domingo, 4 de maio de 2008

Biodiesel no Senado

A Comissão de Serviços de Infra-Estrutura (CI) examina, na próxima quinta-feira (8) dois projetos de lei que tratam da introdução do biodiesel na matriz energética brasileira. O projeto de lei do Senado (PLS) 18/07, do senador Cesar Borges (PR-BA), estabelece linhas de crédito específicas para o investimento em unidades de produção de biodiesel e para o cultivo de oleaginosas a serem utilizadas como matéria-prima na fabricação desse tipo de combustível. A matéria já tem parecer favorável do senador João Tenório (PSDB-AL).


Já o PLS 121/06, também de autoria de Cesar Borges, antecipa para 2013 o prazo para adição do percentual mínimo obrigatório (5%) de biodiesel ao óleo diesel e estabelece a adição imediata do percentual intermediário de 2%. A proposta recebeu, entretanto, parecer pela rejeição do senador Francisco Dornelles (PP-RJ).

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Biocamp é a mais nova empresa com Selo Combustivel Social

A empresa Biocamp Indústria, Comércio, Importação e Exportação de Biodiesel Ltda é o mais novo empreendimento a receber a concessão de Selo Combustível Social . São agora 28 empresas com a identificação do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) como produtoras de biodiesel que promovem a inclusão social e o desenvolvimento regional.

Juntos, esses 28 empreendimentos possuem uma capacidade instalada total de 2,1 bilhões de litros, beneficiando mais de 100 mil agricultores familiares. Das empresas que participaram dos últimos leilões para entrega de biodiesel em 2008, hoje, todas possuem o Selo Combustível Social.

Fonte: Ecopress com informações da assessoria - 27/02/08, às 16h08

Babaçu e coco da Amazônia abastecem primeiro vôo comercial

O primiero avião comercial a testar biocombustível decolou neste domingo (24) do aeroporto de Heathrow, em Londres, com destino a Amsterdã, na Holanda. O Boeing 747 da companhia Virgin Atlantic voou utilizando bioquerosene feito a partir de óleos de coco e babaçu da Amazônia. O avião, que não possuía passageiros a bordo, teve um de seus quatro motores abastecidos apenas com o novo combustível " o que representa uma mistura de 25% de bioquerosene ao querosene de avião convencional.

A iniciativa faz parte de um projeto que reúne a Boeing, a General Eletric, companhias aéreas e fabricantes de aeronaves na corrida para desenvolver uma alternativa viável ao atual combustível de aviação. A busca ocorre em função do aumento do preço do óleo e também pela responsabilidade cada vez maior atribuída ao setor em relação ao aquecimento global.

A brasileira Tecbio, da qual o professor Expedito Parente (considerado o pai do biodiesel) faz parte, possui parceria com a Boeing e a Nasa desde 2006 para o desenvolvimento de um biocombustível para a aviação. A entidade, no entanto, não se manifesta sobre o assunto devido a um contrato de confidencialidade.

A Virgin acredita que em dez anos as linhas aéreas poderão utilizar a energia de plantas normalmente. "Há dois anos, as pessoas diziam que esse vôo seria impossível, que o bioquerosene congelaria a 30 mil pés de altura. O teste deste domingo foi puramente para provar que os biocombustíveis funcionam na aviação comercial", afirma o bilionário Richard Branson, que controla a Virgin.

O Boeing 747 pousou no aeroporto de Amsterdã depois de atingir a altitude máxima planejada de 25 mil pés, informou a Virgin, que não forneceu mais detalhes sobre o teste. A Autoridade de Aviação Civil do Reino Unido aprovou o vôo. O avião agora será levado para manutenção e o motor que recebeu bioquerosene será examinado.

O uso de cerca de 25% de biocombustível serviu para reduzir o risco do vôo, uma vez que os demais motores são capazes de fornecer a potência necessária para o avião caso haja qualquer problema. Branson diz que os testes mostraram ser possível voar com até 40% de bioquerosene na mistura.

Solução?

Hoje o combustível representa de 30% a 50% dos custos das companhias aéreas e a aviação contribui com cerca de 2% das emissões globais de dióxido de carbono (CO2). A expectativa do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU é de que esse volume cresça para 3% até 2050.

A Virgin diz que o uso de biocombustível ajuda no corte das emissões de gases causadores do efeito estufa. "Alguns de nós na indústria estamos de fato fazendo algo para reduzir nossas emissões de carbono. Eu não considero que seja só propaganda - é progresso, é de fato reduzir a contribuição da indústria da aviação nas emissões de CO2", afirma Paul Charles, diretor de comunicações corporativas da Virgin.

Ambientalistas, por outro lado, acreditam que a iniciativa do bioquerosene não pode ser vista como uma solução para reduzir as mudanças climáticas, pois a produção de alimentos seria afetada com a utilização de plantações para gerar combustível. "Nós achamos que o vôo de biocombustível da Virgin é mais uma distração das soluções reais para as mudanças climáticas", afirma Kenneth Richter, do grupo ambientalista Friends of the Earth.
Fonte: Ecopress com informações do CarbonoBrasil -28/02/08, às 10h43

BIONASA PLANTA 1,5 MIL HECTARES DE PINHÃO-MANSO E GIRASSOL

A Bionasa, que está construindo a maior planta de biodiesel do país em Porangatu (GO), conclui nesta terça-feira (4/3) todo o ciclo de plantio de aproximadamente 1,5 mil hectares das culturas de pinhão-manso e girassol no Norte de Goiás. A plantação foi feita em áreas de assentados do Programa Nacional de Reforma Agrária. Toda a produção de ambos vegetais pelos agricultores familiares estabelecidos nessas áreas será adquirida pela Bionasa para transformação em biodiesel.

"Em dezembro do ano passado, a Bionasa havia fechado parceria com cerca de 130 famílias de assentados da região Norte do estado de Goiás - Porangatu, Campinaçu, Mutunópolis, Novo Planalto e Amaralina - para o plantio", explica Adilson Paschoal Montanheiro, diretor da Bionasa. Cada família disponibilizou de 3 a 10 hectares para plantação de girassol ou pinhão-manso.

O complexo industrial de biodiesel da Bionasa, que será inaugurado em agosto, já está com a parte estrutural toda concluída. Atualmente, a empresa está recebendo e montando em Porangatu os equipamentos de produção do biodiesel encomendados à Dedini, indústria de base de São Paulo. Nesta primeira etapa, a Bionasa será capaz de produzir 200 mil toneladas de biodiesel por ano. Em 2010, com a ampliação da unidade, a capacidade de produção será de 400 mil toneladas/ano.

O diretor da Bionasa informa ainda que a empresa está cadastrando agricultores de pequeno, médio ou grande porte, que tenham interesse em fornecer pinhão-manso ou girassol à indústria. Os interessados podem entrar em contato com a Bionasa pelos telefones (62) 3362-3455 ou 3942-6766.
Fonte: Ecopress com informações da assessoria - 12/03/08, às 13h48

Valtra anuciou a venda de máquinas "100% biodiesel", e com garantia

A Valtra, fabricante de tratores e colheitadeiras da americana AGCO Corporation (que, entre outras marcas, tem também a Massey Ferguson), está em testes para passar a vender máquinas com garantia para abastecimento com 100% de biodiesel. Os testes da empresa também incluem a utilização de etanol para o abastecimento das máquinas. Sobre estes, a empresa não forneceu maiores detalhes.

Atualmente, as máquinas vendidas pela Valtra já saem com garantia para uso de uma mistura de 20% de biodiesel e 80% de diesel convencional. "Os testes devem terminar em outubro. É possível que a venda com garantia de 100% de biodiesel ocorra já no início de 2009", afirma Rogério Zanotto, coordenador de marketing de produtos da Valtra.

Leia a notícia na íntegra, clicando aqui.

Fonte: Valor Online

Com a palavra, o Pai do Biodiesel

O professor Expedito Parente responde a comentários do professor Pedro Sisnando Leite, ex-secretário do Desenvolvimento Rural (Governo Tasso). No dia 21 passado, Sisnando questionou a eficácia da produção de biodiesel produção de biodiesel no Brasil e, em especial, no Nordeste. “Na verdade, a questão do biodiesel no Brasil está totalmente equivocada. A proposta da mamona para o Nordeste é uma ficção científica que não está dando certo, graças a Deus”, disse Sisnando. Parente é considerado o pai do biodiesel. Pesquisa a tecnologia há mais de 30 anos.

“Trata-se de uma cultura que convive bem no semi-árido, por se adequar a solos pouco férteis e exige pouca água. A produtividade que vem sendo obtida não está satisfatória devido à não utilização de sementes de qualidade e ao manejo inadequado por parte da agricultura familiar. Uma nova variedade mais produtiva foi posta à disposição dos agricultores a BRS Energia, e crescem cada vez mais as atividades de assistência técnica rural”.

Parente explica: “A Mamona contém a ricina e ricinina, duas proteínas que são tóxicas aos homens e animais, e é por essa razão que sua torta não serve como ração animal sendo, no entanto, um excelente fertilizante para agricultura. Para o homem não se constitui risco, por seu conhecimento, para os animais é suficiente o manejo adequado do rebanho”. Quanto à relação energia gasta versus energia produzida pelos biocombustíveis obtidos, Parente afirma que Sisnando obteve a informação equivocada. E dá um exemplo: o etanol feito da cana de açúcar necessita de uma unidade de energia para produzir oito, o biodiesel do óleo de palma (dendê) precisa de uma unidade e produz nove, no biodiesel de soja a relação é 4, no biodiesel da mamona é 3 e o etanol de milho apresenta a menor proporção que é 1,5 (informações fornecidas pela Embrapa).

“Não consta ser a expectativa técnica, científica, comercial e econômica da grande maioria das entidades, especialistas, empresários e governos do mundo inteiro. Portanto, a melhor alternativa seria ainda a substituição do Petróleo pelos Biocombustíveis”. Sobre a moratória proposta por Jean Ziegler (FAO), e endossada por Sisnando, Parente define como “um morticínio coletivo de várias cadeias produtivas ligadas aos biocombustíveis no Brasil e no Mundo, como do etanol e do biodiesel”. Para ele, provocaria a redução de imensas quantidades de empregos e ocupação de mão-de-obra. No Brasil, diz, já foram criadas 630 mil novas ocupações com a agricultura familiar.

Expedito Parente conclui afirmando: “O Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel tem muitas falhas, porém, temos condições de saná-las, especialmente considerando seu pouco tempo de duração e os resultados que começam a ser obtidos. Por fim gostaria de propor ao Professor Sisnando um debate ou um encontro, quando poderíamos tratar de todos esses assuntos pessoalmente”.

Relator da ONU pede suspensão da produção de biocombustíveis

Relator da ONU pede suspensão da produção de biocombustíveisO relator especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para o Direito à Alimentação, Jean Ziegler, cujo mandato acaba nesta quarta-feira (dia 30), pediu nesta segunda (28) a suspensão da produção de biocombustíveis, apontados como uma das causas da forte alta nos preços dos alimentos.

No último dia 14, Ziegler havia classificado como "crime contra a humanidade" a produção de biocombustíveis. Dois dias depois, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu: "Crime contra a humanidade será descartar o biocombustível".

