sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Subproduto do biodiesel vira alimento

Os vegetais de onde é extraído o óleo para o biodiesel podem virar também complementos alimentares para o rebanho leiteiro. A técnica, que surge como alternativa prática e econômica para o setor, está sendo apresentada na Expoagro pelo Departamento de Zootecnia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). De acordo com o professor Harold Ospina Patino, esta é uma forma de agregar valor ao cultivo de mandioca, batata-doce, girassol e cana-de-açúcar com a produção de farelo e blocos multinutricionais com sais minerais energéticos e protéicos, além da torta de girassol. O projeto da universidade está em andamento desde abril de 2006 e contempla fumicultores de Vera Cruz.

O alimento serve para animais em pasto de baixa qualidade ou confinamento e a quantidade do suplemento para cada animal é adaptada de acordo com o sistema de produção. Platino explica que tanto o farelo quanto os blocos possuem até 38% de proteína e representam um custo de até 40% abaixo dos suplementos convencionais.

A torta de girassol é obtida a partir do farelo que sobra com a prensagem dos grãos. Os produtores que participam do cultivo da planta para a produção de biodiesel já estão obtendo bons resultados com a utilização da torta como complemento alimentar. O produtor Erci Antônio de Oliveira Lopes, da localidade de Moinho Queimado, interior de Barros Cassal, utilizou cerca de um quilo por dia da torta de girassol na alimentação do rebanho e comemorou o aumento da produção de leite e a diminuição do custo com a alimentação.

Na feira, os visitantes podem acompanhar desde o beneficiamento dos grãos até a transformação do óleo vegetal em biocombustível nas microusinas. Uma delas produz o óleo vegetal extra-virgem a partir dos grãos de girassol, canola e soja. A usina tem capacidade para fabricar 160 litros de óleo por hora consumindo, para isso, 400 quilos de grãos.

A Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) apresenta uma usina desenvolvida pelo Departamento de Química e Física, Mestrado em Tecnologia Ambiental e Programa de Pós-Graduação em Sistemas e Processos Industriais. A máquina tem dois reatores que processam o óleo vegetal, fabricando cem litros de biodiesel por dia. O equipamento ainda está em fase de testes. Além de reduzir o consumo de energia elétrica no processo, o objetivo é buscar o melhor aproveitamento dos subprodutos do biodiesel. A produção de etanol também é destaque da feira.

Fonte: Gazeta do Sul

Bernanke defende o etanol brasileiro

Reduzir tarifas ajudaria a controlar a inflação

O presidente do Federal Reserve (FED) - o Banco Central dos Estados Unidos -, Ben Bernanke, afirmou ontem que é a favor da redução das tarifas que o governo norte-americano cobra na venda do etanol brasileiro em seu território. Bernanke explicou que isso ajudaria a reduzir a pressão sobre os preços dos alimentos, por causa do crescimento da demanda pelo biocombustível.

“Sou a favor do livre comércio e creio, por exemplo, que permitir a entrada do etanol brasileiro reduziria os custos nos Estados Unidos”, declarou o presidente do FED ao Comitê Bancário do Senado dos EUA.

O presidente do FED afirmou que, como a produção de etanol dos EUA tem como ba-se o milho, os preços deste alimento aumentaram muito. Bernanke apontou outros problemas como o direcionamento de uma parte significativa do milho para produzir etanol.

O governo norte-americano cobra uma taxa de 2,5% sobre o etanol brasileiro, além de exigir um pagamento de US$ 0,54 por galão do produto, que tem como base a cana-de-açúcar. No ano passado, o governo brasileiro assinou um acordo de cooperação na área do etanol com o governo norte-americano.

Fonte: Setorial News

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

E a qualidade do Biodiesel, como fica?

O Bom Dia Brasil de hoje trás uma reportagem sobre a qualidade do Biodiesel no Brasil.

Veja a Reportagem:

Reduzir os níveis de poluição e os custos da utilização de petróleo: foi com essa idéia que surgiu o biodiesel, um combustível derivado de fontes renováveis. Mas como saber se é boa a qualidade do nosso biodiesel?

Reduzir os níveis de poluição e os custos da utilização de petróleo – foi com essa idéia que surgiu o biodiesel, um combustível derivado de fontes renováveis. Mas como saber se é boa a qualidade do nosso biodiesel?

Um combustível de baixa qualidade, além de danificar o veículo, pode provocar problemas de saúde. Análises mostram grande quantidade de resíduos que podem também prejudicar o motor dos automóveis.

Uma pesquisa feita pela Universidade de Campinas (Unicamp) mostrou que o biodiesel não está passando por todas as etapas de purificação necessárias.
Mistura de álcool com óleo vegetal, o biodiesel surgiu como esperança para reduzir a poluição. Mas o pesquisador Rodrigo Ramos Catarin, especialista da Universidade de Campinas, que coletou amostras em dez distribuidoras nas regiões Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste do Brasil, denuncia: o biodiesel usado hoje no país não tem qualidade.

O principal motivo é que os produtores não estariam respeitando todas as etapas de purificação necessárias. No Laboratório de Química da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), os cientistas comparam o biodiesel mais puro com o de má qualidade, escuro e com resíduos no fundo. Na queima, esse combustível contaminado libera substâncias que podem fazer mal ao organismo.

“Uma das substâncias que pode ser liberada nesses produtos de má qualidade é a acroleína, muito ligada a casos de câncer, por exemplo. É uma substância tóxica”, alerta o pesquisador Rodrigo Ramos Catarin.

Trata-se de uma ameaça também para os motores dos veículos. “De ignição à partidas, pode fundir o motor”, acrescenta Rodrigo Ramos Catarin.

O presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Biodiesel (Abiodiesel), Nivaldo Trama, admite o problema.

“O pequeno produtor por medida de economia, ou por não ter o laboratório, ele vai no visual do produto. É aí que mora o perigo”, alerta o presidente da Abiodiesel, Nivaldo Trama.

O Brasil é o primeiro país do mundo a fazer uma análise como essa para os biocombustíveis. A tecnologia foi obtida com a ajuda de um equipamento, importado dos Estados Unidos. É um espectrômetro de massa,que tira uma radiografia dos componentes do biodiesel e repassa as informações para o computador.
Esta tecnologia já está sendo transferida para o Inmetro, que se comprometeu a estabelecer regras para certificar o biocombustível brasileiro.
“Até o final de 2008, nós devemos ter já uma gama de matérias de referência, com várias propriedades importantes de interesse na comercialização do biocombustível, já validados e aceitos internacionalmente pelos maiores institutos do mundo”, afirmou o presidente do Inmetro, João Jornada.

Mesmo com a constatação da qualidade inferior, o biodiesel, segundo a Unicamp, ainda é menos poluente que o diesel convencional.

Em nota, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) informou que faz avaliações permanentes da qualidade do biodiesel vendido no país. Esse acompanhamento é feito nos produtores autorizados, nas distribuidoras e em postos revendedores.

Até hoje, segundo a ANP, a quantidade de biodiesel fora do padrão encontrada foi inexpressiva. O combustível fora das especificações, segundo a agência, é apreendido.

