sábado, 5 de setembro de 2009

B5 confirmado para Janeiro de 2010

Um total de 64 empresas autorizadas a produzir biodiesel e uma capacidade nominal autorizada acima dos 4 bilhões de litros, permitiu ao Governo Federal a bater o martelo e determinar a entrada em vigor, a partir de 1º de janeiro de ano que vem, da obrigatoriedade de um novo percentual de mistura do biodiesel ao diesel comum. O chamado B5, que prevê 5% de mistura no combustível, deve ampliar os investimentos na indústria e consolidar o programa nacional de biodiesel, com maior participação também dos produtores rurais.

Hoje, o Brasil usa uma mistura de 4% o B4. No inicio do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB), o B5 estava previsto para entrar em vigor a partir de janeiro de 2013, com a evolução do plano e apoiado na resposta positiva dada pelo mercado tanto por parte dos produtores de biodiesel, quanto da industria de fabricantes de automóveis (ANFAVEA), permitiu a antecipação da mistura. A antecipação para 2010 agrada o setor.

No Brasil, já se tem feito testes com percentual de 20% a 50% na indústria automobilística normal. A indústria de implementos agrícolas tem equipamentos, tratores com B50 até B100. A Vale do rio Doce já usa B20 em suas locomotivas e se prepara para o uso do B100. Curitiba começou a usar, agora em agosto, ônibus com o B100.

Esta boa resposta do mercado já permite o Governo Federal planejar algumas novas medidas almejando um acréscimo gradativo de 1% na mistura por ano, e, no caso das áreas metropolitanas, poder falar na mistura de 20%, o chamado B20 metropolitano.

Quanto mais aumenta a capacidade de produção de biodiesel no Brasil, maiores são os desafios. Como atender a demanda deste mercado crescente, principalmente pela ampliação da mistura do produto ao diesel? Qual a capacidade de produção no campo. A capacidade da indústria também?

Segundo o diretor-presidente da Brasil Ecodiesel, uma das maiores produtoras de biodiesel no país, Mauro Ceter, a capacidade é total.

— A indústria ainda tem uma sobrecapacidade e ainda convive com o problema de excesso de capacidade. Porém, na medida em que o governo vem aumentando estes índices de utilização do biodiesel no diesel mineral, vem obviamente ajudando o setor a se melhor posicionar — disse Cerchiari.

Fonte: Fontes Diversas

terça-feira, 21 de julho de 2009

Biodiesel é apresentado na Câmara dos Deputados

Um café da manhã na Câmara dos Deputados teve como objetivo apresentar as contribuições da inserção do biodiesel na matriz energética do Brasil e gerar benefícios ambientais.

Do:

Bioquerosene de pinhão-manso poderá ser utilizado na aviação

17/07/09 - A Embrapa Agroenergia, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento realiza workshop “Aspectos Metodológicos da Análise de Ciclo de Vida e Impacto Social da Cultura do Pinhão Manso”, no dia 21 de julho (terça-feira), em Brasília/DF, evento que tem a parceria da Associação Brasileira de Produtores de Pinhão Manso, ABPPM, e a Yale University/USA.

No evento, estarão presentes pesquisadores de universidades e instituições de pesquisa e desenvolvimento, assim como produtores agrícolas e industriais representantes da cadeia produtiva de biodiesel de pinhão manso.

Estão programadas apresentações de trabalhos nesta cultura, realizados pelo Instituto Tamanduá e do projeto “Life Cycle and Social Impact Assessment of Jatropha curcas L. production in Brazil”, pela Yale University. Logo após, serão feitas discussões visando estabelecer o consenso referente aos procedimentos e metodologia a ser adotada, além da definição de parcerias para execução do projeto.

A Yale University está engajada na execução de projeto de pesquisa da Análise do Ciclo de Vida (LCA) e Impacto Social da Jatropha curcas L com potencial para sustentar programa de uso de bioquerosene de aviação da Boeing. O pano de fundo deste trabalho é avaliar a sustentabilidade de biocombustíveis para aviação, com foco no biodiesel de pinhão manso.

Os trabalhos serão executados, com duração de um ano, envolvem os atores da cadeia produtiva desta cultura. A etapa inicial contempla a coleta de dados para estabelecimento de uma "linha de base" com duração inicial de um ano. Para a realização desta etapa, a Yale University já tem os recursos assegurados, antecipa o Chefe de Pesquisa da Embrapa Agroenergia, Esdras Sundfeld.

“Imagina-se que um projeto desta natureza deva evoluir para um estudo de mais longo prazo entre 5 a 7 anos de duração, com dados coletados em 3 a 5 regiões produtoras, com diferentes arranjos produtivos” ressalta Sundfeld. Lembra ainda que a experiência de cultivo comercial de pinhão manso no Brasil é recente, não havendo empreendimentos comerciais com mais de três anos.

Assim, uma questão central para execução das atividades é o método que a Yale University propõe utilizar no trabalho e, especialmente, a estratégia de coleta de dados e a valoração de índices técnicos da cultura que sejam representativos da realidade atual e, também, do futuro quando a planta atingir a totalidade do potencial esperado.

Neste sentido, salienta o Chefe de Pesquisa, os principais produtos esperados deste workshop estão relacionados à definição de uma estratégia metodológica consistente para realização da LCA de pinhão manso, e as responsabilidades e comprometimento dos atores envolvidos - produtores agrícolas, empresas industriais, universidades e instituições de P&D - para a realização deste estudo.


Fonte: Embrapa Agroenergia

Diesel de cana-de-açúcar

O Brasil vem se firmando como um grande pólo de produção de combustíveis renováveis. Mais um passo foi dado no final de junho. Desta vez trata-se do diesel feito da cana-de açúcar. A primeira usina piloto foi inaugurada em Campinas, no interior do estado de São Paulo, pela empresa Amyris Brasil. Pelo menos outras cinco usinas brasileiras já demonstram interesse em investir também no produto. A expectativa é alta. Estimativas iniciais falam em um bilhão de litros produzidos por esse setor em 2014.

A cana-de-açúcar tem se mostrado uma fonte valiosa de energia renovável. Não ameaça o abastecimento de alimentos, como acontece com o milho, e é eficaz como matéria-prima de etanol e de plástico verde. Agora, pode servir também para a produção de diesel. Testes iniciais foram feitos em motores. O rendimento foi equivalente ao produto derivado do petróleo, com uma vantagem: não há, nessa queima, emissão de enxofre. O tipo de diesel feito a partir do petróleo mais usado em veículos que circulam pelas metrópoles libera 0,05% de enxofre, equivalente a 500 partes por milhão.