Há dez dias, o diretor-geral do FMI, Dominique Strauss-Kahn, também responsabilizou os biocombustíveis pela crise alimentar. Ele afirmou que os biocombustíveis são "um problema moral" e disse não descartar o apoio a uma moratória contra o produto.

OMC

Para Ziegler, os esforços da Organização Mundial do Comércio (OMC) para acelerar as discussões sobre liberalização do comércio trabalham contra aqueles que estão morrendo de fome.

"A linha tomada por Pascal Lamy (diretor-geral da OMC) é completamente contra os interesses das pessoas que estão morrendo de fome porque são exatamente as tarifas protecionistas que permitem que os produtores europeus cultivem lavouras para alimentação", disse ele.

A OMC e "os subsídios agrícolas de países ricos têm destruído a agricultura de países pobres, e um sistema mais aberto resultaria em menos distorção", acrescentou.

Ele também criticou o Fundo Monetário Internacional (FMI), que "impôs aos países mais pobres" o cultivo de lavouras que não são destinadas à alimentação, reduzindo assim ainda mais a produção de alimentos.

Arroz

Indagado sobre medidas protecionistas adotadas por vários países produtores de arroz, Ziegler afirmou que tal atitude gera especulação. Mas ele disse entender a atitude desses países, "que consideram antes suas próprias provisões".

Segundo ele, esses governos "sabem que, na história, distúrbios sociais causados pela fome podem derrubar Estados inteiros."

Fonte: Portal G1

Álcool

Etanol: EUA avançam em pesquisas
O milho, o etanol, os ricos e a fome
O etanol sob fogo Yes, "nois heve busu a àlcool"
Mandioca doce é nova opção para etanol Milho VS. Cana
Etanol será combustível de 25% dos carros em 2050,...
Cana não ameaça produção de alimento
Nova era da energia
Bagaço da cana para a produção de álcool
Mitos sobre o álcool
UE diz não entender ´aritmética´ do Brasil para o etanol

Usinas de biodiesel são interditadas em Mato Grosso

Irregularidades fiscais consideradas graves levaram a Secretaria de Fazenda de Mato Grosso a interditar três usinas de biodiesel nos municípios de Rondonópolis e Nova Mutum. Ao todo, 11 usinas do Estado foram fiscalizadas por uma força-tarefa entre os dias 14 e 18.

As empresas interditadas --que não tiveram os nomes divulgados-- não tinham autorização da ANP (Agência Nacional do Petróleo), licenciamento ambiental, autorização do Corpo de Bombeiros e não recolhiam o ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).

O valor das multas a cada empresa ainda não foi definido, mas, segundo a secretaria, será superior a R$ 100 mil e poderá chegar a R$ 300 mil. Pelos mesmos motivos, no final de 2007, outras seis usinas já haviam sido interditadas. Ao todo, 27 estão em operação.

Segundo a Sefaz, a fiscalização ocorreu por causa do "crescimento expressivo" da produção de biodiesel no Estado.

A secretaria diz que muitas usinas estariam operando em caráter "informal", em vínculo com cooperativas agrícolas ou dentro de outros parques industriais, como usinas de álcool.

"Os empresários do setor que pretendem se instalar em Mato Grosso devem se enquadrar à legislação estadual, ou vão ter suas usinas de biodiesel fechadas", disse o secretário estadual de Fazenda, Eder de Moraes Dias.

Com a recente interdição, já são nove as usinas lacradas pela Sefaz desde dezembro do ano passado. Segundo Moraes Dias, a fiscalização irá se estender até o final do ano e passará em revista todas as empresas cadastradas no Estado.

Das 54 usinas de biodiesel cadastradas atualmente, segundo a Sefaz, somente 27 estão em operação no Estado. "Todas precisam ter registros na ANP e os estoques devem ser submetidos a leilão pela Petrobrás. É um processo burocrático, mas que todos devem seguir."

Segundo ele, a sonegação no biodiesel, em uma produção que chega ao 40 milhões de litros mensais, é de "quase 100%". "Em um cálculo conservador, diria que estamos perdendo de R$ 7 milhões a R$ 8 milhões a cada mês, por conta desta situação", afirmou.

A reportagem não conseguiu identificar as empresas autuadas e lacradas. Em Mato Grosso, não foi encontrada uma associação que represente o setor.

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da Agência Folha, em Cuiabá
RODRIGO VARGAS

O Biodiesel e a Segurança alimentar

A questão do aquecimento global invoca aspectos geopolíticos que há poucos anos não estavam em discussão. As mudanças no clima podem ter implicações mundiais na área de segurança, podendo gerar conflitos diversos sobre domínio de áreas com disponibilidade de recursos naturais e com vocação para a produção de alimentos e energia.

Prevê-se que o problema possa limitar safras e disponibilidade de água em todo o planeta, suscitando confrontos. Nesse cenário de tensão, o Brasil apresenta-se como "potência ambiental" capaz de atuar como protagonista na discussão.

Varias ações já foram programadas nesse sentido, como os combustíveis renováveis. No caso do biodiesel, a obrigatoriedade do B2 implica um acréscimo significativo de demanda por soja, já que cerca de 80% são feitos a partir da oleaginosa. O consumo de biodiesel no Brasil, projetado para 2008 (antes da obrigatoriedade do B3), é de cerca de 850 milhões de litros, implicando o direcionamento de cerca de 4,25 milhões de toneladas de grãos para sua produção. Isto representa 7,3% da safra de soja prevista para este ano, significando área plantada de cerca de 1,5 milhão de hectares.