Fonte: Bom Dia Brasil

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Mandioca rica em açúcar é ideal para produção de etanol

Durante uma viagem de coleta de plantas na Amazônia o pesquisador Luiz Joaquim Castelo Branco Carvalho, da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, de Brasília, conheceu uma variedade de mandioca que em vez de amido tem grande quantidade de açúcares na raiz.. A variedade descoberta pelo pesquisador é na realidade uma mutação genética, guardada e usada pelos índios brasileiros antes mesmo de os portugueses chegarem ao Brasil, para obtenção de bebida alcoólica.

A planta mutante, após um processo tradicional de seleção de variedades e cruzamento com plantas adaptadas a algumas regiões escolhidas para futuros plantios, resultou em uma variedade que dispensa o processo de hidrólise do amido da mandioca para transformação em açúcar e conversão em álcoois, inclusive o carburante para o combustível. “A eliminação da hidrólise do amido reduz em torno de 30% o consumo de energia no processo de produção de etanol de mandioca”, diz Carvalho.

Da variedade, chamada de mandioca açucarada, a raiz é colhida, moída, prensada e o caldo sai pronto para ser usado no processo de produção do álcool, o que a diferencia das outras matérias-primas utilizadas com a mesma finalidade. Pelo processo tradicional de produção de álcool de mandioca é preciso recorrer a enzimas para transformar o amido em açúcar.

A proposta de produzir álcool a partir da mandioca açucarada não significa concorrência com o etanol de cana-de-açúcar, mas sim a possibilidade de ocupar outros nichos agrícolas, como a Amazônia, o Nordeste e o Centro-Oeste. Os resultados de três anos de experimentos apontaram uma produção que variou de 8 a 60 toneladas de raiz por hectare, dependendo da variedade plantada.

Com a variedade testada foi obtido um rendimento de 14 metros cúbicos (m3) de álcool por hectare ao ano. Isso por um processo de fermentação que dura apenas dez horas. Pelo processo convencional de hidrólise de amido da mandioca o rendimento é em torno de 6,4 m3 de álcool por um processo de fermentação que dura cerca de 60 a 70 horas, enquanto o processo tradicional da cana chegou a 8 m3 num tempo de 48 horas.

Uma das características mais marcantes da mandioca é a capacidade de produção, mesmo em condições adversas. Esse comportamento é explicado pela eficiente associação de fungos com raízes da mandioca, conhecida como micorrizas, e pela associação com outros microorganismos fixadores de nitrogênio. A planta também é resistente à falta de chuvas tanto no plantio como durante o período produtivo.

Uma das grandes vantagens para exploração da mandioca como produtora de etanol é que não existe no mundo um país que disponha de tanta diversidade genética dessa planta como o Brasil, porque ela foi domesticada aqui. O amido da planta é uma fonte energética bastante eficiente. Enquanto 1 tonelada de cana produz 85 litros de álcool, 1 tonelada de mandioca com rendimento de 33% de amido e 2% de açúcares pode produzir 211 litros de álcool combustível, mas já existem variedades com 36% de amido.

Porém, os custos de produção da cana são menores se comparados aos da mandioca. O custo da tonelada da cana foi de R$ 37,60 por tonelada na safra de 2005 a 2006, enquanto o da mandioca correspondeu a R$ 84,52 por tonelada no mesmo período.


Fonte: Revista Pesquisa FAPESP

Do:

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Brasil pode se tornar segundo maior produtor mundial de biodiesel neste ano

A partir do maior consumo do B2 (diesel mineral com mistura obrigatória de 2% de biodiesel), o Brasil poderá saltar da condição de quarto para a de segundo maior produtor mundial de biodiesel, superando Itália e França e permanecendo atrás apenas da Alemanha.

A afirmação foi feita pelo diretor do Departamento de Combustíveis Renováveis do Ministério de Minas e Energia, Ricardo Dornelles, ao informar que a produção de 2007 foi de 450 milhões de litros e chegará a 850 milhões neste ano.

Dornelles destacou a demanda mundial por fontes limpas de energia, em função de questões climáticas e ambientais: “Os mercados vão abrir e o Brasil poderá se tornar grande exportador de biodiesel. Depende de outras nações implantarem seus programas, quebrarem barreiras e estabelecerem padrões, mas temos grande potencial.”

Segundo o ministério, entre 60% e 70% do biodiesel brasileiro são produzidos atualmente a partir do óleo de soja. Sebo animal e mamona respondem por cerca de 10%, cada, e o restante é dividido entre culturas ainda sem produção intensiva. Mas do ponto de vista técnico, a soja não é a melhor opção, pois tem menor rendimento em litros de óleo por hectare plantado do que outras fontes, como mamona, girassol.

“Há uma preocupação do governo em fortalecer outras culturas, para que elas tenham uma produtividade cada vez maior”, disse Dornelles.

Ele garantiu que, para os consumidores do biocombustível, as alterações no preço serão mínimas em função da mistura obrigatória do B2 e ocorrerão mais em função da concorrência entre os revendedores.



Marco Antônio Soalheiro
Fonte:

Preços da soja faz cair a produção dos EUA de biodiesel à base de óleo de soja

A proporção de biodiesel à base de óleo de soja na produção total de biodiesel nos Estados Unidos está caindo devido aos preços recordes do complexo soja, afirmou hoje Alan Weber, consultor do Conselho Nacional de Biodiesel. "A participação do biodiesel à base de óleo de soja na produção total de biodiesel era de 90% em 2006, atingiu uma média de 80% em 2007 e ficou em torno de 64,5% em dezembro de 2007", disse ele em uma conferência da indústria.

A produção norte-americana de biodiesel tem sido afetada pelos preços recordes do óleo de soja desde outubro do ano passado, embora a produção geral em 2007 deva ter dobrado no ano para 500 milhões de galões. As informações são da Dow Jones.

Fonte:

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Usinas contestam viabilidade econômica do Programa Nacional de Biodiesel

Apesar do alto custo da matéria-prima para a produção do biodiesel – a cotação do óleo de soja dobrou em um ano –, as usinas que participaram do leilão da Petrobrás farão a entrega dos 380 milhões de litros que serão consumidos neste semestre.

A garantia é do governo federal, que diz que o Programa Nacional do Biodiesel, que instituiu a adição obrigatória de 2% desse combustível renovável no diesel desde o início de janeiro, está funcionando muito bem. Para as usinas, o programa ainda está longe de ser viável economicamente.

Atualmente, a tonelada do óleo de soja está cotada em torno de R$ 2,8 mil. Há um ano, esse valor era de R$ 1,1 mil. “Não é possível pegar uma tonelada de óleo bruto e vai fazer biodiesel, sendo que o governo paga o equivalente a R$ 1,8 mil a tonelada”, diz Antônio Félix, proprietário da usina Biolix, de Rolândia, uma das três empresas do Paraná autorizadas pelo Ministério de Minas e Energia a fabricar o produto. As duas maiores, a Biolix e a Biopar, estão paradas porque não participaram dos leilões organizados pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). “Não sei se existe um santo para o biodiesel, mas se existir, só ele deve saber como produzir com os preços atuais”, lamenta.

