terça-feira, 28 de outubro de 2008

Biodiesel atrai investimentos estrangeiros para agregar valor à produção

Empresários italianos visitaram o Brasil para negociar instalação de uma fábrica na região metropolitana de Curitiba e a venda de tecnologia para usinas de biocombustíveis refinarem a glicerina, subproduto do biodiesel

Quando assunto é bioenergia, o Brasil é referência internacional. Não apenas pelo potencial agrícola de gerar matéria-prima para produzir biodiesel, mas pelos subprodutos dele, ainda pouco explorados comercialmente. É o caso da glicerina, que na forma bruta, vale, em média, R$ 0,60 o quilo e com um processo de refino pode ampliar o valor em até seis vezes.

Esse tratamento dá à glicerina novas formas de utilização, como na indústria farmacêutica, alimentícia e na fabricação de resinas. No entanto, apesar do excedente de glicerina bruta no país, muitas empresas precisam importar a versão refinada pela ausência de investimento em tecnologias que permitam a destilagem do produto.

Em busca desse mercado, a empresa italiana Gianazza, com cem anos de mercado, está ampliando as atividades para o Brasil. O Grupo financia até 60% da instalação da planta industrial para que o refino da glicerina seja feito. As unidades podem ser montadas anexadas a fábricas de biodiesel ou isoladamente, trazendo a matéria-prima das usinas.

Segundo o engenheiro químico Celso Paloma, a demanda nacional pela glicerina farmacêutica é alta e o mercado externo também procura o produto com possibilidades de compra em grande escala. “O mercado é tão grande que os empresários que se atentarem para esse nicho podem alcançar uma rentabilidade ainda maior que a do próprio biodiesel”, avalia o engenheiro.

Celso Paloma é proprietário da fábrica de tintas Reverti, em Quatro Barras, na região metropolitana de Curitiba. Ele próprio utiliza a glicerina para a fabricação de resinas. Com a tecnologia da Gianazza, desenvolveu um projeto para ampliação da unidade para produzir ali mesmo a glicerina que consome. “Além disso, venderíamos o excedente para outras fábricas do setor e de outros segmentos”, planeja o engenheiro químico.

Para negociar a instalação, o diretor técnico da Gianazza, Carlo Castaldi, e o executivo do Grupo, Hermes Magnani, visitaram as instalações da Reverti. E confirmaram as vantagens da instalação da fábrica de glicerina farmacêutica no local. “Além da proximidade com os compradores do produto final, a localização representa uma vantagem: à beira da rodovia e perto do Porto de Paranaguá, que seria um canal de exportação”, afirma o executivo.

Novas parcerias – Além da instalação da planta piloto em Quatro Barras, a Gianazza negocia no Paraná a venda da tecnologia de refino de glicerina para fábricas de biodiesel em instalação no Estado. “A maioria dos compradores internacionais de biocombustíveis já tem interesse na glicerina, o que pode gerar uma venda casada para o empresário, com uma maior margem de lucro”, analisa o diretor comercial da JBrasil Biodiesel, João Custódio, que representa a Gianazza no país.

O diretor técnico da Gianazza, Carlo Castaldi, complementa que todo esse processo tem um acompanhamento e garantia da empresa, que tem tecnologia própria. “Para os projetos desenvolvidos no Paraná, oferecemos a possibilidade de instalação de uma unidade de suporte técnico e comercial em Curitiba”, afirma.

A comitiva também se reuniu na capital paranaense com o secretário estadual da Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul, Virgílio Moreira Filho. “O anúncio da instalação de usinas de biodiesel no Paraná tem atraído novos investimentos e parcerias comerciais, aumentando a rede de geração de empregos no setor”, avalia o secretário.

Fonte:

=== Todas as fontes citadas na reportagem estão à disposição para entrevistas que podem ser agendadas por meio da assessoria de imprensa.

ATENDIMENTO À IMPRENSA
Alessandra Lemos: 41 8478-3448

Nenhum comentário: