A maior usina de biodiesel do Mato Grosso, em volume de produção, e a maior da América Latina, em tecnologia empregada, a Cooperativa de Biocombustivel (Cooperbio) entrou em operação em caráter experimental nesta segunda-feira (10), em Cuiabá.
A fábrica foi instalada no Distrito Industrial da cidade, com um investimento de R$ 30 milhões, sendo R$ 6 milhões dos produtores da Associação Mato-Grossense dos Produtores de Algodão (AMPA) e da Associação dos Produtores de Soja do Estado de Mato Grosso (Aprosoja/MT) e R$ 24 milhões do Fundo de Apoio a Cultura do Algodão.
Durante o teste de operação, a usina estará produzindo diariamente 100 mil litros de biodiesel, mas quando estiver operando com capacidade total deverá fabricar 350 mil litros por dia, o que representa uma produção mensal de 10,5 milhões de litros e anual de 126 milhões de litros.
Segundo o presidente da Cooperbio, João Luiz Pessa, inicialmente a usina funcionará produzindo o biodiesel a partir do algodão e da soja, em razão da grande produção mato-grossense das duas culturas, mas a planta tem capacidade para processar o biocombustível a partir de qualquer sub-produto animal e de outros vegetais, como o girassol e o pinhão manso, por exemplo.
Instrumento da cooperativa
O destino da produção da usina será definido, conforme o presidente da Cooperativa, pelos mais de 400 grupos de associados.
“Se eles entenderem que o preço do biodiesel está bom no mercado, então vamos produzir mais. Se eles acharem que o preço do biocombustível está baixo e o do diesel que eles usam em suas máquinas está muito alto, então vamos destinar a produção para eles. Se eles acharem que compensa mais vender o caroço do algodão e o farelo da soja, do que produzir o biodiesel, então vamos diminuir a produção. A usina é um instrumento deles”, frisa.
Tecnologia nacional
A usina foi construída utilizando tecnologia nacional, desenvolvida pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
“Quando abrimos o edital para a construção da usina recebemos várias propostas, inclusive de algumas instituições do exterior, mas optamos pelo pacote oferecido pela Unicamp porque nos garantia o uso de um catalisador nacional; que o biodiesel não seria lavado, ou seja, que não teríamos efluentes e nem risco ao meio ambiente e que no processo poderia ser utilizado tanto o álcool metílico, obtido do petróleo, quanto o álcool etílico, que é o da cana-de-açúcar, o que nós dá a opção em caso de alta de um ou de outro”, explica.
Licença
Pessa diz que os técnicos da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) vistoriaram a unidade e que dentro de no máximo uma semana o órgão deve conceder a licença de comercialização, possibilitando a venda do biodiesel produzido.
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