Ao mesmo tempo, o aumento da demanda por soja pressiona os preços da commodity. Há um ano, a saca de 60 kg era vendida a R$ 28,35. No início de janeiro, o valor alcançou R$ 50,00, com alta superior a 76%.

Além do biodiesel, o fator China é importante componente da discussão. Em 2008, ela deverá importar cerca de 25 milhões de toneladas, sendo 11,5 milhões do Brasil, impelindo, nesse caso, a definição de uma adequada política nacional. A produção de soja requer volume expressivo de água, escassa na China, que reduziu a produção da oleaginosa e aumentou a importação, sobretudo para fabricação de ração. Cabe, então, questionar: o Brasil está planejando corretamente sua fonte de recursos naturais - água -- de maneira sustentável para permitir a exportação crescente da commodity? O atual volume de água nas barragens incita uma nova discussão sobre a disponibilidade desse recurso.

Com a escassez mundial de água, prevê-se crescimento da demanda global de soja brasileira em cerca de 8% ao ano. Além dela, devemos exportar 8,5 milhões de toneladas de milho, 15,93% da safra estimada para 2008, com o correspondente volume expressivo de água. Na questão financeira internacional, a queda nos juros americanos pode tornar mais atrativos aos investidores o direcionamento de recursos à exploração da cadeia produtiva do biodiesel, sobretudo no Brasil.

Como parte de política agrícola, o País deve aproveitar essa nova onda, já que poderá aumentar sua área de plantio em mais de 20 milhões de hectares, sem invadir as áreas reservadas para florestas.

Nas pesquisas sobre o assunto, faz-se uso de diversos dados, especialmente os apresentados pela Food and Agriculture Organization (FAO), para identificar a quantidade de água utilizada em plantações ao redor do mundo.

Para a composição das informações sobre o comércio entre nações, possibilitando estabelecer a quantidade de água virtual nele embutida, uma das fontes é o Banco de Dados Estatísticos de Comércio de Commodities (Comtrade), das Nações Unidas, e dados do Centro Internacional de Comércio em Genebra.

As informações disponíveis indicam que a agricultura é a grande responsável pela utilização da água, representando 72% do consumo hídrico no mundo e 60% no Brasil.

Quase 20% da água mundialmente consumida na agricultura é comercializado com outros países sob a forma de produtos derivados das mercadorias agrícolas. De acordo com o Conselho Mundial da Água (CMA), cada quilo de pão gasta 150 litros de água para ser produzido. No caso da batata, são utilizados entre 100 e 200 litros de água, enquanto a mesma quantidade de arroz consome 1.500 litros. Para a produção da soja, utilizam-se cerca de dois mil litros por quilo colhido e para cada quilo de carne, 13 mil litros, em média.

Diante desses dilemas, cabe ao Brasil a definição de marco regulatório que estabeleça a inserção dos combustíveis renováveis dentro de uma política agrícola clara. Tal definição poderá dar mais previsibilidade aos empresários nacionais e aos investidores e compradores globais.

Além disso, contribuirá para prover segurança alimentar no País, com produção sustentável e sem os efeitos negativos do combustível para o meio ambiente.

ANTONIO CARLOS PORTO ARAUJO - Consultor da Trevisan Consultoria

Fonte: Gazeta Mercantil

Biotecnologia e a produção de biodiesel

No Brasil várias espécies vegetais são utilizadas atualmente para a produção do biodiesel, entre as mais citadas destacam-se: mamona, dendê (palma), girassol, babaçu, amendoim, cana-de-açúcar, canola, pinhão manso e soja, dentre outras.

Os investimentos e as perspectivas oferecidas pela agroenergia constituíram tema central nas discussões do agronegócio brasileiro em 2006. Devido a isso, em 2007, a biotecnologia agrícola brasileira esteve no auge de seu avanço tecnológico, onde há a expectativa em 2008 da possibilidade do aumento do uso desta tecnologia neste setor.

Considerando a diversidade brasileira de espécies, muitas são as oleaginosas utilizadas para os mais variados fins, principalmente para a produção de biodiesel. Pelo fato da política energética estar voltada para a busca de soluções para a significativa importação de petróleo e óleo diesel, uma das alternativas está sendo a utilização do biocombustível.

Entre as espécies mais utilizadas, a soja é a matéria-prima mais viável para a utilização imediata na produção de biodiesel (AGENUSP, 2006). No entanto, a soja não é a opção mais atrativa para produção de biodiesel, no que concerne ao custo de produção do seu óleo, quando comparada com outras oleaginosas. Entretanto, a escala de produção, as opções de conversibilidade do produto e a forma como está estruturado o seu complexo, colocam o biodiesel de soja como uma alternativa a ser fortemente considerada.

Porém é preciso considerar a utilização do algodão para a produção de biodiesel, na qual uma das vantagens em relação à soja e demais oleaginosas é que ninguém planta algodão por causa do caroço, a partir do qual se produz biocombustível, mas sim para obter a fibra. Sendo um subproduto ele vai agregar valor para o produtor ao criar demanda perto da região em que é produzido. A sua desvantagem é da produção ser relativamente baixa (PESSA, 2007).

Em 2007, foram dedicados 15 milhões de hectares à soja e ao algodão geneticamente modificados, área 30% maior que a da safra anterior. E esse é só o começo de uma onda que parece ser irreversível. Hoje, o agronegócio brasileiro depende de eficiência e redução de custos - e os transgênicos são uma de suas engrenagens fundamentais, pois a biotecnologia permite fazer mais com menos (STEFANO, 2008).

