quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Projeto pioneiro no País inicia operação em Cuiabá

Primeira usina do País construída por produtores rurais e a maior planta a utilizar tecnologia totalmente nacional, começou a operar ontem, no Distrito Industrial de Cuiabá, a Cooperbio. Com capacidade total de produção de 400 mil litros/dia - 12 milhões de litros/mês – a planta está concebida para atender às necessidade dos produtores de algodão e soja, que têm como meta reduzir os custos com os combustíveis nas lavouras. A produção será comercializada via leilões da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

O projeto demandou investimento de R$ 30 milhões, sendo R$ 24 milhões do Fundo de Apoio à Cultura do Algodão (Facual) e R$ 6 milhões custeados pelos 400 grupos de produtores associados ao projeto.

De acordo com o presidente da Cooperativa, João Luiz Pessa, ao contrário de outras usinas que utilizam o álcool de petróleo como reagente, a Cooperbio trabalha com o álcool de cana-de-açúcar e pode utilizar não apenas a soja e o algodão como matéria-prima. “Podemos operar com qualquer gordura animal ou vegetal e até mesmo com a gordura utilizada e depois desprezada pelos restaurantes”, diz. Segundo ele, já há um programa junto aos proprietários de restaurantes para a compra da chamada gordura suja.

A meta inicial da usina era direcionar a produção para o atendimento aos produtores em suas próprias lavouras, com o objetivo de reduzir o custo com o combustível que hoje abocanha 12% de todo o investimento feito a cada safra. No entanto, uma análise mais profunda do mercado fez mudar o destino final da produção. O biodiesel da usina será comercializado nos leilões da ANP. Os recursos arrecadados serão aplicados na compra do diesel usado nas lavouras. “O custo para a venda do biodiesel é maior, então é mais vantajoso vender o nosso produto para comprar o diesel”, revela o presidente da cooperativa.

Apesar da turbulência econômica, Pessa tem boas perspectivas para 2009. “Temos um mercado garantido, e para nós quanto mais baixar a matéria-prima melhor fica a viabilização do nosso produto”, afirma.


Tania Nara Melo
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