Félix diz que está desestimulado com o programa do biodiesel e pretende vender a usina. “A evolução está sendo muito diferente daquela que imaginei que pudesse haver, seis anos atrás”, conta. Para a União Brasileira do Biodiesel (Ubrabio), entidade que reúne quase três dezenas de usinas do Brasil, a situação atual já era esperada. “A lei determinava a mistura de 2% neste ano, e a capacidade instalada é muito superior para atender a demanda. Já sabíamos disso, mas claro que há um desconforto para os produtores”, avalia o diretor-executivo da entidade, Sérgio Beltrão.

Uma alternativa para as usinas é atender a demanda de frotas cativas, que podem utilizar mistura superior a 2% no diesel. Na semana passada, a Volvo, fabricante de caminhões e ônibus de Curitiba, anunciou que os veículos produzidos a partir de março terão condições de receber uma mistura de até 30% de biodiesel.

Usinas, entidades e governo federal apóiam a diversificação de matérias-primas para a fabricação de biodiesel. “Queremos e precisamos criar alternativas economicamente viáveis para não dependermos mais da soja. Somos favoráveis à diversificação e sabemos que podemos avançar muito nessa área. O que foi feito pela soja nos últimos 30 anos precisa ser feito agora para o desenvolvimento de pinhão-manso, girassol e palma”, afirma Beltrão.

Segundo o proprietário da Biolix, a melhor alternativa para o Sul do Brasil é o nabo forrageiro, cujas pesquisas, no entanto, ainda são incipientes. “Cooperativas e governo deveriam incentivar não só a produção de soja e milho, mas direcionar as pesquisas para novos produtos e tecnologias.”

25/02/08
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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Biodiesel e código florestal retomam questão de espécies exóticas

A possibilidade de flexibilização do Código Florestal com o projeto de lei (PL) 6424, de 2005, coloca contra o governo duas forças opostas. Ruralistas, beneficiados com a alteração, teriam maior disponibilidade de terras a serem cultivadas, e ambientalistas, que alertam para o risco do aumento de terras cultiváveis e do plantio de espécies exóticas, como o dendê. Na Embrapa, pesquisa focaliza plantas nativas alternativas ao dendê para a fabricação de óleo para biodiesel, mas o impasse permanece se não houver controle e manejo adequados.

Com o intuito de encontrar novas fontes para a produção de óleo para biodiesel que façam frente à soja e ao girasol e outras formas de energia a partir da queima de resíduos, teve início em setembro de 2007 um projeto coordenado pela Embrapa que conta com a participação de pesquisadores de diversas universidades brasileiras. O objetivo de Fontes Alternativas Potenciais de Matérias-Primas para a Produção de Agroenergia é fazer um banco de germoplasma, isto é, do recurso genético de espécies como o pinhão manso, o pequi, o Tucumã (Astrocaryum aculeatum G.F.W. Mayer), o babaçu, o buriti, a Macaúba (Acrocomia aculeata (lacq ) Lood. ex Mart), a inajá, a Palma/Dendê (Elaeis guineensis, Jacq.) e a andiroba e verificar a qualidade e a quantidade de óleo potencial de produção dessas espécies.

“Estão sendo feitos estudos para verificar a utilização do tucumã e da macaúba em cima de pastagem, em áreas já desmatadas”, explica o coordenador do projeto e pesquisador da Embrapa, Nilton Junqueira. Dessa forma, não haveria a necessidade de desmatamento e o impacto negativo da pecuária poderia ser diminuído, já que plantas assimiladoras do carbono seriam cultivadas junto com a pastagem. De acordo com ele, nesse caso o impacto ambiental seria pequeno ou quase inexistente, porque seria aproveitado um sistema que já existe, que é o pasto.

Junqueira afirma que há no país hoje 200 milhões de hectares de pasto, e que se fossem cultivados apenas 10% dessa área com espécies como a macaúba, o país teria óleo para tornar-se auto suficiente daqui 10 anos e atender o H-Bio, um processo desenvolvido pela Petrobrás para inserir até 18% de óleo vegetal ou animal no esquema de refino de petróleo.

“Apesar de não ser suficiente para substituir totalmente o diesel, poderia aumentar bastante a mistura. Hoje produzimos 6 bilhões de litros de óleo que vem 90% da soja. Mas esse óleo vai quase todo para a alimentação. Nós não temos matéria prima para biodiesel.”, conclui Junqueira.

A polêmica com o governo

Nos últimos meses, o governo federal tem incentivado o cultivo do dendê e da mamona para atender ao programa de biodiesel, o qual tem por objetivo tornar obrigatória a mistura de 2% de biodiesel a todo o óleo diesel comercializado a partir de 2008. As ações acenderam um debate sobre quais matérias-primas poderiam ser utilizadas e de que modo esse cultivo seria feito. Até o momento a produção de biodiesel tem sido insuficiente por falta de matéria-prima e preço compatíveis.

Ao mesmo tempo, o PL 6.424 em tramitação no congresso poderia alterar o atual Código Florestal Brasileiro, que prevê que os proprietários rurais da região mantenham 80% de suas terras como reserva legal, isto é, com espécies nativas. Com o PL, até 30% da reposição florestal em áreas desmatadas na Amazônia poderia ser feita por meio do plantio de espécies exóticas, ou seja, não nativas da região, mas que tenham valor comercial, como é o caso de dendê. Em defesa do PL 6424 está a idéia de que essa seria uma forma de estimular os proprietários rurais a regularizarem sua situação perante o Código Florestal.

Uma carta assinada por 13 Ongs ambientalistas aponta que o PL 6424 aumentaria de forma inconseqüente o desmatamento, já que a possibilidade de recuperação da Reserva Legal da Amazônia com espécies exóticas reduz as funções ecossistêmicas das florestas. O governo, por sua vez, divulgou semana passada uma nota à imprensa para defender a manutenção da Reserva Legal da Amazônia, sobretudo depois que o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou os dados resultantes da análise realizada pelo sistema Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), o qual apontou um aumento do desmatamento na região Amazônica entre os meses de agosto e dezembro de 2007- veja notícia.

Plantar aonde e como?

Síliva Ziller, membro do Conselho do Programa Global de Espécies Invasoras (GISP, da sigla em inglês), do qual o Brasil faz parte, compartilha a preocupação dos ambientalistas quanto ao que será cultivado nas áreas já desmatadas. “Plantar reservas exóticas, mesmo que não sejam invasoras, é igual a diminuir o percentual de reserva legal, porque essas plantas não têm função ecológica dentro do sistema natural”, argumenta ela. De acordo com Ziller, a situação é agravada caso sejam utilizadas espécies exóticas invasoras, como é o caso do dendê. “No sul da Bahia, o crescimento progressivo dessa cultura acabou expulsando as espécies nativas e tomando conta do espaço. Esse é o problema das plantas invasoras, elas se expandem sempre, alteram o ambiente natural e dominam as espécies nativas. Menos espécies nativas significa menos fauna. É toda uma cadeia que muda, é um efeito dominó”, observa Ziller.

