesquisas com fontes alternativas para produção de biocombustíveis

A Embrapa Meio-Norte deu início, em janeiro deste ano, à coleta e análise de material referentes à implantação do projeto Fontes alternativas de matérias-primas para produção de biocombustíveis, que visa a domesticação de quatro espécies com elevado potencial para a produção de óleo vegetal (macaúba, pequi, pinhão manso e tucumã), além de coletar informações para caracterizar outras sete espécies potenciais (baru, murumuru, buriti, inajá, andiroba, tucum e babaçu).

O projeto é coordenado pelo pesquisador da Embrapa Meio-Norte, Eugênio Celso Emérito Araújo, e integra esforços de 17 unidades descentralizadas da Embrapa, em todas as regiões do país, assim com 6 universidades e uma instituição estadual de pesquisa.

São público-alvo do projeto produtores de base familiar; empreendimentos de produção rural; Instituições de pesquisa, universidades e outras instituições de ensino; órgãos governamentais e comunidades tradicionais.

Segundo Emérito, o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB) estabeleceu um grande desafio para o setor produtivo e para a o desenvolvimento tecnológico na agricultura brasileira, pois amplia significativamente a demanda por óleos vegetais. Atualmente a produção é concentrada em oleaginosas de ciclo anual e com baixa produtividade de óleo por área (inferior a 1 t ha-1 ano-1).

Com esse projeto, espera-se estabelecer um primeiro sistema de produção para o pinhão manso, assim como a seleção de materiais promissores. Pretende-se chegar a uma melhor caracterização do potencial da macaúba, pequi e tucumã, sua distribuição espacial, diversidade genética, fenologia, biologia de reprodução e métodos de propagação.

Serão obtidas, ainda, informações sobre o potencial produtivo das demais oleaginosas estudadas, visando selecionar espécies promissoras para projetos futuros. De acordo com o pesquisador, os resultados alcançados pelo projeto terão importante impacto na diversificação das fontes de óleo vegetal, com espécies nativas com um menor impacto ambiental e maior garantia de fornecimento de matéria-prima para a indústria.

O projeto tem impacto, ainda, na geração de emprego e renda, com inserção de comunidades tradicionais, extrativistas, indígenas e agricultores familiares, mais aptas à condução dos sistemas de produção de oleaginosas nativas e perenes.

Eugênio destaca ainda que para se chegar ao sistema de produção definitivo para as quatro culturas seria necessário um prazo maior que os 48 meses previstos, mas que é fundamental para iniciar o processo de domesticação dessas oleaginosas, muito importantes para o efetivo cumprimento das metas de longo prazo do Plano Nacional de Agroenergia e do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel, com inclusão social e baixo impacto ambiental. “Certamente o projeto criará as bases para linhas de pesquisa complementares que se desenvolverão em projetos futuros, nas quais serão detalhados os sistemas de produção e selecionados materiais altamente produtivos e eficientes energeticamente. O projeto será fundamental, ainda, para a consolidação da rede de pesquisa em agroenergia que se encontra em estruturação na Embrapa, fortalecendo a Plataforma de Agroenergia da Empresa”, finaliza o pesquisador.

Fonte: Embrapa Meio-Norte
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