A onda dos combustíveis renováveis está sendo encarada como uma nova oportunidade ao Brasil gerando rentabilidade aos produtores e inclusão para a agricultura familiar. Isso porque os biocombustíveis mexeram com os preços das commodities agrícolas e com toda a cadeia dos óleos. ""Os combustíveis renováveis estão sendo encarados como uma oportunidade e não como um problema"", afirmou Roberto Terra, consultor para Pólos de Biodiesel da Região Centro-Sul do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).
Esta avaliação, segundo ele, é feita porque o Brasil tem superávit na produção de grãos (arroz, milho, soja e trigo). Desde 2005, quando foram iniciados os programas de biocombustíveis, o País produziu 26,3 milhões de toneladas destes grãos, enquanto o déficit para o período ficou em 21 milhões de toneladas. Para desenvolver este mercado, o governo lançou um programa de produção e uso de biodiesel, inclusive com a criação de um selo combustível social. Atualmente, cerca de 100 mil produtores familiares fazem parte da cadeia do biodiesel sendo responsáveis por 20% da fabricação do produto.
A adiação de biodiesel ao óleo diesel, determinada pela comissão que criou o programa, elevou a demanda por óleo vegetal para 1,3 bilhão de litros neste ano. No entanto, o estímulo ao plantio de oleaginosas está sendo feito conforme o perfil de cada região. De acordo com o consultor do MDA, estão em estudo cerca de 500 variedades de oleaginosas e 200 de palmáceas.
Por enquanto, o desenvolvimento do biodiesel não tem trazido retorno no mercado externo, uma vez que há muita dificuldade para exportar o produto. O País já tem a maior capacidade industrial instalada do mundo, suficiente para produzir cerca de 4 bilhões de litros a partir do próximo ano. Mais da metade desta capacidade ainda está ociosa - o consumo interno está estimado em 1,3 bilhão de litros para este ano. Em dois anos, a projeção é que a demanda salte para 2,5 bilhões de litros. Apesar disso, o mercado da bioenergia conseguiu mexer com os preços.
É o caso do complexo soja cujos preços dos grãos, do óleo e do farelo dispararam. Apesar disso, a avaliação é de que os combustíveis renováveis são uma energia transitória entre o petróleo e outras fontes que deve durar de 30 a 40 anos.
Roberto Terra não minimiza a importância dos biocombustíveis uma vez que 58% da energia combustível usada é de óleo diesel. O combustível fóssil ainda é usado em larga escala por indústrias e até como energia elétrica, principalmente, na Região Norte do País.
Fonte:
do Jornal Parlamento
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