Junqueira aponta que, mesmo quando se trata do cultivo de espécies nativas, pode ocorrer o mesmo problema, já que a invasão é resultado da ação de animais que disseminam partes que se desprendem de uma planta adulta para dar origem a uma nova planta. O problema, segundo ele, está no cultivo em grande escala: a propagação excessiva viria, portanto, da grande quantidade de sementes. “A inajá - exemplifica Junqueira - mesmo sendo nativa, vem se tornando uma invasora de pastagem na Amazônia porque se propaga de forma intensa, já que seu fruto não é utilizado. Se passar a ser utilizado para o biodiesel, por exemplo, não haverá mais essa taxa de propagação elevada”.


Por Daniela Lot
Fonte : Com Ciência

Fonte:

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Dendê para áreas desmatadas no oeste do Amazonas

Áreas desmatadas da BR-307, que liga os municípios de Benjamin Constant a Atalaia do Norte, no oeste do Amazonas, serão aproveitadas por pequenos agricultores para a plantação de dendê. Com a planta, eles produzirão biodiesel.

Organizado pela Diocese do Alto Solimões e pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) da Amazônia Ocidental, o projeto prevê a plantação de 500 hectares de dendê ao longo da rodovia. A idéia é beneficiar 100 famílias de pequenos produtores rurais dos municípios de Benjamim Constant e Atalaia do Norte.

A previsão do Instituto de Desenvolvimento Agrário do Amazonas (Idam), parceiro no projeto, é que em cinco anos, cada família receba R$ 1,5 mil de lucro mensal com a plantação de dendê.

Para Edson Barcelos, diretor do Idam, a cultura pode suprir a demanda de combustível da região. “A expectativa desse projeto é que se produzam 2,2 mil toneladas de óleo por ano, daqui a cinco anos. Isso daria para substituir do consumo atual 20% do diesel que se gasta em Atalaia e Benjamim”, explica o diretor.

Já o bispo Alcemar Caldas disse acreditar que o dendê produzido na região da BR-307 poderá ser exportado. “Como vivemos próximo à fronteira com a Colômbia, pode ser que, no final do processo, seja mais interessante exportar para a Colômbia, já que o dendê é muito utilizado por nossos vizinhos”, argumenta.

Até o momento foram gastos no projeto R$ 3 milhões. Os recursos são da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), do Ministério de Ciência e Tecnologia. O projeto prevê a plantação de 80 mil mudas da planta, além da instalação de usina beneficiadora de grãos. De acordo com as expectativas, a produção do óleo do dendê começará em 2013.

Fonte:

EMBRAPA CERRADOS INICIA PESQUISA COM PINHÃO MANSO

O potencial do pinhão manso (Jatropha curcas L.) para produção de biodiesel começa a ser estudado em dois experimentos montados na área de campo da Embrapa Cerrados (Planaltina - DF). O pesquisador Adeliano Cargnin, responsável pela montagem dos experimentos, explica que foram plantadas 1600 mudas, divididas em duas áreas com condições de fertilidade do solo distintas.

"Iremos estudar a variabilidade genética, avaliar a resposta a diferentes níveis de fertilidade do solo e selecionar as plantas mais produtivas para produção de biodiesel", destaca Cargnin.

O melhoramento genético da cultura será feito com base nos testes dos diferentes acessos. A área experimental possui vinte acessos de pinhão manso para serem avaliados. As sementes foram fornecidas pela Embrapa Algodão (Campina Grande - PB), Embrapa Meio Norte (Teresina - PI), Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados - MS), Embrapa Semi-Árido (Petrolina - PE) e Universidade de Lavras. Para garantir acessos de diferentes regiões, também foi feita coleta de sementes em propriedades de Porangatu (GO), Arinos e Paracatu (MG).

A primeira área recebeu as doses recomendadas de nutrientes. O segundo experimento tem solo de baixa fertilidade. "A adubação é com base na saturação de bases, sendo a alta fertilidade 60% e a baixa fertilidade 30%, visando criar duas condições contrastantes de fertilidade do solo", explica Cargnin.
Os pesquisadores pretendem avaliar condições de solo, clima e exigências nutricionais da espécie para que o cultivo do pinhão manso possa dar o retorno esperado na produção de biodiesel. Cargnin estima que, entre 3 e 4 anos, deve ter respostas, validadas pela pesquisa, sobre a viabilidade de produção nas condições do Cerrado.

A equipe envolvida na pesquisa, que faz parte do projeto "Fontes alternativas potenciais de matérias-primas para produção de agroenergia", em andamento no Macroprograma 1 da Embrapa, e conta com patrocínio de R$ 250 mil da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), também irá fazer estudos sobre balanço energético, seqüestro de carbono e aproveitamento do subproduto do pinhão manso para alimentação animal. Para calcular o balanço energético, os pesquisadores irão avaliar a quantidade de energia incluída (insumos, diesel, agrotóxicos, pessoal etc.) na produção do pinhão-manso e o quanto de energia a cultura produz na unidade de tempo e espaço (óleo por ha por ano).

Fonte : Maxpress

Biocombustível terá padrão mundial em 2008

A fim de criar as condições para transformar os biocombustíveis em commodities, a força-tarefa integrada por técnicos de Brasil, União Européia (UE) e Estados Unidos concluiu a primeira etapa de harmonizar as especificações técnicas do etanol e do biodiesel. Já foram identificadas as divergências e convergências entre as normas fixadas por cada parte e, neste ano, o grupo trabalhará para alinhar os diferentes padrões e avaliar os custos. A meta é concluir essas ações até o fim de 2008, para que a análise das implicações para o comércio comece antes de dezembro e continue em 2009.

'Para nós, produtores, o importante é haver regras. Isso é muito importante, dará estabilidade', disse o presidente da União dos Produtores de Bioenergia (Udop), José Carlos Toledo. A conclusão do estudo é que não há especificações técnicas que representem um impedimento à livre circulação do etanol no mercado internacional. A grande discussão nos próximos meses será o volume de mistura de água no etanol a ser permitido. Segundo o relatório, o mínimo pela UE é de 0,24%. Nos EUA não pode ultrapassar 1,0%, enquanto no Brasil permite-se até 0,4%.

Por isso, autoridades e empresários brasileiros estão de olho nos trabalhos do grupo para evitar que um padrão dos países desenvolvidos seja imposto e barreiras comerciais sejam criadas. 'Independentemente do teor de água, o Brasil vai ser supercompetitivo', comentou o analista Miguel Biegai Júnior, da Safras & Mercado.Das 15 especificações examinadas, oito são compatíveis nos três mercados, como aparência, densidade e conteúdo de sulfato, enxofre, cobre, aço e sódio. Seis são diferentes, mas podem ser alinhadas no curto prazo: acidez, conteúdo de fósforo e resíduos de evaporação.

O diagnóstico para o biodiesel é mais delicado. Sua transformação em commodity dependerá de uma uniformização dos motores existentes nos diferentes países. Na Europa, muitos carros de passeio são movidos a diesel. No Brasil e nos EUA, no entanto, o combustível é mais comum em veículos de maior porte. Além disso, devido ao uso de diversas matérias-primas, há diferenças entre as propriedades químicas do biodiesel produzido em cada região.

