sexta-feira, 21 de março de 2008

Bird exalta eficiência do etanol derivado da cana

Zoellick, sobre o Brasil: razões legítimas para não aceitar críticas injustas

O presidente do Banco Mundial (Bird), o americano Robert Zoellick, defendeu ontem a produção do etanol brasileiro a partir da cana-de-açúcar.

Tornou-se, assim, mais uma autoridade internacional a distinguir o produto de outros biocombustíveis. Em entrevista em Genebra, Zoellick observou que há um foco crescente sobre os efeitos da produção de biocombustíveis na alta de preços de alimentos, mas que o Brasil tem, "a partir da cana, uma das formas mais eficientes de etanol". Para o presidente do Bird, o Brasil tem razões "legítimas" para não aceitar as críticas "injustas" sobre a produção brasileira.

Na semana passada, foi a vez de o relator independente nomeado pela Organização das Nações Unidas para questões de alimentos, o suíço Jean Ziegler, retroceder e fazer a nuance entre o etanol brasileiro e o produzido pelos EUA a partir de milho, por exemplo.

A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), espécie de clube dos países ricos, também considera que o etanol brasileiro é o mais eficiente globalmente, enquanto outras produções, como nos EUA e na Europa, feitas a partir de cereais, são dopadas por bilhões de dolares de subsídios e com impacto nos preços internacionais. Zoellick, em todo caso, coloca ênfase nos "efeitos perigosos" da crise provocada pela alta de preços de alimentos nos países mais pobres. Exemplificou que o Programa Alimentar Mundial (PAM) precisa de US$ 500 milhões adicionais para manter seus programas contra fome e má-nutrição.

O Banco Mundial está dobrando para US$ 700 milhões os empréstimos agrícolas aos países mais pobres da África visando melhorar a produtividade agrícola, segundo Zoellick. Indagado sobre eventuais financiamentos do Bird na Amazônia, o executivo retrucou que irá ao Brasil em maio para entender melhor a "agenda brasileira" e ajudar em projetos privados de desenvolvimento sustentável na região.

Fonte: Valor Econômico

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