quinta-feira, 12 de julho de 2007

Pesquisador do Cesumar estuda pinhão manso


O cultivo do pinhão manso para produção de biodiesel tem sido apresentado como uma nova oportunidade para os pequenos e médios agricultores. A planta seria rústica, de fácil cultivo e ofereceria um bom rendimento de óleo. Até o governador, Roberto Requião (PMDB), chegou a dizer que o pinhão seria uma grande saída para o Estado, durante a abertura da Exposição de Maringá. No entanto, um plantio feito na fazenda experimental do Centro Universitário de Maringá (Cesumar), tem demonstrado que a cultura precisa de cuidados especiais.

O professor doutor da faculdade de agronomia do Cesumar, Pérsio Sandir D"Oliveira, plantou 250 pés de pinhão manso na fazenda experimental da universidade há cerca de um ano. Desde então, tem acompanhado o crescimento das plantas para submetê-las a uma série de experimentos e estudar seu desenvolvimento. Nesse período, ele percebeu que os pés que receberam adubo e cuidados especiais cresceram quase o dobro dos que não tiveram o mesmo tratamento.

Segundo o professor, apesar do pinhão manso ser nativo do Brasil, não existem recomendações agronômicas para seu plantio em escala industrial. Outro problema levantado pelo pesquisador, é que a planta é natural do Norte e Nordeste do Brasil e por isso não se sabe ainda como seria sua produção na região Sul. ""Até mesmo as pesquisas da Embrapa sobre o pinhão estão sendo feitas no Nordeste. Acho que esse é o único plantio feito para estudos no Sul"", comenta.

Durante quase um ano de acompanhamento, o professor constatou que a planta sofre o ataque de pragas e doenças como ácaro e oídio. Também percebeu que ela necessita de adubação para se desenvolver com mais rapidez. O pesquisador ainda notou que o pinhão teve folhas queimadas durante os dias de frio que ocorreram no mês de junho, mas ainda não sabe ao certo se o frio intenso pode influenciar na produção.

Para venda comercial, a planta dá frutos a partir do terceiro ano e tem uma vida útil de 80 anos, ou seja, não precisa ser replantada a cada dois anos como a mamona, sua principal concorrente para produção do biodiesel. ""A semente do pinhão tem 40% de óleo. Esse óleo já foi usado na época do descobrimento das lamparinas, porque não produzia fumaça"", lembra.

Sandir acredita que o tempo poderá afirmar se o pinhão é uma boa opção para região ou não. Até agora, pode afirmar que a planta já deu frutos em seu primeiro ano de plantio e que está suscetível a pragas como outras culturas. ""Talvez o pinhão seja uma boa opção para produção do biodiesel, mas não podemos afirmar que ela não é tão rústica como se vinha pregando"", argumenta.

Fonte: Folha de Londrina

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