Das 24 normas técnicas analisadas do biodiesel, só seis são iguais no Brasil, no bloco europeu e nos EUA. Por exemplo, o conteúdo de metanol. Oito podem ser adequadas em breve: volume de fósforo e água ou resíduos de carbono. Dez especificações apresentam divergências de difícil solução, como o conteúdo de enxofre, a operação em clima frio e a densidade.
O relatório tripartite será apresentado aos outros integrantes do Fórum Internacional de Biocombustíveis, China, Índia e África do Sul. A próxima reunião será no dia 3 de março, em Washington

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Mamona com até duas toneladas por cada hectare

Um dilema se impõe na hora de estabelecer qual a variedade de mamona e de girassol que será adotada no sertão cearense para a fabricação do biodiesel. Em um ambiente marcado pela escassez de chuvas e pelo baixo patamar de preços do produto, o que seria mais vantajoso: optar por variedades geneticamente modificadas que são capazes de produzir mais por hectare, porém são vulneráveis a estiagens longas, ou manter foco nas plantas selvagens, que produzem menos, mas resistem à seca?

Depois de mais de 30 anos de pesquisas, a Embrapa já disponibiliza sementes de espécie geneticamente melhoradas que chegam ao rendimento de até duas toneladas para cada hectare plantado: mais que o dobro dos 900 quilos obtidos em média com as variedades tradicionais da planta.

De acordo com Liv Soares Severino, pesquisador da Embrapa Algodão que coordena o projeto de pesquisa sobre a utilização da mamona no semi-árido, não é possível apontar categoricamente que uma variedade é melhor do que a outra. ´Já disponibilizamos três tipos de sementes melhoradas geneticamente, e cada uma delas se adequa bem

Outra vantagem das novas espécies é o seu porte reduzido. Enquanto as selvagens chegam a medir até cinco metros de altura, as novas atingem, no máximo, dois metros e meio, tornando mais ágil e fácil a colheita da mamona. Para o semi-árido, a redução na altura da mamoneira é especialmente vantajosa. Com o predomínio de pequenas propriedades, onde é desenvolvida a agricultura familiar, a utilização de tecnologia é baixa. Ou seja, pensar em um cultivo que depende de maquinário para a colheita dos grãos, concentrados nos galhos altos, é um paradoxo diante do sistema produtivo instalado. Em alguns municípios, o girassol é testado. (LA)

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Porque fazemos biodiesel de soja

Acreditando no potencial que a mamona e o dendê teriam em promover a inclusão social (uso intensivo de mão de obra, que, em empreendimentos familiares seria abundante - mas não é) e o desenvolvimento regional (são culturas preferencialmente cultivadas nas regiões Norte e Nordeste), o governo federal elegeu-as como o carro chefe do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB).

Isenções fiscais favoreceram e favorecem as duas oleaginosas que, no entanto, não reagiram. Sua produção (CONAB, 2007), em mil toneladas, nos anos de 1976, 1986, 1996 e 2006 foi de 202, 115, 96 e 108 para o caroço de mamona e de 242, 210, 134, 122, respectivamente, para o óleo de dendê, indicando que a mamona e o dendê precisam mais do que estímulos fiscais e discursos oficiais para serem adotadas pelos agricultores brasileiros.

A produção brasileira de biodiesel de outubro de 2007 deixa clara a preferência dos produtores de oleaginosas e, conseqüentemente, das indústrias de biodiesel: 80%, dos cerca de 50 milhões de litros de biodiesel produzidos no mês pelas usinas instaladas pelo Brasil afora, utilizaram o óleo de soja como matéria prima. Os 20% restantes correspondem à gordura animal (15%) e a outras oleaginosas, que apesar do enorme potencial, respondem por apenas 5%.

Portanto, excetuando a soja, a importância da produção de óleo das demais oleaginosas (mamona, dendê, girassol, pinhão manso, crambe, macaúba, canola, linhaça, gergelim, entre outras) é muito pequena, apesar de apresentarem teores de óleo mais elevados (30 a 50%, contra 18 a 20% da soja).

Noventa por cento do óleo vegetal produzido no Brasil é de soja e outros 4% provêm do algodão, justamente as duas oleaginosas com o menor teor de óleo por unidade de peso. Se assim é, porque essas outras oleaginosas não disputam com a soja a liderança nacional na produção de óleo vegetal, a matéria prima do biodiesel?!

Porque não se produz soja para obter o óleo. O óleo de soja é conseqüência da demanda - sempre crescente - por mais farelo protéico, a matéria prima da ração animal que alimenta o frango, o porco e o bovino confinado, produtores de carne, de ovos e de leite, cuja demanda não pára de aumentar, resultado do crescimento da economia e da renda per cápita, principalmente dos países emergentes. Com mais dinheiro no bolso, os cidadãos desses países estão comprando cada vez mais proteína animal, principalmente carnes.

A razão porque a soja responde pela maior parcela do óleo vegetal brasileiro tem outras causas, além das indicadas acima:

• A soja tem uma cadeia produtiva bem estruturada, tanto antes quanto depois da porteira;

• Dentro da porteira, a soja conta com tecnologias de produção bem definidas e modernas;

• Existe uma ampla rede de pesquisa que assegura pronta solução de qualquer novo problema que possa aparecer na cultura;

• É um cultivo tradicional e adaptado para produzir com igual eficiência em todo o território nacional;

• Oferece rápido retorno do investimento: ciclo de 4 a 5 meses;

• É dos produtos mais fáceis para vender, porque são poucos os produtores mundiais (EUA, Brasil, Argentina, China, Índia e Paraguai), pouquíssimos os exportadores (EUA, Brasil, Argentina e Paraguai), mas muitíssimos os compradores (todos os países), resultando em garantia de comercialização a preços sempre compensadores;

• A soja pode ser armazenada por longos períodos, aguardando a melhor oportunidade para comercialização;

• O biodiesel feito com óleo de soja não apresenta qualquer restrição para consumo em climas quentes ou frios, embora sua instabilidade oxidativa e seu alto índice de iodo inibam sua comercialização na Europa;

• É um dos óleos mais baratos: só é mais caro do que o óleo de algodão e da gordura animal;

• Seu óleo pode ser utilizado tanto para o consumo humano, quanto para produzir biodiesel ou para usos na indústria química e;

• A soja produz o farelo protéico mais utilizado na formulação de rações para animais produtores de carne: responde por 69% e 94% do farelo consumido em nível mundial e em nível nacional, respectivamente.