O diesel feito de cana pode ser misturado ao derivado de petróleo, com redução de emissão de enxofre. É boa notícia para o ambiente e também para os cofres públicos. O Brasil importa diesel. Uma produção nacional em grande escala diminuirá a dependência externa e beneficiará a balança comercial.

A Amyris tem laboratórios nos Estados Unidos e no Brasil. Os primeiros testes começaram na Califórnia. No ano passado teve início a instalação da planta industrial em Campinas. A primeira etapa será modesta. A produção deverá ser de apenas 300 litros por dia. A empresa planeja adquirir mais duas usinas até o final do ano e começar em breve uma produção de 150 milhões de litros por ano. Em 2011 o diesel feito de cana-de-açúcar deverá ser produzido em escala comercial.




Fonte: Terra Online

Acidente de percurso do Biodiesel Nordestino

O fechamento, embora temporário, das usinas da Brasil Ecodiesel de Crateús, no Ceará, e de Floriano, no Piauí, não deve ser visto como desestímulo ao arrojado programa de geração desse combustível do século XXI. A interrupção temporária das indústrias, na versão de seus dirigentes, pode ser encarada como acidente de percurso, diante de um desafio novo, cercado por indefinições de matérias-primas, extração do óleo e seu aproveitamento pelo mercado consumidor. O fato é que a empresa não obteve contratos nos leilões da Agência Nacional de Petróleo.

O início de suas operações coincidiu com a crise financeira internacional, provocando o corte das fontes de crédito externo e impondo maior seletividade nos empréstimos bancários. Pesou e muito a diminuta produção de mamona para extração do óleo adicionado ao diesel no abastecimento da frota nacional de veículos pesados.

A ciência brasileira abriu nova fonte energética - o biodiesel - capaz de promover, especialmente no Nordeste brasileiro, a transformação do perfil de sua agricultura conservadora, sem capitais, explorada em sua quase totalidade pelo cultivo de gêneros de subsistência na contramão das condições ambientais.

De outra parte, o semi-árido, em meio a todas essas desvantagens, é o espaço ideal para o plantio de oleaginosas potencialmente ricas em óleos essenciais, como demonstram as suas lavouras xerófilas. O programa de biodiesel do governo federal tem o propósito de promover a inclusão da agricultura familiar numa escala de maior rentabilidade pelo cultivo, dentre outras oleginosas, da mamona e do pinhão manso para suprir as unidades extratoras do novo combustível. Diante de tais vantagens, o Ceará se antecipou à revolução silenciosa na agricultura, dispondo de capacidade instalada para atingir a produção de até 177 milhões de litros de biodiesel a cada ano. Há, contudo, resistência cultural, oferecida pelos homens do campo em relação às oleaginosas. Mesmo vendo os efeitos produtivos de quem já se lançou no cultivo da mamona.

O governo estadual mantém ativa uma política de reversão deste quadro de resistência, por intermédio da oferta de assistência técnica e distribuição de sementes selecionadas, subsidiando, também, o hectare ocupado com mamona com R$ 200,00 e garantindo a aquisição da safra. Mesmo assim, a produção exigirá algum tempo para atender à demanda das usinas. A falta de matéria-prima desmatela qualquer empreendimento industrial como o de Crateús.

Um projeto dessa natureza exige certo tempo para maturação, ajustes naturais no crescimento e muito trabalho de convencimento dos agricultores desiludidos com ações similares, especialmente em relação à cultura algodoeira. Mesmo assim, em 2007, o Ceará produziu mais de 14 mil toneladas de mamona, esperando, este ano, uma produção superior a 20 mil toneladas.

A experiência do biodiesel consorciado, em curso no semi-árido, desperta interesse em investidores estrangeiros, atentos às matrizes energéticas. Mas ainda devem aguardar a consolidação do programa.

Fonte:

terça-feira, 7 de julho de 2009

Petrobras assina contratos que atenderão 12.300 agricultores familiares do RN

06/07/09 - A Petrobras Biocombustível assinará nesta terça-feira (07/07), às 9h, em Natal (RN), cinco contratos de assistência técnica agrícola que atenderão 12.300 agricultores familiares do Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco.

A prestação de assistência técnica faz parte das obrigações das empresas produtoras de biodiesel conforme a Instrução Normativa n.º 01, de 5 de julho de 2005 do Ministério do Desenvolvimento Agrário, que dispõe sobre a concessão, manutenção e uso do Selo Combustível Social . O objetivo deste trabalho é aumentar a produção de oleaginosas que podem ser usadas como matéria-prima na produção de biodiesel nas usinas da empresa.

A cerimônia terá a presença do presidente da Petrobras Biocombustível, Miguel Rossetto, de secretários de Estado do Rio Grande do Norte e de dirigentes de entidades representativas da agricultura familiar.

O evento abre as atividades do Seminário de Assistência Técnica Agrícola que capacitará 123 profissionais das entidades parceiras que orientarão os agricultores familiares no plantio de mamona e girassol.


Fonte: Tribuna do Norte

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Biodiesel de dendê vai abastecer 216 locomotivas em Carajás

Biodiesel de dendê

A Vale quer que todas as suas locomotivas do sistema Carajás sejam alimentadas por biodiesel de dendê até 2014.

Para isso, a empresa formou uma joint-venture com a Biopalma da Amazônia S.A, criando o maior produtor de óleo de palma, a palmeira de cujo fruto, o dendê, é retirado o óleo. O investimento total será de US$500 milhões. A fábrica de biodiesel propriamente dita será integralmente da Vale.

O objetivo é produzir o combustível que irá alimentar toda a frota de 216 locomotivas do Sistema Norte, bem como as máquinas e equipamentos de grande porte das minas de Carajás.

Menos CO2 emitido

Estima-se que a produção anual de óleo da nova empresa alcance 500 mil toneladas anuais. Parte dessa produção será transformada em 160 mil toneladas de biodiesel para a Vale, que serão utilizadas para auto-consumo. O restante do óleo de palma produzido será comercializado pela Biopalma.

Este volume de biodiesel corresponde à redução de cerca de 12 milhões de toneladas de CO2 equivalente na atmosfera durante a duração do projeto, em relação às emissões do diesel comum, desconsideradas as emissões relativas à cadeia produtiva do biodiesel. Isso corresponde à emissão de mais de 200 mil carros circulando no mesmo período.