A produção de biodiesel, em 2007, foi de 402 milhões de litros, o que representou uma mistura média de B1 (1% de biodiesel no diesel). A produção foi igual ao consumo de biodiesel. A expectativa de produção de biodiesel para 2008, conforme projeção do Ministério de Minas e Energia é de pelo menos 1,05 bilhões de litros, sendo 420 milhões de B2, no 1º semestre, e 630 milhões de litros de B3, no 2º semestre. Cada 1% de biodiesel misturado ao diesel representa um ganho na balança comercial da ordem de US$ 300 milhões/ano, em virtude da substituição de diesel importado. Ou seja, com a mistura B3 a economia de divisas será de aproximadamente US$ 900 milhões (Portal Agronegócio, 2008).

De acordo com o coordenador de Agroenergia, da Secretaria de Produção e Agroenergia (SPAE), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Frederique Rosa e Abreu, atualmente, 90% da matéria-prima utilizada no biodiesel são provenientes do óleo de soja, os outros 10% vêm do algodão, amendoim, palma de dendê, gergelim, girassol, mamona, canola e sebo ou gordura animal.

Leila Macedo Oda
Ph.D Imonulonologia e Microbiologia - ANBio

Vivian Cristina da Silva Faustino
Bacharel em Ciências Biológicas – ANBio

Kelly C. A. de Souza Borges
MSc. Ciências Ambientais e Florestais – ANBio
Contato: secretaria@anbio.org.br

Ver materia completa aqui

Fonte: ANBio

Biodiesel na Amazônia

Não há, em nenhuma região do planeta, um conjunto tão amplo e diversificado de recursos ambientais ou de capital natural como o que se observa na Amazônia, mesmo considerando que parte desse conjunto vem sendo dilapidada pelo uso predatório em atividades econômicas não sustentáveis, ao longo das últimas décadas.

Entretanto, a região ainda se caracteriza por indicadores socioeconômicos precários para a maioria de sua população.

Como a Amazônia poderá ter cerca de 40 milhões de habitantes no ano de 2020, não pode contentar-se com os ritmos médios de crescimento econômico observados nos últimos anos, sob o perigo de se ampliarem as suas taxas de desemprego e de pobreza. Assim, é fundamental que se implante na região um número expressivo de projetos estruturantes de desenvolvimento sustentável, ao longo da próxima década.

Há inúmeras dificuldades para identificar, elaborar e implantar esses projetos por causa, principalmente, da desinformação sobre as potencialidades econômicas da Amazônia e de um conjunto numeroso de preconceitos sobre como lidar com o ecodesenvolvimento da região. Enquanto não se encontra uma trajetória estratégica de desenvolvimento sustentável para a Amazônia, há forças econômicas e sociopolíticas em ação, promovendo a erosão da capacidade regenerativa e assimilativa dos ecossistemas regionais, enquanto escondem os seus interesses velados por meio do biombo da sustentabilidade ambiental.

Uma das oportunidades de investimento adequado para a Amazônia, tanto do ponto de vista privado quanto do mérito social, é a produção do biodiesel de dendê em áreas de campos e pastagens, degradadas ou não, desde que em condições edafoclimáticas favoráveis ao cultivo. Essas áreas são gigantescas, pois se situam dentro do arco de desmatamento da cobertura florestal original, que se estima ter chegado em torno de 20% nos dias de hoje.

Em primeiro lugar, já se dispõe da avaliação econômico-financeira de alguns desses projetos, implantados ou em fase de implantação. Eles despontam com altíssima taxa de rentabilidade privada e baixos índices de riscos sistemáticos ou específicos, calculados de forma conservadora, tendo em vista as incertezas dos mercados de energia e das próprias inovações tecnológicas no campo da bioenergia. Os motivos para rentabilidade tão elevada são óbvios: preço relativamente baixo da terra e da mão-de-obra não qualificada, disponibilidade de zoneamento econômico e ecológico, controle de pragas, sementes selecionadas, tendência à equivalência de preço do biodiesel com o crescente preço do diesel mineral, etc.

Em segundo lugar, num processo de avaliação socioambiental, os investimentos em biodiesel de dendê apresentam impacto ambiental significativamente benéfico para a sociedade, seja pela redução do consumo de energia não renovável e conseqüente diminuição das emissões atmosféricas, seja pela recuperação de áreas ecologicamente degradadas com o plantio da palma. Assim, a rentabilidade socioambiental dos investimentos supera a rentabilidade estritamente financeira pela incorporação no fluxo de caixa do valor econômico das externalidades positivas geradas pelos projetos. Pastagens são substituídas por palmeiras; resíduos são reaproveitados como fertilizantes ou combustíveis; é processada a recuperação das matas ciliares e de seus respectivos mananciais; etc.

Finalmente, cabe registrar que, em razão da baixa produtividade dos recursos naturais e da falta de oportunidades de emprego de qualidade dos municípios onde se localizam os investimentos, esses têm a capacidade de ampliar os níveis do emprego, da renda, da base tributável e das compras locais nas etapas de implantação e de operação. Além do mais, tem sido possível conciliar os grandes projetos de investimento em biodiesel com parcerias com a agricultura familiar local, por meio de contratos de compra antecipada do dendê e da transferência de tecnologia na sua produção.

É preciso ficar claro, também, que, se as lideranças políticas e comunitárias locais não se organizarem e não se mobilizarem endogenamente para o aproveitamento das oportunidades que serão criadas pelos investimentos em biodiesel, todas as estimativas e os cálculos previstos sobre os benefícios sociais e econômicos dos projetos poderão se frustrar ao longo do tempo.