O dendê, apesar de constituir-se na oleaginosa com o maior potencial de produção de óleo/ha (até 10 vezes mais do que a soja), de usufruir de incentivos fiscais para estimular a sua produção e de contar com uma área potencial de cultivo de, aproximadamente, 70 milhões de hectares, sua real área plantada não passa dos cerca de 60 mil hectares e não deverá mover-se significativamente, a menos que parte dos entraves indicados seguidamente, sejam removidos:

• Alto custo de implantação da lavoura;

• Longa maturação do investimento: 4 a 6 anos de espera;

• A usina precisa estar próxima da produção, pois a matéria prima bruta tem pouco valor comercial, acarretando altos custos de transporte para percorrer longas distâncias. Portanto, só é racional estabelecer uma plantação de dendê próximo a uma indústria já estabelecida ou a estabelecer-se;

• O processamento precisa ser efetuado logo após a colheita (até 48 horas), caso contrário o óleo se rancifica;

• O local mais apropriado para produzir dendê é no ecossistema amazônico, onde o sistema fundiário é caótico, a infra-estrutura é deficiente, a legislação ambiental é restritiva e o mercado consumidor está distante;

• O biodiesel feito com óleo de dendê solidifica no frio do Sul, restringindo sua utilização a regiões de clima tropical;

• A colheita é manual e a mão de obra amazônica é escassa e sem qualificação;

• A pesquisa é escassa e os problemas agronômicos são abundantes e;

• O resíduo tem baixo valor comercial.

Com a mamona não é diferente. Sua vantagem de possuir um teor de óleo elevado - quase três vezes maior que o da soja - desaparece ante as seguintes desvantagens:

• A cadeia produtiva é deficiente (está ainda em formação);

• A produtividade na sua principal região produtora (NE) é baixa (300 a 500 kg/ha);

• O custo de produção é alto, considerando a necessidade de uso intensivo de mão de obra na colheita;

• A mão de obra é escassa, mesmo em estabelecimentos familiares;

• O óleo de mamona não é comestível, é mais caro que o de soja e tem limitações para produzir biodiesel, dadas as suas características de elevada densidade e viscosidade, embora esta característica seja uma importante qualidade na indústria química, por seu alto poder lubrificante;

• A cultura da mamona promove a erosão, estando sujeito à competição com plantas daninhas , por não propiciar adequada cobertura do solo;

• O fruto da mamona tem baixa densidade, incrementando seu custo de transporte, quando a indústria processadora não estiver próxima;

• Conta com pouca pesquisa, resultando na inexistência de variedades produtivas;

• Falta uma estrutura de produção de sementes, obrigando o produtor a utilizar-se de grãos sem qualidade;

• A torta resultante da extração do óleo de mamona é tóxica, não sendo aproveitada para alimentação animal, assim como não pode ser aproveitada a sua parte aérea para o mesmo fim;

• Seu ciclo produtivo é relativamente longo, resultando em retorno tardio do investimento e

• Embora seja considerada planta rústica por sua capacidade de produzir (pouco) em condições de pouca chuva, ela não tolera solo compactado e prefere solos férteis.

A propósito do algodão, a segunda oleaginosa mais importante do Brasil, mas distante da soja, alguém poderia perguntar: mas porque ele não responde com igual desempenho, considerando que o “conjunto da sua obra” é, até melhor que o da soja, pois fornece, além do óleo e do farelo protéico, a fibra?

Respondo: porque a fibra, sendo o carro chefe do agronegócio do algodão, não tem o mesmo apelo de mercado do farelo de soja. As restrições existentes no mercado da fibra do algodão inibem a produção do seu óleo, um produto marginal, no complexo agroindustrial algodoeiro.

Mesmo que seja racional acreditar na redução da dependência da soja como principal matéria prima do biodiesel brasileiro, a soja continuará sendo o carro chefe do biodiesel por muitos anos ainda, se é que algum dia ela será superada por outra planta produtora de óleo vegetal.

Amélio Dall’Agnol - Engenheiro Agrônomo pela Universidade Federal de Pelotas, RS e MSc e PhD pela Universidade da Flórida, EUA. Pesquisador da Embrapa desde 1975.

Fonte: Embrapa Soja
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Ler também: Uso da soja como matéria-prima para a produção de biodiesel

Ceará usa vocação pesqueira e faz biodiesel de víscera de peixe

A Fundação Núcleo de Tecnologia Industrial do Ceará (Nutec), órgão ligado à administração pública estadual, pesquisa o uso do óleo extraído da víscera da tilápia para fabricação de biodiesel.

O estado produz por ano 18 mil toneladas de peixe (mais de 95% de tilápia) e a perspectiva em dois ou três anos é de aumentar essa produção para 30 mil toneladas anuais. Teoricamente, este volume seria suficiente para 1,95 milhão de litros de biodiesel. Em todo o Brasil, a produção de peixe foi de 1 milhão de toneladas, segundo dados da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca (SEAP), de 2005.

Segundo Jackson de Queiroz, técnico-químico do laboratório de Referência em Biocombustíveis da Nutec, o combustível já foi produzido em laboratório e apresentou desempenho técnico semelhantes ao do biodiesel feito com outras matérias-primas, como o sebo bovino. "Desenvolvemos e caracterizamos esse óleo de víscera e conseguimos produzir o biodiesel dentro dos mesmos processos do sebo bovino, por exemplo. A qualidade foi excelente", resume. Do peixe, 10% é víscera. Desta, 60% é gordura e, disto, 80% pode ser transformada em biodiesel.

A víscera é considerada hoje um dejeto da atividade pesqueira do Ceará, portanto, sem valor comercial, o que desperta a curiosidade de grandes empresas produtoras de biodiesel. "Até então, não foi encontrada uma aplicação. É poluidora tanto se jogada em rios ou no solo. Já há interesse de uma grande empresa estatal em usar essa tecnologia", acrescenta Queiroz.

Outra matéria-prima inusitada pesquisa pela Nutec para produção de biodiesel é a moringa. Trata-se de uma oleaginosa de origem indiana, mas presente de forma abundante no Semi-Árido do Nordeste. O teor de óleo da moringa é de 30% a 35%, de acordo com Queiroz, bem acima dos 20% do óleo de soja.

A moringa é estudada desde setembro do ano passado pela Nutec e, já em novembro a fundação conseguiu produzir o biodiesel a partir dessa oleaginosa. Queiroz garante que as características fisico-químicas são de boa separação de glicerina e viscosidade mais adequada que a do óleo de mamona. O processo de produção também é o mesmo de outras oleaginosas. "Tanto a moringa, como o óleo de víscera de peixe, precisam de estudos de campo. Ainda não temos no laboratório uma usina de produção contínua de biodiesel, que permita a fabricação do produto sem interrupções nas diversas fases de produção".

A oleaginosa ainda não é desenvolvida de forma comercial. Assim, não há estudos sobre sua viabilidade agronômica. "É uma planta de bom desempenho em clima quente e, no Nordeste, é usada no tratamento de água", explica.

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Biodiesel e segurança alimentar

Nas últimas décadas, o custo real dos alimentos tem sido decrescente. Isso foi possível pelos ganhos na produtividade decorrentes da incorporação de avanços técnicos.

Segundo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a produção de grãos no Brasil cresceu 131%, desde 1990. Nesse mesmo período, a área plantada passou de 36,8 milhões para 43,9 milhões de hectares representando apenas 16,1% de aumento.

