sexta-feira, 4 de agosto de 2006

Venezuela importará tecnologia brasileira do biodiesel

Segundo a estatal do petróleo daquele país, a PDVSA, a empresa já importa etanol desde o ano passado
Adriana Chiarini

RIO - A estatal do petróleo da Venezuela, PDVSA, pretende passar a produzir etanol a partir do ano que vem e importar tecnologia de biodiesel do Brasil. A afirmação foi feita nesta quarta-feira pelo diretor de refino da empresa, Igor Martinez. A empresa importa etanol da Petrobras desde o ano passado. Usa o álcool como componente da mistura de gasolina, com 3% de participação.
Em relação ao biodiesel, ainda não há um cronograma oficial. "Penso que em dois ou três anos estaremos produzindo", arriscou Martinez, em entrevista na Hart World Refining & Fuels Conference no Rio. Na palestra que deu, em substituição ao vice-presidente de refino da empresa, Alejandro Granado, Martinez lembrou que a PDVSA até está em processo de certificação de reservas da faixa do Orinoco que, se confirmadas, transformarão o país no campeão de reservas do óleo.
Lembrou também que o Mercosul, já com a nova sócia Venezuela, tem mais de 50% da capacidade de refino da América Latina já que o Brasil tem 26%, a Venezuela, 17% e Argentina 8%.
Biodiesel

No mesmo local, o diretor de Operações da Ipiranga, José Luiz Orlandi, afirmou que a empresa pretende vender biodiesel nos seus postos ainda este ano, possivelmente a partir de setembro ou outubro. A empresa encomendou sete milhões de litros do combustível à BR Distribuidora para receber de setembro até o ano que vem.
Segundo Orlandi, a Ipiranga quer se antecipar à obrigatoriedade de vender biodiesel a partir de 2008 e tem muito interesse no novo combustível, mas não tem planos de produzi-lo. O biodiesel está sendo introduzido no Brasil como componente do óleo diesel entrando com 2% na mistura do diesel.
Orlandi observou que na Alemanha há venda de 100% do produto para abastecimento de automóveis, mas considera que isso ainda é muito caro, mesmo em relação ao atual preço do petróleo. Um dos fatores de sucesso do álcool combustível foi a elevação dos preços do petróleo, observou.
Venda

Respondendo a jornalistas, o diretor negou que a Ipiranga esteja sendo vendida. "É a empresa que mais está crescendo no setor e segunda no mercado", disse. A refinaria da Ipiranga está parada "há uns dois meses", de acordo com ele. "A Ipiranga está fazendo todo esforço para preservar sua estrutura. Tomara que a gente descubra uma saída (para a refinaria)", disse.
De acordo com ele, a empresa está aberta a investidores estrangeiros "mas não para comprar (a Ipiranga), mas para se associar, fazer joint venture", disse.
www.estadao.com.br - Economia- 02 de agosto de 2006 - 14:34

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