Empregos no campo e conservacionismo

O consórcio, que tem 41% de participação da Vale, vai gerar cerca de 6 mil empregos diretos no campo e a possibilidade de renda para 2 mil famílias de pequenos produtores. O empreendimento abrange uma área de cerca de 130 mil hectares, em uma região que possui um dos menores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do país. Deste total, serão usados 60 mil hectares para o plantio da palma, totalizando 9,3 milhões de mudas até 2013.

Essa área corresponde a aproximadamente 49 mil campos de futebol das dimensões do Maracanã. O restante (70 mil ha) será protegido e recuperado pelo consórcio. Com isso, a Vale contribuirá para a recuperação e a conservação de ecossistemas do bioma Amazônico, estabelecendo na região referência para essas práticas.

Mistura do biodiesel

A partir de 2014, a Vale utilizará a mistura B20 (20% de biodiesel e 80% de diesel comum) na Estrada de Ferro Carajás e em algumas operações de mineração do Sistema Norte. A parceria com a Biopalma vai permitir que a Vale se torne autossuficiente na produção do B20. Ao mesmo tempo, a empresa irá conseguir se antecipar à regulamentação que prevê o uso do B20 para 2020.

Em 2008, o consumo de óleo diesel puro da Vale no Brasil foi de 940 milhões de litros, sendo 336 milhões nas unidades do Sistema Norte. O volume de biodiesel puro (B100 - sem mistura com diesel) consumido no ano foi 19 milhões de litros, sendo 7 milhões no Sistema Norte.

Até o final de 2009, a empresa pretende plantar mais 2 milhões e 300 mil mudas de palma, além das 800 mil que já foram plantadas. Os primeiros frutos para a produção de óleo deverão ser colhidos em 2011. O biodiesel começará a ser produzido em 2014.

Fonte: Redação do Site Inovação Tecnológica - 30/06/2009

Programa Nacional de Biodiesel garante Diesel mais limpo no Brasil

O diesel comercializado no Brasil ficará mais limpo a partir de 1º de julho por conta do aumento de 3% para 4% do percentual da adição de biodiesel ao diesel derivado de petróleo.



Essa medida foi adotada por determinação do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) com base nas condições favoráveis de oferta e de demanda geradas pela organização da cadeia produtiva de biodiesel no País. A criação desse novo mercado é resultado do lançamento, em 2004, do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB) - política pública do governo federal que tem como objetivo garantir a implementação, de forma sustentável, tanto técnica como economicamente, da produção e do uso desse combustível, limpo e renovável, em todo território nacional.

Coordenado pelo Ministério de Minas e Energia (MME), o programa de biodiesel é resultado de uma ação interministerial centrada nas seguintes diretrizes: sustentabilidade da produção; promoção da inclusão social; garantia de preço, qualidade e suprimento; e diversificação de matérias-primas. Nos últimos cinco anos, o mercado se consolidou a partir de um marco regulatório estável e de uma série de leilões de compra. Um ano e meio após a entrada em vigor no País da mistura obrigatória de biodiesel no diesel, o Brasil já se destaca como um dos maiores produtores e consumidores dessa fonte alternativa no mundo, o que reforça a vocação brasileira para a produção de combustíveis limpos e renováveis.

Biodiesel garante energia mais limpa e reduz importações

O ganho ambiental proporcionado pelo uso do biodiesel se dá pelo fato dessa fonte alternativa garantir um balanço muito mais sustentável na produção de combustíveis veiculares por conta da absorção de gases de efeito estufa na etapa agrícola, o que não ocorre com derivados de petróleo. Ou seja: o que o veículo emite na queima do combustível é anulado na fase do crescimento da planta quando há captura de gases de efeito estufa como o dióxido de carbono e o metano.

Outro benefício gerado pelo programa é a redução da dependência brasileira de importação de diesel, o que representa economia de divisas para o País. É por meio de políticas públicas como a do biodiesel que o Brasil reforça, novamente, sua vocação de grande produtor de combustível limpo e renovável ao consolidar um programa que proporciona ganhos econômicos, sociais e ambientais ao País.

Histórico - A obrigatoriedade da adição de biodiesel ao diesel entrou em vigor em janeiro de 2008 e, neste curto espaço de tempo, essa medida já colocou o Brasil entre os maiores produtores mundiais de biodiesel com uma produção anual de 1,17 bilhão de litros em 2008. Hoje, o Brasil conta com 42 usinas instaladas cuja capacidade total de produção é de 3,6 bilhões de litros de biodiesel por ano.

A partir de um marco regulatório estável e de 14 leilões promovidos pelo governo federal nos três últimos anos, foi possível organizar a cadeia produtiva de forma a garantir o atendimento pleno do mercado com a geração de emprego e renda nas diferentes regiões do País. O êxito do programa pode ser comprovado pelo aumento gradativo da mistura de 2% para 3% (em julho de 2008), e para 4%, a partir de julho de 2009, como forma de absorver o crescimento da produção registrado nos últimos anos.

O programa estimula também a organização da participação da agricultura familiar. O resultado disso é que agricultores familiares já são responsáveis por cerca de 15% da produção de matéria-prima direcionada à indústria brasileira de biodiesel e 31 usinas já receberam o Selo Combustível Social. Essas usinas respondem por mais de 90% do volume contratado nos leilões.

Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB) garante Diesel mais limpo no Brasil

O diesel comercializado no Brasil ficará mais limpo a partir de 1º de julho por conta do aumento de 3% para 4% do percentual da adição de biodiesel ao diesel derivado de petróleo. Essa medida foi adotada por determinação do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) com base nas condições favoráveis de oferta e de demanda geradas pela organização da cadeia produtiva de biodiesel no País. A criação desse novo mercado é resultado do lançamento, em 2004, do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB) - política pública do governo federal que tem como objetivo garantir a implementação, de forma sustentável, tanto técnica como economicamente, da produção e do uso desse combustível, limpo e renovável, em todo território nacional.

Coordenado pelo Ministério de Minas e Energia (MME), o programa de biodiesel é resultado de uma ação interministerial centrada nas seguintes diretrizes: sustentabilidade da produção; promoção da inclusão social; garantia de preço, qualidade e suprimento; e diversificação de matérias-primas. Nos últimos cinco anos, o mercado se consolidou a partir de um marco regulatório estável e de uma série de leilões de compra. Um ano e meio após a entrada em vigor no País da mistura obrigatória de biodiesel no diesel, o Brasil já se destaca como um dos maiores produtores e consumidores dessa fonte alternativa no mundo, o que reforça a vocação brasileira para a produção de combustíveis limpos e renováveis.