Biodiesel suscita uma importante discussão sobre a estreita relação entre energia e alimentos. No Brasil, a soja é a única oleaginosa que apresenta produção suficiente para atender de imediato à demanda de óleo para fins energéticos. É sabido que a cadeia produtiva da soja está intimamente relacionada com as cadeias de aves, suínos e bovinos. Com isso, existe uma preocupação do aumento dos preços dos alimentos. Estudos de economistas indicam que a cada 1% de alta nos preços reais dos alimentos básicos significa 16 milhões de pessoas a mais com fome.
Porém, é preciso levar em conta outros aspectos.

A Comissão Econômica para América Latina e Caribe (CEPAL) e a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) afirmam que a América Latina e o Caribe têm grande capacidade de produção de alimentos e a disponibilidade não é o principal problema de segurança alimentar. Os fatores considerados mais relevantes são a pobreza e desigualdade. Logo, não se trata apenas de preços mais baixos dos alimentos, mas de melhor distribuição das riquezas entre a população de maneira a incrementar o seu poder aquisitivo de forma menos desigual.

Deve-se considerar também que os pobres estão mais no campo. Segundo a FAO, de cada quatro pessoas de baixa renda nos países em desenvolvimento, três vivem na zona rural e dependem da agricultura para sua subsistência. Em 2002, eram 2,1 bilhões de pessoas vivendo com menos de US$ 2 por dia e 880 milhões com menos de US$ 1 por dia. Sobre este aspecto o biodiesel pode contribuir positivamente. O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e Ministério da Integração Nacional e das Cidades mostram em um estudo que, a cada 1% de participação da agricultura familiar no mercado de biodiesel, é possível gerar, aproximadamente, 45 mil empregos no campo, com uma renda anual de aproximadamente R$ 4.900,00 por emprego. Dessa forma, o Brasil pode assegurar sua participação no mercado de biocombustíveis e conciliar a oportunidade para gerar impactos sociais positivos contribuindo para geração de emprego e renda.

Alguns críticos da agroenergia também se preocupam com a diminuição das áreas plantadas com culturas alimentícias em função do incremento das áreas com culturas para fins energéticos. Supondo que a tecnologia produtiva seja a mesma, de fato será necessário ampliar a área plantada para atender às metas do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel. Conforme zoneamento da Embrapa, as áreas estimadas para suprir 5% do diesel (B5) com oleaginosas locais são de: 600 mil ha no Sul, 1.320 mil ha no Sudeste e 360 mil ha no Centro-Oeste, todas com soja. No Nordeste são 600 mil ha estimados para o plantio de mamona e no Norte 35 mil ha com dendê. O Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (NAE) afirma que existem aproximadamente 90 milhões de ha de terras agricultáveis no cerrado para a expansão de grãos e outros 70 milhões de ha disponíveis na Amazônia com cerca de 40% de alta aptidão para o dendê. A expansão da fronteira agrícola nacional não parece ser um entrave, mas deve ser avaliada com cautela.

Mas não é apenas pela terra que o a produção de biodiesel compete com as culturas alimentícias. Ela também compete por água e insumos agrícolas, como os fertilizantes. Atualmente, o Brasil importa quase 60% do total de fertilizantes consumidos no país. De acordo com dados da Associação Nacional para Difusão de adubos (Anda), de janeiro a outubro, as importações aumentaram 44% em relação ao ano de 2006. Enquanto, no mesmo período, o total de fertilizantes produzidos pelo país cresceu apenas 11%.

Como se pode notar, a discussão do trade-off entre alimento e energia não é simplesmente a substituição de uma finalidade pela outra. Ela envolve questões mais complexas como políticas públicas para melhorar a distribuição de renda, o uso de tecnologias que utilizem mais eficientemente os recursos como água, terra e nutrientes, e, também, não se trata apenas do consumo de alimento e energia, mas de produção de alimento e energia a fim de gerar renda para a parcela mais pobre da população.

Daniel Ioshiteru Kinpara e Marivânia Garcia da Rocha
Pesquisadores da Embrapa Cerrados

Fonte: Embrapa Cerrados

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Mapa autoriza a produção e venda das sementes de pinhão manso no País

A produção e comercialização de sementes ou de mudas de pinhão manso (Jatropha curcas L.) foram regulamentadas no País.

Segundo a Instrução Normativa nº 4, de 14 de janeiro de 2008, editada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a cultivar já pode ser inscrita no Registro Nacional de Cultivares (RNC), sem a exigência de mantenedor.

Quanto à produção e comercialização, ficam condicionadas à assinatura de Termo de Compromisso e Responsabilidade, constando as limitações da cultura, conforme modelo também aprovado pela instrução normativa.

De acordo com o Mapa, embora a espécie ainda não tenha sido totalmente domesticada, não conte com nenhum programa de melhoramento genético, muito menos um sistema de produção minimamente validado a campo, fundamental para sua forma de propagação e condução, a regulamentação e aprovação de plantio foi necessária.

O Ministério justificou a decisão com base na demanda por material de propagação para o estabelecimento de cultivos comerciais do pinhão manso, gerada pela procura por óleos vegetais para atender o programa brasileiro de biodiesel.

Por outro lado, o termo de compromisso, firmado entre o produtor de material de propagação vegetal e o agricultor, será exigido até que seja possível estabeler os padrões de identidade e de qualidade para o material de propagação vegetal da cultivar.

Também será exigido que o produtor de pinhão manso encaminhe ao órgão de fiscalização da unidade da federação de sua inscrição no Renasem, cópia dos Termos de Compromisso e Responsabilidade nos prazos estabelecidos.

O descumprimento desta exigência implicará em sanções e multas.

Fonte: Agora MS
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Biodiesel: use sem medo

Mistura de 2% ao diesel não mexe com motor e reduz nível de poluentes

Desde o primeiro dia do ano, o óleo diesel vendido no Brasil deve contar, obrigatoriamente, com o mínimo de 2% até 5% de biodiesel em sua mistura. E se você tem um veículo movido a esse combustível, fique tranqüilo, pois só há vantagens na novidade.

Antes de mais nada, qualquer motor pode rodar com o 'coquetel' de óleos nessa proporção. 'Não é preciso mudar nada na mecânica', diz o gerente de Participações da Petrobrás Distribuidora, José Alcides Santoro Martins.

Até quantidades maiores de biodiesel são aceitas pelos motores sem problemas. 'Desde outubro de 2007, dois mil ônibus estão rodando em São Paulo com 30% de biodiesel e 2% de álcool, sem alterações, com desempenho igual ao dos veículos com diesel tradicional', declara Martins.

Ar mais limpo

De acordo com o diretor do Núcleo de Combustíveis e Lubrificantes do Instituto de Pesquisas e Estudos Industriais (Ipei), da FEI, Eduardo Polati, o maior benefício do biodiesel é reduzir o nível de poluentes, uma vez que seu consumo é menor. 'São reduções em patamares bem pequenos', esclarece o especialista. Mas que podem gerar bons resultados em grande escala.

'O biodiesel também tende a reduzir o teor de enxofre', comenta Polati. Esse componente é responsável direto pelas emissões de matéria particulada, a fumaça preta que sai dos veículos a diesel.

