Com 20 mil metros quadrados, a sede da usina será no setor de indústrias de Ceilândia. O óleo de cozinha usado em restaurantes, hotéis, indústrias e residências que é jogado fora na rede de esgoto do Distrito Federal ganhará um novo destino. Daqui a quatro meses, a primeira usina de biodiesel a partir do óleo vegetal começará a funcionar. O terreno para sediar o empreendimento da empresa brasiliense Eco Brasília Diesel, a Ecobrás, foi cedido pelo governo do Distrito Federal. Com 20 mil metros quadrados, a sede da usina será no Setor de Indústrias de Ceilândia.O investimento para a construção da usina e compra de equipamentos, todos vindos da Alemanha, foi em torno de R$ 7 milhões. A expectativa é criar 250 empregos diretos a partir da usina, e 10 mil indiretos. A meta inicial dos empreendedores é produzir 50 mil litros de B-100, a forma mais pura do combustível, por dia. E em breve aumentar a produção para 300 mil litros diários.
Para o secretário de Desenvolvimento Econômico, vice-governador Paulo Octávio, a iniciativa da empresa Ecobrás é uma oportunidade de desenvolvimento para o DF.
“A usina de biodiesel vai gerar empregos e renda, além de aproveitar o que hoje causa danos ao meio ambiente. O DF tem tudo para ser um exemplo de desenvolvimento sustentável”, disse Paulo Octávio.
O projeto da produção de biodiesel a partir do óleo vegetal já começou. De acordo com o presidente da Ecobrás, Paulo Roberto Miranda, o processo de coleta de óleo já recolhe cerca de 3.500 litros por dia. Enquanto a usina não começa a funcionar na Ceilândia, o óleo está sendo vendido para outras indústrias no Brasil.
Dos 10 mil restaurantes existentes no DF, 1.280 já estão credenciados para doar óleo de cozinha à usina. Depois de usar o óleo vegetal, moradores do DF também podem fazer doações. A Ecobrás leva o recipiente até a residência de quem quer participar do projeto e recolhe em seguida. A coleta do óleo será feita por catadores organizados em cooperativas. Segundo Miranda, trata-se de uma forma de gerar renda para milhares de famílias e de aproveitar a experiência de coleta de papéis que Brasília tem por meio de cooperativas.
“No início, nossa usina será movida a óleo vegetal. Depois partiremos também para outras matérias-primas, como grãos, que é a forma mais tradicional de se elaborar o biodiesel”, afirmou Miranda.
O projeto da usina foi anunciado ontem durante apresentação do Fórum de Energias Alternativas, promovido pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico. Para o coordenador do Fórum, Emerson Freddi, um dos objetivos da secretaria é levar usinas de biodiesel de pequeno porte para a área rural do Distrito Federal e do Entorno. Lá, a capacidade de produção do combustível será de até 800 litros por dia.
“Podemos ter repercussão na região do Entorno, alterando a matriz produtiva da região para produção das matérias-primas usadas na produção do biodiesel como soja, girassol e mamona”, argumentou Freddi.
De acordo com o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel, do governo federal, o biodiesel pode substituir total ou parcialmente o óleo diesel de petróleo. Trata-se de um combustível renovável que permite a economia com a importação de petróleo e óleo diesel e também reduz a poluição ambiental. Além de gerar alternativas de empregos em áreas geográficas menos atraentes para outras atividades econômicas e, assim, promover a inclusão social.
Fonte: Ecopress / Gazeta Mercantil.
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