Biodiesel garante energia mais limpa e reduz importações

O ganho ambiental proporcionado pelo uso do biodiesel se dá pelo fato dessa fonte alternativa garantir um balanço muito mais sustentável na produção de combustíveis veiculares por conta da absorção de gases de efeito estufa na etapa agrícola, o que não ocorre com derivados de petróleo. Ou seja: o que o veículo emite na queima do combustível é anulado na fase do crescimento da planta quando há captura de gases de efeito estufa como o dióxido de carbono e o metano.

Outro benefício gerado pelo programa é a redução da dependência brasileira de importação de diesel, o que representa economia de divisas para o País. É por meio de políticas públicas como a do biodiesel que o Brasil reforça, novamente, sua vocação de grande produtor de combustível limpo e renovável ao consolidar um programa que proporciona ganhos econômicos, sociais e ambientais ao País.

Histórico - A obrigatoriedade da adição de biodiesel ao diesel entrou em vigor em janeiro de 2008 e, neste curto espaço de tempo, essa medida já colocou o Brasil entre os maiores produtores mundiais de biodiesel com uma produção anual de 1,17 bilhão de litros em 2008. Hoje, o Brasil conta com 42 usinas instaladas cuja capacidade total de produção é de 3,6 bilhões de litros de biodiesel por ano.

A partir de um marco regulatório estável e de 14 leilões promovidos pelo governo federal nos três últimos anos, foi possível organizar a cadeia produtiva de forma a garantir o atendimento pleno do mercado com a geração de emprego e renda nas diferentes regiões do País. O êxito do programa pode ser comprovado pelo aumento gradativo da mistura de 2% para 3% (em julho de 2008), e para 4%, a partir de julho de 2009, como forma de absorver o crescimento da produção registrado nos últimos anos.

O programa estimula também a organização da participação da agricultura familiar. O resultado disso é que agricultores familiares já são responsáveis por cerca de 15% da produção de matéria-prima direcionada à indústria brasileira de biodiesel e 31 usinas já receberam o Selo Combustível Social. Essas usinas respondem por mais de 90% do volume contratado nos leilões.


Fonte: Ministério Agricultura, Pecuária e Abastecimento - Imprensa

Do:

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Usina de Biodiesel em Montes Claros - MG é um "elefante branco"

Para quem pensava que Elefante Branco era uma raça em extinção, é um ledo engano! Olha aí, nasceu mais um... e é dos grandes! - Comentário Telmo Heinen


A usina de biodiesel Darcy Ribeiro, inaugurada pela Petrobras em Montes Claros, já nasceu com fama de elefante branco. "O problema é de localização (está a 417 km de Belo Horizonte). A escolha é política e não técnicoeconômica", criticou o consultor Univaldo Vedana, do portal http://www.biodieselbr.com A usina custou cerca de R$100 milhões.

Para uma usina de biodiesel dar certo são dois os pré-requisitos: ficar perto do consumidor e da produção agrícola. "No caso de Montes Claros, nenhum desses detalhes foi observado", reforça Vedana, para quem a produção será viabilizada em uma década.

Outro crítico da instalação da planta em Montes Claros é o professor Antônio Machado, coautor do livro "Biodiesel Produção e Desafios", junto com o professor Herbert Martins. "É um projeto absurdo. O biodiesel vai fazer turismo energético de Montes Claros para Uberlândia, Brasília ou Betim para ser misturado. Isso vai aumentar o custo com o frete", disse.

No quesito custos, Vedana apresenta a seguinte conta: R$ 2 o litro de soja, mais R$ 0,30 pelo processo de transesterificação (veja quadro), outros R$ 0,50 de PIS e R$ 0,22 de Cofins, R$ 0,36 de ICMS, R$ 0,30 de custo da usina, mais lucro da usina de R$ 0,20, atingindo, no total, R$ 4. "Isso sem margem de lucro para ninguém da distribuidora e na bomba, o que tornaria seu preço inviável economicamente", ressalta.

No último leilão de biodiesel da Agência Nacional de Petróleo (ANP), realizado em fevereiro, a Petrobrás vendeu a R$ 1,70 o litro. Um valor bem distante do custo de produção de R$ 4.

A rota metílica também gera polêmica. A tecnologia utilizada pelas grandes usinas brasileiras é importada de empresas como a norte-americana Krowon, assim como o álcool metanol é adquirido, na maior parte, dos nossos vizinhos chilenos. O metanol é necessário para separar o biodiesel da glicerina encontrada nos óleos vegetais e animais, num processo chamado transesterificação. Outro componente eficiente na separação é o etanol, o álcool anidro utilizado como combustível e produzido a partir da cana-de-açúcar.

Baseado em metanol, o consultor Univaldo Vedana explica que o mote do "biodiesel verde" cai por terra porque não é 100% renovável. O professor Antônio Machado descreve o metanol como um combustível fóssil. "Quando queima, está incorporando no meio ambiente um carbono que já tinha sido retirado dele. É usado porque a reação é mais econômica", explica.

SONHO

O biodiesel é um projeto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que chegou a descrevê-lo como "uma das coisas que mais me tocam neste governo". A produção atingiu 1,2 bilhão de litros no ano passado e conta com capacidade instalada de 3,7 bilhões de litros em janeiro deste ano, de acordo com a ANP. É um dos projetos mais defendidos e badalados pelo atual governo.

A dona de 90% da produção mundial de biodiesel ainda é a União Europeia com mais de 1,35 milhão de toneladas anuais. Na Europa o processo começou na década de 90.

A Petrobras não se manifestou sobre o assunto e não apresentou respostas quanto aos custos de produção das usinas (O Tempo[MG], 13/04/09)

Fonte: Telmo Heinen – ABRASGRÃOS – Formosa (GO)

segunda-feira, 13 de abril de 2009

O Programa de Biodiesel: Uma Análise do Mercado

09/04/09 - Em 27 de fevereiro, a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) realizou o 13° Leilão de Biodiesel, em que foram comercializados 315 milhões de litros do combustível. O leilão foi realizado na forma de pregão presencial, constando de duas rodadas de ofertas de preço, ao final das quais os ofertantes com menores preços vencem.

Das 36 unidades produtoras credenciadas, 25 venderam o produto. A Oleoplan vendeu o maior volume, com 13,5% dos 315 milhões de litros leiloados, seguida pela Brasil Ecodiesel (13,4%), Granol (13,3%) e Petrobras Biocombustível (10,7%). A maior parte do biodiesel vendido é proveniente da região Sul, responsável pela comercialização de 109,1 milhões de litros, ou 34,6% do total vendido. A região Centro-Oeste ficou em segundo lugar, comercializando 83 milhões de litros, ou 26,3% do total, seguida pela região Sudeste, com 66,1 milhões de litros, ou 21% do total, e pela região Nordeste, com 55,7 milhões de litros ou 17,7% do total. A região Norte teve a menor participação nos resultados, com apenas 1,2 milhões de litros ou 0,4% do total.

