Com o biodiesel, evitou-se a importação de 1,1 bilhão de litros de diesel de petróleo em 2008, o que representa um ganho de aproximadamente US$ 976 milhões na balança comercial. Mesmo assim, a importação líquida de diesel ultrapassou 4 bilhões de litros em 2008 (1), com aumento de 36% em relação a 2007. O dispêndio dessa importação foi US$ 4,9 bilhões (+97%), contra US$2,5 bilhões em 2007. Ou seja, aumentou-se a dependência do país num combustível específico, seja em termos de volume demandado, seja em valor monetário.
Este gasto contraproducente na balança comercial brasileira teria sido ainda maior se não houvesse a mistura compulsória de biodiesel (B2 no 1º semestre e B3 no 2º semestre). Além desse fato positivo para o biodiesel, há de se considerar efeitos indiretos de sua produção e uso: propicia a movimentação de economias locais e regionais, seja na etapa agrícola ou na indústria de bens e serviços. Mais do que um combustível ambiental e socialmente correto, o biodiesel se configura como uma solução para mitigar ou eliminar a dependência de diesel importado.
Produção e exportação de etanol mostram forte crescimento em 2008
As exportações brasileiras de etanol bateram um novo recorde em 2008, totalizando o volume de 5,16 bilhões de litros. Esse volume corresponde a mais do dobro das exportações de gasolina pela Petrobras no mesmo período. O preço médio FOB ficou em US$0,47/litro em 2008, 16% superior ao preço praticado em janeiro de 2008. O maior destino das nossas exportações foram os Estados Unidos (2,86 bilhões de litros), incluindo-se o etanol exportado para desidratação no Caribe e reexportação para os EUA.
O mercado dos EUA, em particular, é extremamente sensível aos níveis de preço do petróleo, que exerce influência imediata nos preços da gasolina, concorrente direto do E85 (mistura com 15% de etanol). Em 2008, observou-se na prática os efeitos de uma volatilidade nos preços do petróleo como há muito não se via. A cotação do Brent alcançou a cifra inimaginável de US$144,22 em 03 de julho, considerada por muitos analistas como artificial. Terminou o ano com a não menos artificial cifra de US$33,65. Uma queda de 77% no preço do petróleo.
O câmbio reagiu e a moeda brasileira se desvalorizou praticamente na mesma proporção, saindo do patamar de R$1,55/US$ em 1º de agosto e alcançando a relação R$2,50/US$ em 05 de dezembro. Uma desvalorização de 63%. Para efeito da competitividade do produto brasileiro, o efeito da queda do preço do petróleo foi praticamente compensado pelo impacto da desvalorização do Real.
(1) Valores de dez/08 ainda não disponíveis. Assumiram-se, nesse cálculo, os mesmos valores do mês anterior para dez/08.
Fonte: MME
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