Outra vantagem é que o combustível tem propriedades lubrificantes, dispensando o uso de aditivo nas refinarias. 'O biodiesel ajuda a proteger a bomba e os bicos injetores', afirma Polati.

Quanto à sua origem, o biodiesel pode ser animal, feito a partir do dejeto de carnes de corte, ou vegetal, com base em óleos de soja, milho, algodão, dendê e mamona, entre outros.

Mas quem acha que basta jogar óleo de cozinha no tanque e rodar está muito enganado. 'Além de não queimar direito, ele deixa muitos resíduos no motor, como a glicerina, causando danos irreversíveis, e ainda polui mais que o diesel', explica Martins.

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Avanço da Petrobras em biodiesel põe em alerta a concorrência

A Petrobras confirmou que vai começar neste ano a construir uma megaplanta de biodiesel. A usina deverá ser instalada no Nordeste, mas o local ainda não foi definido. A intenção da estatal é tornar-se líder na produção no país a partir de 2010, quando a usina deverá entrar em operação. Em 2012, a meta é produzir 900 milhões de litros de biodiesel, volume superior à demanda atual do país, de cerca de 800 milhões de litros por ano para efetuar a mistura de 2% no diesel, em vigor desde o dia 1º de janeiro.

Além do projeto da megaplanta, a Petrobras está construindo três usinas de biodiesel - Quixadá (CE), Candeias (BA) e Montes Claros (MG). Cada uma terá capacidade para 57 milhões de litros de biodiesel por ano. Somados, os investimentos atuais e a megausina receberão aportes que chegam a quase US$ 300 milhões, conforme apurou o Valor. Se os investimentos da Petrobras forem confirmados, a estatal concentrará em suas mãos cerca de um terço da produção deste combustível no país, considerando a atual capacidade instalada no país com os aportes anunciados pela companhia. Para 2012, o governo federal estima consumo de 2,4 bilhões de litros, com a mistura de 5% no diesel.

As intenções ambiciosas da Petrobras assustam. E não sem motivos. As indústrias de biodiesel concorrentes afirmam que a estatal está criando um monopólio, uma vez que é a única compradora - em dezembro, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) passou à estatal a responsabilidade de formar estoques de biodiesel por meio dos leilões de compra - e também se tornará uma líder na produção. "A Petrobras contraria o discurso do governo de consolidar o biodiesel no setor privado", diz Nivaldo Trama, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Biodiesel (Abiodiesel), que reúne as pequenas e médias indústrias do setor.

Com 51 plantas com autorização para operar no país, a capacidade instalada para produção supera 2,5 bilhões de litros. "O fato de ela [Petrobras] entrar deixa o mercado desorientado, sem destino do que fazer", afirma Trama.

De acordo com um executivo do setor, a entrada mais forte no mercado de biodiesel "é uma tremenda ameaça". "Se uma estatal desse porte, que já é responsável pelos leilões de compra do biodiesel, entra dessa forma, o setor perde toda a sua vivacidade", diz o executivo.

A concorrência no setor promete esquentar mais com a tecnologia que está sendo desenvolvida pela estatal e que deve ser colocada em prática nos próximos meses. A Petrobras deverá produzir o combustível diretamente de sementes de oleaginosas, sem a necessidade de extrair o óleo. A técnica começa a ser testada em duas usinas-piloto que a estatal mantém em Guamaré (RN) e que será estendida para outras unidades no futuro.

O projeto até agora foi mantido em sigilo pela estatal, que até então havia anunciado apenas a adoção da rota convencional de produção de biodiesel, em que a empresa comprava o óleo vegetal de terceiros e fazia a transesterificação - processo do qual se extrai o biodiesel e a glicerina. "O problema é a economicidade do processo. A matéria-prima custa 80% da produção e o óleo vegetal no Brasil é mais caro que o diesel na bomba, hoje em torno de R$ 1,80", compara Carlos Nagib Khalil, autor do projeto e consultor do Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes).

Khalil não dá muitos detalhes, mas afirma que, com a nova tecnologia, a reação química é feita na semente. Do grão esmagado sai o biodiesel, sem necessidade de outro processo. "A semente é muito mais barata. A mamona custa R$ 0,30 o quilo. Com dois quilos faço um litro de biodiesel", garante o pesquisador. O processo também já foi testado com pinhão-manso, girassol e amendoim. "Se a Petrobras só usar o óleo, não vai fechar a conta. O objetivo é verticalizar a produção para reduzir custos."

Fernando Lima, gerente-geral de exploração e produção no Rio Grande do Norte e Ceará da Petrobras, confirma que a estatal busca acordos com cooperativas de produtores para adquirir sementes de girassol, mamona e pinhão-manso para produzir o biodiesel.

Para o vice-presidente de novos negócios da Comanche, João Pesciotto, a estratégia de obtenção do combustível diretamente das sementes de oleaginosas "faz sentido". Ele, no entanto, faz uma ressalva: "é preciso saber a qualidade do resíduo sólido que se consegue com esse processo", diz. A Comanche tem uma usina de biodiesel em Simões Filho (BA) com capacidade anual de produção de 40 milhões de litros.

Pesciotto salienta que desconhece os detalhes técnicos do projeto, mas explica que a conta da margem entre o custo de produção do biodiesel e o preço de venda inclui também o que se obtém com o aproveitamento do resíduo sólido. Os resíduos da soja, por exemplo, podem ser utilizados como ração animal, o que não é viável com a mamona e o pinhão-manso, base das pesquisas da Petrobras. "Se o resíduo sólido não tiver nenhum aproveitamento econômico, como ração ou adubo, o custo final pode até mesmo ficar mais alto que o convencional."

No Rio Grande do Norte, a estatal fechou acordo com cooperativas da região do Vale do Açu para a compra de 18 mil toneladas de sementes de girassol. A empresa vai custear as sementes e a assistência rural aos produtores para o plantio de 16 mil hectares na primeira fase do projeto. "Para atender à demanda das unidades de Guamaré será necessário o plantio de 30 mil a 35 mil hectares de girassol", diz Lima.

Em dezembro, a estatal também fechou contratos com sete cooperativas na Bahia para a compra mil toneladas de óleo de palma, 42 mil toneladas de sementes de mamona e 15 mil toneladas de sementes de girassol. Os produtos vão abastecer a produção de biodiesel na usina de Candeias, que tem capacidade para 54 mil toneladas de biodiesel por ano mas, em 2008, deve produzir 27 mil toneladas.

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O B25 elimina a emição de CO2

Em entrevista dada ao diario do nordeste, Espedito Parente faz uma avaliação do uso de biodiesel no Brasil e diz que na proporção de 25% de Biodiesel (B25), as emissões de CO2 chegam a zero: "Se você considerar a cadeia produtiva do biodiesel, ele seqüestra mais gás carbônico do que emite. A mistura dele ao óleo reduz as emissões de fuligem, que é responsável por problemas como a tuberculose urbana. Em uma proporção de 25% de biodiesel, as emissões dos veículos chegam a zero."

Leia a integra da entrevista aqui

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