Os treze leilões já negociaram 2.570 milhões de litros de biodiesel. Nestes leilões, a Brasil Ecodiesel foi destaque, vendendo 874,2milhões de litros, ou 34% do volume total comercializado, seguida pela Granol, com 323,8 milhões de litros, ou 12,6% do total.
O preço médio[1] do leilão ficou em R$ 2,155/litro, com um deságio de 8,7% em relação ao preço máximo de referência do leilão de R$ 2,360/litro e 9,8% abaixo do preço médio de R$ 2,388/litro do leilão anterior. Pesou nos resultados do leilão o preço de venda da Petrobras Biocombustível, de R$ 1,700/litro, que foi o menor ofertado, com um deságio de 27,97% em relação ao preço máximo de referência. Este preço surpreendeu por apresentar uma margem de apenas 22% sobre o preço do óleo de soja, que, em fevereiro, registrou a média de R$ 1,399/litro no Porto de Paranaguá, segundo a Bolsa de Mercadoria de Chicago.

Com relação aos compradores de biodiesel no leilão, excluídos as compras de agentes com participação inferior a 1%, a Petrobras adquiriu 93,85% do volume total vendido e a Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), uma sociedade entre a Petrobras, com 70% e a Repsol com os outros 30%, ficou com 6,15%.

Os 804,7 milhões de litros ofertados no 13º leilão superaram em 155% o volume total das vendas, demonstrando o grande interesse dos produtores. Após operarem com prejuízos até o primeiro semestre de 2008, os leilões da ANP voltaram a se tornar atraentes para os produtores, por conta da queda do preço do óleo de soja, cujo preço caiu 32% em um ano, e do aumento do preço máximo de referência fixado pelo governo, que evoluiu de R$ 1,92/litro, no primeiro leilão, para R$ 2,36/litro nesse último.

O 13º Leilão objetiva cumprir a Resolução n° 2 do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), em vigor desde julho de 2008, que estabeleceu o teor mínimo de 3% de mistura obrigatória de biodiesel ao óleo diesel. Em vista da elevada oferta no 13° Leilão, o Governo já considera a antecipação da mistura de 4% para meados de 2009. Esta medida, porém, traz preocupação, devido ao impacto que a elevação da mistura pode acarretar sobre o preço do diesel ao consumidor final. Estima-se que o preço médio do biodiesel, sem tributos[2], no 13° Leilão seja de R$ 1,98/l. Conforme Gráfico 1, este preço é 50% mais caro que o diesel produzido no Brasil[3] e 135% mais caro que o diesel produzido no exterior[4]

A questão é saber quem pagará pela diferença de preço, especialmente quando o mercado se arrefecer. O governo anunciou a concessão de subsídios tributários, que no fundo serão bancados pela sociedade, e o BNDES acenou com a flexibilização das garantias exigidas e o alongamento dos prazos de pagamento dos empréstimos aos produtores. Se esses mecanismos não forem suficientes, a diferença certamente será paga pelo consumidor na hora de abastecer o veículo.

Ao se enumerar os aspectos negativos do programa, não se pretende de forma alguma condenar o biodiesel. Muito pelo contrário, consideramos que o biodiesel é um combustível do futuro. O que preocupa é a falta de transparência do governo na elaboração do atual programa. As discussões travadas durante a sua concepção envolveram apenas os principais interessados diretos e indiretos, tendo inclusive sido encaminhado ao Congresso através de medida provisória. Não se procedeu a uma análise de custo-benefício para comprovar que o programa é a melhor forma de se alocar recursos públicos e dos consumidores para promover a inserção social das populações rurais do Nordeste. Finalmente, não se estabeleceu cronograma para retirada dos subsídios concedidos, para evitar que se tornem permanentes.

Ao lançar o programa de biodiesel, o governo colocou a carroça na frente dos bois. O mercado de combustíveis automotivos não admite improvisos nem soluções conjunturais. Nele estão envolvidos montadoras de veículos, produtores e distribuidores de combustíveis e consumidores. O desenvolvimento tecnológico de veículos e as suas linhas de produção requerem pesados investimentos e longo prazo de maturação. Além do mais, as cadeias de produção, armazenagem, distribuição e revenda são complexas e específicas para cada combustível. Em relação ao consumidor, a aquisição de um veículo incorpora um alto grau de assimetria de informação. Portanto, é fundamental protegê-lo contra a oferta de veículos tecnologicamente inadequados e combustíveis que tenham preços artificialmente baixos.

A existência de um leque de combustíveis automotivos, e a competição entre eles, é salutar e bem-vinda para aumentar as opções do consumidor e reduzir preços e impactos ambientais. No entanto, antes de se ter novos programas, o país deve definir uma política de longo prazo para a matriz nacional de combustíveis automotivos, bem como uma política tributária, que permita internalizar os custos ambientais dos combustíveis mais poluentes.

Adriano Pires
Da Agência

quarta-feira, 8 de abril de 2009

"Biocombustíveis: 50 perguntas e respostas sobre este novo mercado”

Desde 30 de março a UDOP transcreve em seu portal as principais questões que a Petrobras elaborou para uma cartilha com 50 perguntas para explicar a importância dos biocombustíveis, seus mercados e vantagens. O material intitulado de “Biocombustíveis: 50 perguntas e respostas sobre este novo mercado” pode ser conhecido na integra clicando aqui.


Da Agência

sexta-feira, 27 de março de 2009

Biodiesel propicia ganho de quase US$ 1 bi na balança comercial brasileira

Com o biodiesel, evitou-se a importação de 1,1 bilhão de litros de diesel de petróleo em 2008, o que representa um ganho de aproximadamente US$ 976 milhões na balança comercial. Mesmo assim, a importação líquida de diesel ultrapassou 4 bilhões de litros em 2008 (1), com aumento de 36% em relação a 2007. O dispêndio dessa importação foi US$ 4,9 bilhões (+97%), contra US$2,5 bilhões em 2007. Ou seja, aumentou-se a dependência do país num combustível específico, seja em termos de volume demandado, seja em valor monetário.