Paulo R. Haddad - foi ministro do Planejamento e da Fazenda no governo Itamar Franco

Do portal do Agronegócio

Saiba o que se disse sobre biocombustíveis e crise dos alimentos

- ONU, Bird e mídia internacional criticaram modelo do Brasil
- Governo brasileiro e União Européia defendem a produção dos biocombustíveis

A discussão sobre a crise mundial dos alimentos e a polêmica sobre a produção de biocombustíveis retomou fôlego ainda no fim de março, quando a Organização das Nações Unidas (ONU) declarou "emergência global", com a alta nos preços de alimentos em todo o mundo, afirmou que a alta no preço de alimentos deve durar até 2010 e que o estoque mundial de alimentos é o menor em 30 anos. A ONU declarou também que a estabilidade global está ameaçada pela alta no preço dos alimentos.

Na última semana, no entanto, o debate esquentou com declarações de outros organismos mundiais como Banco Mundial (Bird) e o Fundo Monetário Internacional (FMI), da mídia internacional e do governo brasileiro.

O FMI foi o primeiro a se manifestar sobre o problema da crise dos alimentos. No dia 10 deste mês, o diretor-gerente do fundo, Dominique Strauss-Kahn, afirmou que a inflação pode ter voltado ao mundo por conta da alta dos preços dos alimentos, apesar da desaceleração generalizada da economia.

O Bird fez críticas mais duras e foi criticou diretamente a produção dos biocombustíveis. "Os biocombustíveis são sem dúvida um fator importante" no aumento da demanda em produtos alimentares, afirmou o presidente do banco, Robert Zoellick, em entrevista à rádio pública americana NPR.

No dia seguinte (11), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou, na Holanda, que a elevação mundial do preço dos alimentos é uma "inflação boa", que "convoca" os países a produzir mais e atender à demanda por alimentos no mundo.

'Crime contra a humanidade': A ONU voltou a se pronunciar na última segunda-feira (14), o dia mais quente do debate, quando o relator especial para o Direito à Alimentação, o suíço Jean Ziegler, em entrevista a uma rádio alemã, declarou que os biocombustíveis são um "crime contra a humanidade".

No mesmo dia, a União Européia se pronunciou a favor da produção dos biocombustíveis e disse não ver relação com a produção de alimentos. "No momento, não há hipótese de suspendermos a meta de biocombustível", afirmou Barbara Helfferich, porta-voz da Comissão Européia sobre o meio ambiente.

"Realmente não vemos um perigo enorme, dentro do contexto da UE, de uma grande mudança da produção de alimentos para a produção de biocombustível", disse Michael Mann, porta-voz de agricultura da comissão.

O governo brasileiro, por meio do Itamaraty, declarou que a produção de biocombustíveis no Brasil não concorre com a de alimentos.

Mídia internacional: Na terça-feira (15), o jornal britânico "The Independent" publicou reportagem em que dizia que a experiência do Brasil com o etanol pode servir como um exemplo para o mundo das desvantagens apresentadas pela suposta "revolução energética" criada pelos biocombustíveis.

Governo brasileiro: Na última quarta (16), o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, defendeu o programa brasileiro de desenvolvimento de biocombustíveis e disse que a produção de etanol no país é compatível com a de alimentos.

O ministro de Minas e Energia, Edson lobão, também se manifestou. “Aqueles que nos criticam não estão produzindo biodiesel. Não seríamos irresponsáveis de prejudicar a produção de alimentos, mas não vamos deixar de fazer o que é certo porque estamos sendo criticados por estrangeiros com interesses específicos”, afirmou.

Na quarta-feira (16), foi a fez de o presidente Lula rebater as críticas de Ziegler. Sem citar o relator da ONU, Lula disse que “é muito fácil alguém ficar sentado num banco da Suíça dando palpite no Brasil ou na África”.

'Pior está por vir': Na última sexta-feira (18), o diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, disse temer que "o pior" ainda esteja por vir nos distúrbios causados pela crise alimentícia em países pobres."Nas revoltas da fome, o pior, infelizmente, talvez esteja à frente de nós", disse.

O diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), Jacques Diouf, declarou que a alta dos alimentos só será enfrentada com vontada política.

"Tudo vai depender das ações políticas e das ações humanas como respaldo a essa vontade política. Se colocarmos mais recursos na agricultura, se colocarmos mais recursos na agricultara familiar, se podemos assegurar que os produtores pobres terão acesso aos insumos... podemos mudar a situação", afirmou o chefe da FAO, acrescentando que essas mudanças não podem ser colocadas em prática "em dias".

Fonte : O Estado de S. Paulo.

domingo, 27 de abril de 2008

MWM internacional testa o Biodiesel B20

A MWM INTERNATIONAL Motores, líder na fabricação de motores diesel no Mercosul, estuda constantemente novos combustíveis alternativos para serem usados em seus motores, como o biodiesel.

Hoje, a empresa possui um programa de testes com diferentes misturas de biocombustível, em diversos propulsores da sua gama de produtos, entre eles, podemos destacar as avaliações em motores agrícolas, realizado com B20 de soja e mamona, com mais 6.600 horas acumuladas de rodagem.

Os oito tratores que estão sendo testados com a mistura desde julho de 2007, são equipados com o motor Série 229 injeção mecânica, com potência que varia de 75 a 100 cavalos. De acordo com o gerente de desenvolvimento do produto, Guilherme Ebeling, a previsão é finalizar os testes em setembro de 2009. "Vamos concluir com 16 mil horas acumuladas com ótimos resultados de performance".

A partir de julho deste ano, a empresa iniciará testes de campo com a mistura B20 em uma frota de 12 ônibus, e depois pretende estender os processos para caminhões e picapes. "É importante ressaltar que todas as nossas avaliações são aprovadas pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (CNT)", completa Ebeling.


Por CDI/Site da Maxpress

Além dos biocombustíveis

Organismos internacionais colocam outros fatores em questão no debate sobre a alta nos preços dos alimentos.

