terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Mamona com até duas toneladas por cada hectare

Um dilema se impõe na hora de estabelecer qual a variedade de mamona e de girassol que será adotada no sertão cearense para a fabricação do biodiesel. Em um ambiente marcado pela escassez de chuvas e pelo baixo patamar de preços do produto, o que seria mais vantajoso: optar por variedades geneticamente modificadas que são capazes de produzir mais por hectare, porém são vulneráveis a estiagens longas, ou manter foco nas plantas selvagens, que produzem menos, mas resistem à seca?

Depois de mais de 30 anos de pesquisas, a Embrapa já disponibiliza sementes de espécie geneticamente melhoradas que chegam ao rendimento de até duas toneladas para cada hectare plantado: mais que o dobro dos 900 quilos obtidos em média com as variedades tradicionais da planta.

De acordo com Liv Soares Severino, pesquisador da Embrapa Algodão que coordena o projeto de pesquisa sobre a utilização da mamona no semi-árido, não é possível apontar categoricamente que uma variedade é melhor do que a outra. ´Já disponibilizamos três tipos de sementes melhoradas geneticamente, e cada uma delas se adequa bem

Outra vantagem das novas espécies é o seu porte reduzido. Enquanto as selvagens chegam a medir até cinco metros de altura, as novas atingem, no máximo, dois metros e meio, tornando mais ágil e fácil a colheita da mamona. Para o semi-árido, a redução na altura da mamoneira é especialmente vantajosa. Com o predomínio de pequenas propriedades, onde é desenvolvida a agricultura familiar, a utilização de tecnologia é baixa. Ou seja, pensar em um cultivo que depende de maquinário para a colheita dos grãos, concentrados nos galhos altos, é um paradoxo diante do sistema produtivo instalado. Em alguns municípios, o girassol é testado. (LA)

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