Este gasto contraproducente na balança comercial brasileira teria sido ainda maior se não houvesse a mistura compulsória de biodiesel (B2 no 1º semestre e B3 no 2º semestre). Além desse fato positivo para o biodiesel, há de se considerar efeitos indiretos de sua produção e uso: propicia a movimentação de economias locais e regionais, seja na etapa agrícola ou na indústria de bens e serviços. Mais do que um combustível ambiental e socialmente correto, o biodiesel se configura como uma solução para mitigar ou eliminar a dependência de diesel importado.

Produção e exportação de etanol mostram forte crescimento em 2008

As exportações brasileiras de etanol bateram um novo recorde em 2008, totalizando o volume de 5,16 bilhões de litros. Esse volume corresponde a mais do dobro das exportações de gasolina pela Petrobras no mesmo período. O preço médio FOB ficou em US$0,47/litro em 2008, 16% superior ao preço praticado em janeiro de 2008. O maior destino das nossas exportações foram os Estados Unidos (2,86 bilhões de litros), incluindo-se o etanol exportado para desidratação no Caribe e reexportação para os EUA.

O mercado dos EUA, em particular, é extremamente sensível aos níveis de preço do petróleo, que exerce influência imediata nos preços da gasolina, concorrente direto do E85 (mistura com 15% de etanol). Em 2008, observou-se na prática os efeitos de uma volatilidade nos preços do petróleo como há muito não se via. A cotação do Brent alcançou a cifra inimaginável de US$144,22 em 03 de julho, considerada por muitos analistas como artificial. Terminou o ano com a não menos artificial cifra de US$33,65. Uma queda de 77% no preço do petróleo.

O câmbio reagiu e a moeda brasileira se desvalorizou praticamente na mesma proporção, saindo do patamar de R$1,55/US$ em 1º de agosto e alcançando a relação R$2,50/US$ em 05 de dezembro. Uma desvalorização de 63%. Para efeito da competitividade do produto brasileiro, o efeito da queda do preço do petróleo foi praticamente compensado pelo impacto da desvalorização do Real.

(1) Valores de dez/08 ainda não disponíveis. Assumiram-se, nesse cálculo, os mesmos valores do mês anterior para dez/08.

Fonte: MME

Ameaças ao biodiesel

Enquanto o petróleo estava caro (chegou aos US$ 147 por barril em julho de 2008) eram os preços da matéria-prima, especialmente os da soja, que, por tabela, inviabilizavam o produto. Agora que os preços do petróleo voltaram aos US$ 40 (veja o Confira), é o petróleo barato demais que estraga o negócio.

O biodiesel só chega às bombas dos postos de combustíveis como integrante da mistura obrigatória determinada pelo governo de 3% de biodiesel para 97% de diesel derivado de petróleo, não importando o preço do produto alcançado em leilão.

Em 2008, o Brasil importou 4 bilhões de litros de diesel para complementar as necessidades internas. Graças à utilização do biodiesel, dispensou importações adicionais de 1,1 bilhão de litros de diesel, o que proporcionou ganho de US$ 980 milhões na balança comercial.

Mas a forte volatilidade dos preços, tanto das matérias-primas do biodiesel quanto do próprio diesel, mantêm o futuro do biodiesel envolto em sombras.

O analista Univaldo Vedana, do BiodieselBR, acredita que a viabilidade do negócio ainda depende de atos de vontade do governo, como o de aumentar progressivamente a participação obrigatória do biodiesel na mistura com o diesel, fator que aumentaria a escala de produção.

Os produtores esperam que ainda em 2009 o governo regulamente o aumento da proporção da mistura, de 3% para 5%. Mas observam que seria mais fácil engatar a segunda marcha no programa se os preços do petróleo voltassem para a altura dos US$ 85 por barril, o que implicaria alta de mais de 100% sobre os atuais preços internacionais.

As 33 produtoras do setor que participaram do 12º Leilão de Biodiesel da Agência Nacional do Petróleo (ANP), realizado em novembro, concordaram em entregar o produto a R$ 2,40 por litro. No entanto, hoje, o preço do diesel comum, ajustado quando os preços do petróleo estavam em US$ 120, oscila em torno de R$ 2,00.
A entrega de 330 milhões de litros de biodiesel no primeiro trimestre do ano, a que a indústria se comprometeu nesse leilão, está em princípio garantida. E isso é assim porque, mais do que o petróleo, o grande vilão dessa história é o óleo de soja, principal matéria-prima do biodiesel no Brasil.

Em junho de 2008, os custos de produção do biodiesel superavam R$ 2,00 por litro, enquanto os preços pagos de leilão eram de R$ 1,60. Foi por isso que alguns produtores não entregaram o volume de biodiesel a que se comprometeram e, assim, prejudicaram a credibilidade do negócio, sem que por isso tenham sido punidos.
O setor está mais preocupado agora em encontrar a "cana-de-açúcar do biodiesel", a matéria-prima barata que viabilize definitivamente o negócio. O crambe e o pinhão manso prometem, mas as experiências com esses produtos ainda não são conclusivas.

De todo modo, as pressões dos ambientalistas e o apoio anunciado pelo governo Barack Obama ao desenvolvimento de fontes de energia alternativa são um alento nessa hora de muita incerteza para o segmento.

Fonte: Expresso MT

Resíduo da fabricação do biodiesel de mamona pode ser usado na ração animal

Projeto desenvolvido pela Embrapa Agroindústria de Alimentos, localizada no Rio de Janeiro, quer mostrar que resíduos da fabricação do biodiesel, a partir da mamona, podem ser aproveitados, em vez de irem para o lixo.

Um desses co-produtos é a torta de mamona. Usada atualmente no Brasil apenas como adubo orgânico em hortas e jardins, a torta de mamona, devido ao seu valor protéico, pode substituir a torta de soja como alimento animal, significando barateamento de custos para o produtor rural e os fabricantes de rações.

A torta de mamona tem 40% de proteínas, o que corresponde ao valor da torta de soja usada na alimentação de animais e na preparação de rações.

Para isso, porém, ela precisa ser desintoxicada, isto é, necessita ter retiradas as substâncias tóxicas e alergênicas presentes nas sementes da mamona. Essas substâncias podem gerar quadros de conjuntivite, dermatite, faringite e bronquite em pessoas não protegidas. Além disso, elevados teores em rações podem causar a morte dos animais.

A Embrapa Agroindústria de Alimentos já conseguiu desativar os agentes da torta da mamona considerados como tóxicos. Em paralelo, a Embrapa Caprinos, situada em Sobral (CE), está realizando os testes no campo, utilizando esse ingrediente já desintoxicado na alimentação animal.