O debate sobre a alta nos preços dos alimentos no mundo esquentou essa semana. Agora, além do crescimento dos biocombustíveis, outros fatores entraram na mira dos organismos internacionais.

A Conferência das Nações Unidas para o comércio e desenvolvimento, realizada em Gana, na África, manifestou temor de que a crise dos alimentos prejudique o continente que tem as maiores taxas de pobreza no mundo.

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Soja em alta afeta a produção de Biodiesel no Brasil

O aumento no preço da soja causa problema na produção de biodiesel, que é feito a partir do grão.

A produção de biodiesel, no Brasil, está sendo feita quase toda a partir da soja. Só que o preço do grão subiu nos últimos tempos e isso está causando problema.

Desde janeiro deste ano é obrigatória a adição de 2% de biodiesel no diesel utilizado pela frota brasileira. Atualmente, oitenta por cento do biodiesel é obtido a partir do óleo bruto de soja. O mercado é regulado pela ANP, Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. A comercialização tem sido feita por meio de leilões. De 2006 para cá já foram realizados nove.

A soja, que é vendida para as esmagadoras, pode virar farelo, óleo ou ir para a produção do biodiesel. Mas na hora de decidir em que transformar o grão, a conta do combustível biológico fica em desvantagem.

Uma usina em Campo Verde comprometeu-se no leilão do ano passado a vender para a ANP quatro milhões de litro de biodiesel. O problema é que o preço da matéria-prima é maior do que o valor obtido na venda do produto final, o biodiesel. A usina gasta uma média de R$ 2,40 para comprar um litro de óleo bruto de soja para produzir o biocombustível. Mas no leilão em que a usina participou, a ANP fixou o valor de venda do litro do biodiesel a uma média de R$ 1,86.

“Há dificuldade em encontrar lotes significativos dentro de um preço condizente com o que foi ofertado através do leilão da Petrobrás”, contou o gerente da usina Lluiz Gustavo de Moura.

Mato Grosso tem 18 usinas autorizadas a vender biodiesel nos leilões da ANP. Todas fecharam contratos a preços inferiores aos praticados hoje no mercado de óleo bruto de soja. Este mês, novos leilões foram realizados e o preço médio que a ANP vai pagar pelo litro do biodiesel subiu cerca de 40%. Foi para R$ 2,69 o litro.

Para a Ubrabio, União das Indústrias de Biodiesel, o aumento dá mais fôlego ao setor.

“Nós tínhamos relativamente aos leilões passados duas situações: os que fizeram a opção por vender com prejuízo e os que fizeram a opção por ficar parados. Então, tínhamos empresas recém-instaladas, modernas, operando com prejuízo. E empresas modernas paradas porque não quiseram trabalhar com prejuízo. Agora, pelo menos permite trabalhar sem estando a pagar para fazê-lo”, explicou Odacir Klein, presidente da Ubrabio.

Em Brasília, o Globo Rural procurou o Ministério de Minas e Energia.

Ricardo Dornelles é diretor do Departamento de Combustíveis Renováveis do Ministério de Minas e Energia. Ele participa das decisões sobre as políticas do biodiesel e acompanha o monitoramento do mercado em parceria com ANP, a Agência Nacional do Petróleo.

“Nesse primeiro semestre, três usinas foram vencedoras do leilão. Existem hoje duas usinas com atraso bastante significativo. Existem outros conjuntos de empresas que estão atrasadas também, mas em um nível ainda compatível com as regras previstas no edital. As providências estão sendo tomadas para que sejam aplicadas as penalidades previstas no contrato. A soja é usada como matéria-prima para a produção da soja porque é o grão é a estrutura agropecuária mais desenvolvida. Ao longo de décadas foram feitos grandes investimentos públicos e privados, no desenvolvimento de espécies, de aprimoramento genético, controle de pragas que dá um nível de conhecimento tecnológico muito grande e, por tanto, com altos índices de produtividade. As outras culturas estão neste processo. Com o passar do tempo, elas vão tirar o espaço da soja, já que elas têm uma densidade energética maior que a da soja, ou seja, tem mais óleo contido na semente do que na soja”, esclareceu Dornelles.

Segundo o Ministério, as empresas que não cumpriram os contratos estão respondendo a processos administrativos. Dependendo dos resultados, elas poderão ser proibidas de participar de novos leilões.

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sábado, 26 de abril de 2008

Biodiesel feito de Cana-de-Açúcar

A companhia norte-americana Amyris e a trading brasileira de açúcar e álcool Crystalsev anunciaram nesta quarta-feira a formação de uma joint venture para produzir e comercializar biodiesel feito a partir de cana-de-açúcar.

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Itamaraty pede que FMI combata subsídios agrícolas, e não bioenergia

O ministro Celso Amorim (Relações Exteriores) pediu nesta sexta-feira que organismos multinacionais, como o FMI (Fundo Monetário Internacional), combatam os subsídios agrícolas na Europa e nos Estados Unidos, em vez de atacar a bioenergia e vinculá-la à atual crise dos alimentos.

"Se o Fundo Monetário Internacional pode ajudar a conseguir que os países mais ricos eliminem os subsídios a suas ineficientes agriculturas, dará muito mais" do que quando critica a produção de biocombustíveis, disse Amorim a jornalistas.

O ministro das Relações Exteriores fez essas declarações dentro da 30ª Conferência Regional para a América Latina e o Caribe da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura), que terminou nesta sexta em Brasília.
Celso Amorim contestou as afirmações do diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, que disse nesta sexta-feira, em Paris, que "o pior" pode estar por vir na crise alimentícia global, e considerou também que os biocombustíveis produzidos com alimentos colocam "um verdadeiro problema moral".