Segundo informou à Agência Brasil o coordenador da pesquisa na Embrapa Agroindústria de Alimentos, José Luis Ascheri, a expectativa é que no segundo semestre deste ano o co-produto do biodiesel possa entrar em fase de industrialização, visando sua comercialização no mercado de rações animais.

“A indústria que trabalha com a exploração da mamona vai ter sempre torta sobrando a preço baixíssimo. E, a partir da pesquisa, os empresários vão investir em um sistema de extrusão que resultará em um produto com valor agregado”, disse.

Outro co-produto do biodiesel que está sendo estudado é o glicerol, ou glicerina, “para se encontrar formas de purificar e, depois, ser colocado no mercado a preços mais competitivos, já que é um ingrediente que está sendo descartado do processo de extração do biodiesel”, revelou o pesquisador. O glicerol pode ser usado na indústria farmacêutica e na fabricação de sabonetes.

O projeto de utilização da torta de mamona na alimentação animal será apresentado pela Embrapa Agroindústria de Alimentos no Show Rural Coopavel, que será aberto hoje, em Cascavel (PR). O evento reunirá, até o dia 13 deste mês, produtores e técnicos para discutir inovações na agricultura familiar.

Fonte:

Desempenho da Produção Brasileira de Biodiesel em 2008

A preocupação com o meio ambiente na emissão de poluentes e a intenção de reduzir a importação de diesel mineral são alguns dos fatores que contribuem para o crescimento da produção brasileira de biodiesel, a qual passou de 736m3, em 2005, para 404 mil m3, em 2007.

A Lei 11.097/05 estabeleceu que em janeiro de 2008 todo óleo diesel comercializado no Brasil deveria conter 2% de biodiesel, sendo assim a produção estimada de biodiesel para 2008 seria de 889.157,66m3/ano1. No entanto, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) antecipou a adição de 3% de biodiesel ao óleo diesel2, a partir de 01 de julho de 2008, e o consumo estimado de biodiesel passou a ser de 1.118.943,32m3/ano ou 1,118 milhão de litros.

A produção brasileira de biodiesel em 2008 foi de 1.164.332 m3/ano e os principais Estados produtores foram: Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Goiás (Figura 1).

Figura 1 - Produção Brasileira de Biodiesel por Unidade da Federação, 2007 e 2008.
Fonte: ANP3 (2009).

Com relação ao desempenho dos Estados na produção brasileira de biodiesel, entre 2007 e 2008, verifica-se que Mato Grosso obteve um expressivo crescimento (1.759,76%), o que pode ser atribuído a autorização para funcionamento de mais cinco usinas.

No Rio Grande do Sul, a ANP liberou o funcionamento de uma usina com a capacidade autorizada para produção de 237.600m3/ano. No Estado de São Paulo, além do aumento da capacidade das usinas já instaladas, em 2008 houve a inclusão de mais uma indústria de biodiesel.

De acordo com o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB), o país não deve privilegiar rotas tecnológicas, matérias-primas e escalas de produção agrícola e agroindustrial. No entanto, a soja ainda é a oleaginosa preponderante (Figura 2). De acordo com a ANP, em dezembro de 2008, as principais matérias-primas utilizadas na produção de biodiesel foram: de óleo de soja, de sebo, de óleo de algodão e outros materiais graxos.

Figura 2 - Principais Matérias-Primas Utilizadas na Produção de Biodiesel, Dezembro de 2008.
Fonte: Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis - ANP. Boletim mensal de biodiesel. Disponível em: <http://www.anp.gov.br/>. Acesso em: 2009.

Normalmente por questões de redução no custo de logística é praxe as unidades produtivas locarizarem-se próximas à matéria-prima. Embora o biodiesel possa ser produzido com qualquer ácido graxo, os óleos vegetais são considerados a principal matéria- prima para produção de biodiesel. No entanto, nem todo importante Estado produtor de grãos oleaginosos destaca-se na produção de óleos vegetais (Figura 3) ou mesmo de biodiesel. Em meados dos anos 1990 muitas empresas produtoras de óleos vegetais deslocaram-se da Região Sul do Brasil para Região Centro-Oeste, buscando não só a proximidade dos grãos oleaginosos como também os incentivos fiscais concedidos.

Nesse sentido, as usinas de biodiesel podem ser verticalizadas junto às usinas de álcool etílico a exemplo da Barralcool, ou de óleos vegetais, como a ADM, Cargill e etc. Destaca-se também que a grande maioria das usinas de Biodiesel são produtoras independentes.

Figura 3 - Capacidade de Processamento de Óleos Vegetais, por Unidade da Federação, 2008.
Fonte: Elaborada pelas autoras com base nos dados da Abiove4 (2009).

O Rio Grande do Sul produz soja5, amendoim e é classificado como o segundo maior produtor brasileiro de girassol. Esse Estado ocupa a segunda posição no ranking da capacidade instalada para produção de óleos vegetais do Brasil e o primeiro na produção de combustível verde.

Na safra 2007/2008, Goiás ocupou o quarto lugar na produção de grãos com destaque para soja e algodão, e o terceiro lugar na produção de biodiesel. No entanto, o Estado consta com instalações para processar 5,7 milhões de t/ano de oleaginosas, colocando-se em quarto lugar na capacidade instalada em produzir óleos vegetais.

O Mato Grosso destaca-se na produção nacional de grãos de soja, girassol e de algodão, sendo a terceira maior capacidade para esmagamento de oleaginosa (7,4 milhões de t/ano), e com quatro usinas de biodiesel, totalizando uma capacidade de produção de 437.740m3/ano, ocupa o segundo lugar na produção brasileira de diesel vegetal6.

O Paraná sedia a maior parte de instalações para produção de óleos vegetais do Brasil, perfazendo um total de 10,5 milhões de t/ano. O Estado é o segundo produtor de oleaginosas sendo que os principais grãos cultivados são: soja, algodão e amendoim. No entanto, ocupa o décimo lugar na produção de aditivo verde.

Piauí, Tocantins e Pará tiveram um desempenho desfavorável na produção brasileira de biodiesel, bem como Bahia, Ceará e Minas Gerais, onde se destaca a produção de mamona.

No entanto, mesmo com diversos estados apresentando taxas negativas (Figura 1) de crescimento, o Brasil foi capaz de produzir 1.164.332,00m3/ano de biodiesel, equiparando a oferta à demanda. Conclui-se que qualquer intempérie na produção de matérias-primas para o biodiesel inibe o equilíbrio do mercado.

_________________________
1O Brasil em 2008 consumiu aproximadamente 44.763.952 m3/ano, ou seja, 44 bilhões de litros de óleo diesel.

2BRASIL. Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. Resolução ANP nº. 7, de 19 de março de 2008. Disponível em: . Acesso em: 19 jan. 2009.

3Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP. Disponível em: . Acesso em: 10 fev. 2009.

4Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais – Abiove. Disponível em: . Acesso em: 22 jan. 2009.

5COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO - CONAB. Acompanhamento da safra brasileira. Disponível em: . Acesso em 22 jan. 2009.

6Biodiesel também é conhecido como aditivo verde ou diesel vegetal.

Palavras-chave: biodiesel, agroenergia, mercado agrícola, óleos vegetais.

Fonte: IEA - Instituto de Economia Agrícola

UE cobrará taxa extra de biodiesel dos EUA

Exportadores americanos de biodiesel terão de pagar extra depois que a União Europeia anunciou ontem tarifas temporárias antidumping e antisubsídios.

Uma comissão de comércio da Comissão Europeia (CE) impôs tarifas de 29 (US$ 32,88) a 41 euros por 100 quilos por um período inicial de seis meses, segundo pessoas familiarizadas com o assunto. Esta é a mais nova iniciativa na disputa transatlântica, e chega em um momento de preocupação com o protecionismo.

Os produtores europeus jogam a culpa por seus infortúnios nas importações de biodiesel dos EUA, que se beneficia de subsídio de US$ 1 por galão. A ajuda, alegam, elevou os embarques do país à Europa para 1,5 milhão de toneladas no ano passado - contra 60 mil toneladas em 2006.

Ao menos 15 produtores europeus declararam falência em dois anos, segundo o Conselho Europeu de Biodiesel (EBB, na sigla em inglês), e mais de uma dezena reduziu a sua produção.

A EBB estima que, após investir pesado para alcançar uma capacidade de produção de 16 milhões de toneladas de biodiesel, a produtividade é inferior a 40%.

Os produtores americanos, por sua vez, dizem que seus competidores europeus sofrem de ineficiência operacional e localização geográfica insatisfatória.

A Comissão Europeia deverá publicar uma decisão formal sobre as tarifas adicionais no próximo dia 12, e elas entrariam em vigor no dia seguinte. Após quatro meses, essas tarifas adicionais podem ser estendidas por até cinco anos.

Fonte:

UE cobrará taxa extra de biodiesel dos EUA

Exportadores americanos de biodiesel terão de pagar extra depois que a União Europeia anunciou ontem tarifas temporárias antidumping e antisubsídios.

Uma comissão de comércio da Comissão Europeia (CE) impôs tarifas de 29 (US$ 32,88) a 41 euros por 100 quilos por um período inicial de seis meses, segundo pessoas familiarizadas com o assunto. Esta é a mais nova iniciativa na disputa transatlântica, e chega em um momento de preocupação com o protecionismo.

Os produtores europeus jogam a culpa por seus infortúnios nas importações de biodiesel dos EUA, que se beneficia de subsídio de US$ 1 por galão. A ajuda, alegam, elevou os embarques do país à Europa para 1,5 milhão de toneladas no ano passado - contra 60 mil toneladas em 2006.

Ao menos 15 produtores europeus declararam falência em dois anos, segundo o Conselho Europeu de Biodiesel (EBB, na sigla em inglês), e mais de uma dezena reduziu a sua produção.

A EBB estima que, após investir pesado para alcançar uma capacidade de produção de 16 milhões de toneladas de biodiesel, a produtividade é inferior a 40%.

Os produtores americanos, por sua vez, dizem que seus competidores europeus sofrem de ineficiência operacional e localização geográfica insatisfatória.

A Comissão Europeia deverá publicar uma decisão formal sobre as tarifas adicionais no próximo dia 12, e elas entrariam em vigor no dia seguinte. Após quatro meses, essas tarifas adicionais podem ser estendidas por até cinco anos.

Fonte:

Comunidades rurais de Rondonópolis poderão produzir biodiesel

A produção de biodiesel, a partir da extração do óleo de Pinhão Manso - Jatropha curcas , deve incrementar a geração de renda no campo e melhorar a qualidade de vida do pequeno produtor de Rondonópolis. A implantação do projeto nas comunidades rurais locais é alvo de estudo e planejamento dentro da Secretaria de Agricultura e Pecuária do Município. O secretário Valdir Correia iniciou as discussões em reunião com representantes de empresas de gestão e pesquisa do biodiesel e associações de pequenos produtores do município e da região, na semana passada.

A proposta de produção do biodiesel foi apresentada pelos representantes do Programa de Gestão Pública e Privada (PGPP), Jorge Imperatore e simone Brum, e o representante da Empresa Arcus de Pesquisa de Biocombustível, José Luiz Vargas da Silva. O estudo sobre a extração de óleo do pinhão manso já soma 16 anos. A meta é incluir todos os pequenos produtores do município no projeto rural, caso a proposta se concretize.

Valdir Correia explica que a semente de pimhão manso rende até 40% do óleo que é próprio para o biocombustível. A colheita, segundo o secretário, é desenvolvida totalmente manual. A equipe técnica da Secretaria trabalha agora nos estudos sobre a possibilidade de implantar o programa nas comunidades rurais de Rondonópolis.


Fonte: 24 Horas News

Brasil é 3° produtor mundial de biodiesel

Em um ano de obrigatoriedade da adição de biodiesel ao diesel, o Brasil já pode comemorar o fato de ser o terceiro maior produtor e consumidor de biodiesel do mundo com uma produção anual de 1,2 bilhão em 2008. A capacidade de produção do combustível alcançou, em janeiro, 3,7 bilhões de litros. Das 51 usinas instaladas no Brasil (dados de janeiro), 91% contam com o Selo Combustível Social.

A partir de um marco regulatório estável e de 13 leilões promovidos pelo governo federal nos três últimos anos, foi possível organizar a cadeia produtiva de forma a garantir o atendimento do mercado com a geração de emprego e renda nas diferentes regiões do País. Houve um aumento da mistura de 2% para 3% já a partir do segundo semestre de 2008, como forma de absorver o crescimento da produção registrado nos últimos anos.

O programa entra agora na fase de consolidação do mercado e da participação da agricultura familiar na produção das diferentes oleaginosas cultivadas no Brasil, visando o cumprimento ou mesmo a antecipação das próximas metas de ampliação da mistura. Atualmente está em análise a antecipação da mistura B4 para vigorar em meados deste ano. Também há a intenção do B5 ser antecipado de 2013 para 2010.

Fonte:Gazeta Mercantil