Segundo Amorim, o Brasil --como grande produtor de álcool de cana-de-açúcar e de biodiesel-- é uma prova de que, se são produzidos com consciência ambiental e sem descuidar da segurança alimentar, os biocombustíveis ajudarão ao desenvolvimento dos países mais pobres.

"Produzir biocombustíveis na Europa seria absurdo", disse o chanceler, mas acrescentou que "não é no Brasil, na África ou na América Latina", regiões cujo potencial agrícola está reprimido devido aos "subsídios que o mundo desenvolvido concede à sua agricultura".

"O que o mundo deve discutir é a eliminação total desses subsídios, e não a eliminação dos biocombustíveis", afirmou.

Nesta semana, a bioenergia tinha sido condenada também pelo relator da ONU, Jean Ziegler, que disse que a produção e o uso de biocombustíveis se transformaram em um "crime contra a humanidade", devido aos problemas atuais com o aumento dos preços dos alimentos.

Na semana passada, o presidente do Bird (Banco Mundial), Robert Zoellick, afirmara que o forte aumento da produção de biocombustíveis nos Estados Unidos e na Europa é um fator importante da disparada dos preços dos alimentos no mundo.

Reação

Em resposta às declarações de Jean Ziegler, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse na quarta-feira (16) que descartar a produção de biocombustíveis é o "verdadeiro crime contra a humanidade".

No mesmo dia, Lula chamou de "palpiteiros" os que têm relacionado a alta dos preços dos alimentos com a produção de biocombustíveis. "É muito fácil alguém ficar sentado em um banco da Suíça e ficar dando palpite no Brasil e na África. É preciso vir aqui meter o pé no barro", disse o presidente.

Lula disse que a alta recente nos preços dos alimentos não tem uma única explicação. Entre as causas, o presidente relacionou o aumento no preço do petróleo, a quebra em safras de mundo todo, o aumento no valor dos fretes, as variações cambiais, a especulação financeira e o aumento no consumo em países como China, Índia e da África e América Latina.

O presidente cobrou a criação de políticas globais para a segurança alimentar e criticou o protecionismo e os subsídios agrícolas nos países ricos. Ele ressaltou que o sucesso da Rodada Doha depende da abertura do mercado agrícola europeu e da redução de subsídios na Europa. "O Brasil não precisa ganhar, mas a Europa e os Estados Unidos precisam ceder e os países pobres ganharem", concluiu.

Lula criticou ainda o FMI, a quem acusou de não ter dado "uma única opinião" sobre a crise americana e disse que os países desenvolvidos só reagem em situações de emergência.

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Europa pode taxar o biodiesel Americano

Nesta sexta feira em Bruxelas os produtores europeus de biodiesel abriram uma nova disputa comercial internacional ao pedirem a adoção de taxas de importação punitivas sobre o biodiesel dos Estados Unidos.

Com a demanda por biocombustíveis começando a aumentar à medida que o mundo busca maneiras de lidar com a mudança climática e os norte-americanos aplicam subsídios injustos, o restante do mudo começa a notar que isso está prejudicando a evolução da produção.

"Desde 2007, como resultado dessas medidas, houve um forte aumento nas exportações de biodiesel dos EUA para a UE, criando assim um prejuízo severo à indústria de biodiesel da região", disse o CEB em um comunicado.

O Conselho afirmou que estava pedindo formalmente à comissão executiva da UE que aja em relação às importações dos EUA com taxas antidumping e anti-subsídios.

A indústria européia reclama há tempos que os subsídios dos EUA para o biodiesel "B99", que é misturado com 1% de diesel, quebram as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC).

Os norte-americana taxaram a reclamação européia como "hipócrita", e dizem estar fazendo possível para atingir as especificações européias para combustíveis e outras políticas.

A Comissão Européia tem 45 dias a partir do momento em que recebe uma reclamação para decidir se dá início a investigações. Ela tem então até nove meses para adotar taxas de maneira provisória, se encontrar evidência de que as regras comerciais foram quebradas. Essas taxas podem se tornar definitivas, normalmente durante cinco anos.

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Comissão aumenta crédito rural e exclui biodiesel

A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural aprovou na última quarta-feira (16) o Projeto de Lei 1901/07, do deputado Uldurico Pinto (PMN-BA), que aumenta de 25% para 35% o percentual que os bancos devem destinar ao crédito rural.

Esse percentual é calculado sobre a média diária de depósitos a vista. A proposta foi aprovada com emenda da relatora, deputada Jusmari Oliveira (PR-BA), que exclui do texto a obrigatoriedade de que 40% desses recursos sejam destinados ao financiamento de lavouras para a produção de biodiesel.

Jusmari Oliveira argumenta que os recursos para a produção de biodiesel resultariam na redução do crédito para a produção de alimentos. Além disso, ela lembra que essas plantações já contam com recursos do Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf), que teriam condições mais atrativas que as oferecidas com recursos da exigibilidade bancária.

Outra mudança da relatora aprovada pela comissão é a alteração na regra de preferência para o Semi-Árido nordestino nas operações de crédito rural. Na proposta original, Uldurico Pinto destina 20% dos recursos reservados para lavoura de matérias-primas do biodiesel (40% de todo o crédito rural) para produtores do semi-árido de estados do Nordeste. Para manter benefícios para a região, Jusmari Oliveira destina 5% do total de recursos do crédito rural para o Semi-Árido, em vez dos 20% dos recursos reservados para o biodiesel.

Pela emenda, caso não haja demanda nessa região, o dinheiro poderá ser destinado a atividades rurais da área de abrangência da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene).

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